O fiel escudeiro

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Pov's Carl

- elas...Elas têm armas. Muitas armas. Eu vi. - Tara explica.

- o que? - meu pai ainda não acreditando que ela nos escondeu isso. 

- Aquele grupo. As mulheres que encontrei...Elas têm armas, um arsenal. - ela continua.

- por que não nos contou antes? - meu pai a questiona. 

- eu prometi não contar, Rick. - sei o quanto foi difícil para Tara nos esconder tal coisa, ainda mais uma promessa. 

Atravessamos um rio, e entramos em uma floresta a fim de nos manter escondidos. Tara vai na frente para tentar convencer as líderes, antes de invadirmos. Ainda que eu acredite que nada disso é importante. Elas não tem opções.

Enid está parada ao meu lado, me encarando, e ao que conheço dela, tem alguma pergunta. Provavelmente ela já sabe da Ally. E por mais que um "eu te avisei" seja justo no momento. Eu não quero ouvir. Não quero que ela jogue na minha cara o que ainda não se cicatrizou em mim. O sentimento.

- você pensa em quem matou? - ela pergunta. Mas sei que não é isso o que ela queria saber. 

- sim. - digo seco. Não quero alongar a conversa. 

Enquanto caminhamos, meu pai tenta convencer Tara a não se culpar por quebrar a promessa. Mas ainda assim sei que a Tara vai se sentir culpada. 

Será que a Ally se culpa? 

Não consigo evitar de carregar esse pensamento comigo, porque cada fibra do meu corpo quer acreditar que a Ally não teve escolha. Mas ela tinha. Não tinha? 

Pov's Ally

Sasha. 

Um alívio corre pelas minhas veias, quando meu pai diz quem invadiu o santuário, mas por outro lado.... medo? 

Minha mente ainda não consegue absorver a ideia de que Sasha tenha sido tão estúpida a ponto de vir aqui sozinha. Ainda que eu saiba que papai não vai matá-la, um nó se forma em minha garganta. 

Sigo meu pai até a cela, em que alguns salvadores a colocaram, com Big logo atrás de mim e posso ver nos olhos dele que ele quer me contar​ algo. Mas não na frente do meu pai. 

- o que foi? - susurro, parando para Big me contar o que o aflige. 

- o Dwight sumiu.. - suas palavras só aumentam o nó da minha garganta.

- Ei! - meu pai diz, batendo Lucille contra o batente da cela, me assustando. - Que diabos está fazendo aqui dentro? - meu pai pergunta, e quando me aproximo vejo David com o cinto aberto e Sasha imóvel no chão. 

Pobre David, um porco a ser abatido...

- Negan, senhor... - David começa, mas é interrompido.

- acha mesmo que preciso que responda? - óbvio que não, papai. - Posso ver que está tentando estuprar essa mulher. Estava tentando estrupá-la, né? 

O medo fica cada vez mais evidente nos olhos de David. Não permitimos estupro aqui.

- esse comportamento é inaceitável. Estupro é contra as regras. Eu não gostaria de estar em um lugar que não fosse. Com alguém no comando que deixasse algo assim rolar? - meu pai puxa seu facão, do coldre, e desejo não estar na pele do porco estuprador. - David. Você passou do limite aqui. 

- sinto muito, senhor. - duvido. 

Meu pai o observa, e sem pensar duas vezes, crava seu facão no pescoço do infeliz. Ainda que sejamos um bando de assassinos, com lugares reservados no inferno, temos nossos princípios e valores. Estupro não é um deles. 

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