Christopher Carpenter- de frente com seu passado

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Dirigi até o apartamento de Sebastian, as luzes do apartamento estavam desligadas, provavelmente foi para a casa de Amber, e eu não sei onde ela mora para poder falar com ele, fiquei parado dentro do carro pensando no que iria fazer, um ódio percorria meu intimo, eu queria despejar aquela raiva em alguém, respirei fundo, meu celular vibrou, puxei temendo que fosse Laurah, era mensagem de Clancy, fiquei olhando para o tamanho do texto e li com calma, por um bom tempo fiquei pensando no que fazer com aquela informação, não tinha como ignora-lo, precisava fazer algo, liguei o carro e parti para o meu destino.

Quando dei por mim, caminhava pelo corredor do Hospital a procura do quarto 456, parei diante da porta, respirei fundo e entrei, um senhor dormia na cama, a mascara de oxigênio ajudava em sua respiração ofegante, me aproximei e olhei bem para aquele homem, eu não sei se sentia mais pena ou asco por aquele ser, eu me dei conta que ele não merecia receber minha presença, mas estava ali para mostrar a ele o quanto o odiava, e o quanto desejava vê-lo bem longe da minha família, da minha mãe principalmente.

- Então está morrendo. - Disse em tom seco fazendo o homem acordar.

Nossos olhos se encontraram, seus olhos foram ao espanto, levando a mão a mascara de oxigênio e tirando-a do rosto.

- Meu filho...

- Não sou seu filho... E não me chame assim.

- Como me achou?... Foi Sebastian quem te encontrou? - Ele procurou pelo rapaz. - Onde esta Sebastian?

- Passei anos me perguntando como era a sua cara de verme... Mas a pior constatação é saber que levo alguns traços seus e Sebastian também... Só que uma coisa eu e ele não herdamos de você. - sorri de lado, debochando. - Não somos o monstro que você é...Covarde como você foi...

- Me escute? por favor, meu filho.

Aquelas palavras me deixaram fora de mim, agarrei seu avental e o juntei a mim, meu ódio fez o homem segurar minhas mãos e começou a tremer.

- Não me chame de meu filho, por que você não é o meu pai... Você só foi um instrumento para gerar uma criança, por que minha mãe é o meu pai, é aquela pessoa que me amou e cuidou de mim, mesmo sabendo que eu não era fruto de um amor puro e legal, por que você não foi leal e nem honesto o suficiente para conquista-la e a fazer ama-lo... - Soltei-o praticamente o jogando na cama. - Quero que vá embora... Não nos procure mais, não tente ver minha mãe, nem chegue perto dela... Por que vou vir para cima de você como um trator, entendeu bem?

- Eu amava sua mãe...

- CALA  A BOCA... - Gritei. - NÃO FALE NADA...

- Eu amei sua mãe... eu a amava, mas ela me disse que não podia ficar comigo...eu tinha me casado a pouco tempo... - Aquele homem começou a chorar. -Eu não queria perde-la... Eu amei sua mãe tanto que fiquei louco quando ela me deixou... Eu precisava dela... E eu amei você todos esse anos, eu te vi crescer... - Ele chorou de um lado e eu do outro. - Eu amei você e queria muito... Por favor!?... Eu preciso do seu perdão!?.. Eu quero morrer tendo a certeza de que fui perdoado... Por favor meu filho!

O olhei, aquele homem estava morrendo, mas não conseguia perdoa-lo.

- Sabe por quantos anos demorou para minha mãe me aceitar definitivamente?

- Por favor?... - Ele chorava ao me ver olhar tão carrancudo e cheio de ódio. - Eu só quero o seu perdão... Eu amo você!

- Foram 11 anos... Onze longos anos, sendo criado pelos meus tios... Vendo minha mãe ter crises de pânico, acordar gritando de madrugada... eu nem podia encostar nela... - Minhas lágrimas desciam rasgando. - Eu odeio você... Odeio pelo que fez a ela... Tinha como conquista-la... Ela era uma romântica, podia ter contado uma mentira, hoje as nossas vidas poderiam ter sido bem diferentes.

- Eu errei e eu convivo com esse remorso desde que aconteceu e só piorou quando vi suas fotos no jornais... eu tinha um filho inteligente, culto, elegante. - Ele sorriu, colocou a mascara em seu rosto, respirou fundo, tirou a mascara. - Me perdoe?... Eu posso ser o monstro que dizem... Mas eu te dei a vida e te amei calado todos esses anos e desejei do fundo do meu coração que fosse um homem melhor que a mim... e você é Christopher... E eu amo você e seu irmão e não o condene por ser meu filho... Ele te ama e muito.

Meu coração ficou apertado por Sebastian, ele era tão bom quanto a mim, puxei uma cadeira e me sentei e fiquei analisando toda a minha vida em questão de segundos, seu rosto era familiar, sua voz era conhecida, o olhei de lado, cruzei os braços.

- Sebastian é o irmão que sempre sonhei em ter... e ele e real. - Sorri de lado pensando nisso.

- Sim... Ele é bom... Inteligente, amável... - O homem sorriu. - ele não tem culpa do tipo de homem que eu fui...

- Não tem mesmo... - Me levantei e me aproximei. - Odeio você... Mas vou conceder meu perdão, por que não sou o homem que leva rancor... Mas não posso dar o perdão pela minha mãe e não se atreva a ir buscar o perdão dela, por que vou saber....

- Obrigado... - Disse o homem relaxando na cama, as lágrimas voltaram a correr. - Finalmente posso morrer em paz... E um dia, quem sabe em outra vida, eu consiga me desculpar com Sophie... Meu grande amor.... Minha vida!

Senti nojo em ouvir aquelas palavras, mas entendi o tamanho do seu desespero para fazer tal coisa, mesmo assim era abominável a forma com que quis tomar o amor de minha mãe, aos poucos o homem foi perdendo as forças e antes que eu escutasse o bipe constante do monitor cardíaco, o deixei, saindo do hospital, com a alma lavada, me sentindo leve.

Senti nojo em ouvir aquelas palavras, mas entendi o tamanho do seu desespero para fazer tal coisa, mesmo assim era abominável a forma com que quis tomar o amor de minha mãe, aos poucos o homem foi perdendo as forças e antes que eu escutasse o bipe...

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Sim, Prometo ser SeuWhere stories live. Discover now