Caminhamos até a pista e olhares tortos eram laçados para nós. Meu coração pulsava fortemente por não saber reagir bem.
— Eu andei praticando muito para te superar senhorita Dádiva. — admitiu tomando a liberdade de depositar uma das mãos em minha cintura.
— Alteza peço que me chame de Diana, esse é meu verdadeiro nome. Dádiva é apenas um nome artístico. — pedi envergonhada encarando nossos pés que se movimentavam.
— Claro. Fiquei feliz com sua presença aqui na Elite. — me rodopiou.
— Eu meio que não tive escolha. — dei de ombros sem olha-lo nos olhos e seu corpo ficou tenso, obviamente eu tinha falado de mais.
— Então se tivesse como optar entre ficar ou ir você partiria? — perguntou perto de mais de meu ouvido.
— Receio que sim Alteza, eu não queria deixar meus pais. Não passamos necessidades mas o dinheiro que ganhava nas apresentações era uma ajuda e tanto. — tentei me justificar sem querer ofende-lo.
— Caso não se lembre senhorita Diana, meus pais nunca deixaria sua família passar necessidades, meu pai tem uma divida de uma vida inteira com o seu. Ele apenas não aceita nossa ajuda maior do que recebe pois não acha justo. — disse sério e eu me senti culpada pelas minhas palavras anteriores.
— Desculpe se de alguma forma te deixei ofendido mas é que outras coisas me fazem temer de alguma forma. - tentei reverter minha situação.
— Quer conversar? — me ajudou a dar os últimos passos da dança.
— Olhe em volta, há muitas pessoas com quem você tenha que conversar não acha?
— A meia noite me encontre na fonte. — fez uma reverência após terminar a música e beijou minha mão.
— Isso é um encontro? — indaguei incrédula, isso foi rápido.
— Se você se sente bem com esse termo. — piscou e se virou para ir até outras meninas.
Caminhei pelas pessoas ainda captando as palavras ditas por ele antes. Ao chegar na mesa onde apenas estava Julie de cara fechada e Adelle distribuindo sorrisos carinhosos peguei a primeira taça de vinho que passou perto de mim.
— Está nervosa Diana? — Adelle me olhou com um sorriso travesso.
— Eu? Não! Magina! — me fiz de desentendida e puxei a cadeira para me sentar, antes de fazer tal ato uma mão com uma luva cedosa agarrou meu punho e saiu me puxando por entre as pessoas — Laura? O que está fazendo? — vociferei com raiva por estar me machucando.
— Eu consegui! Mechi com meus pausinhos e consegui! — falou alto por causa da música.
— Conseguiu o que louca? — continuei a seguindo obrigada e subimos uma escada, olhei para cima e vi a orquestra mais a frente.
— Você vai tocar para a gente, eu quero ouvir. — apontou o dedo para mim e depois aos instrumentos.
— Não Laura! Eu não vim aqui para tocar, e você não manda em mim. — cruzei os braços irritada.
— Por favor! Frank já vai te anunciar. — expulsou um dos violinistas do seu acento e me fez sentar.
— Disculpas. — balbuciei ao homem que me ignorou e saiu batendo os pés.
— A todos presentes uma das alunas irá tocar uma música especial para o príncipe. — Frank, uma espécie de locutor falou no microfone e os olofotes se viraram contra mim.
— Eu.vou.te.matar.Laura! — sibilei sem sair som de meus lábios e ela sorriu convencida.
Me voltei a platéia e sorri falsamente. Coloquei o violino contra meu queixo e me concentrei. Comecei a tocar a música e me arrependi depois pois a letra era muito melosa, só confirmaria o que Laura mentiu. Ao final suspirei e me levantei fazendo uma reverência as pessoas que bateram palmas lá de baixo. Meus olhos se cruzaram com o príncipe e parei ali percebendo sua boca rosada com um sorriso discreto mas sedutor. Desci as escadas com vontade de jogar Laura pela janela mais próxima mas não a encontrei. Ignorei algumas pessoas e fui até o quarto onde me deparei com dezenas de homens entrando e saindo com alguns objetos em mãos.
— Nossa... — foi o que eu consegui dizer olhando para o quarto que estava quase pronto.
— Diana? - Pietra se assustou com minha presença- Pensei que não iria vir tão cedo do baile, o que achou? — apontou ao seu redor e fechei minha boca.
— Como conseguiu isso tão rápido Pietra? — dei alguns passos para frente admirando tudo, estava exatamente como pensei e acredito que minha colega de quarto também ficaria satisfeita.
— Eu posso tudo em decoração. — piscou — Receio que a tinta esteja molhada ainda mas não demora muito para secar. O restante dos móveis colocaremos amanhã e o banheiro deixei como decoração mais neutra já que vocês esqueceram dessa parte.
Meu lado tinha a parede maior com um degrade de azul cor céu até chegar ao azul quase preto de baixo para cima e alguns pontinhos brilhantes que imitavam estrelas. Na parede em que a cabeceira era encostada no canto era decorado com papéis de parede com o fundo azul claro e galhos pretos, minha cama foi trocada por uma de solteiro um pouco maior com os lençóis e cochas em um azul piscina e um criado mudo ao seu lado de madeira rústica envernizada. A Janela dividia nossas partes e no território inimigo tinha a parede maior com um papel de parede cheio de unicórnios com o fundo branco, a parede em que a cama estava era rosa bebê, os lençóis era rosa choque e um carpete felpudo do mesmo tom.
— Eu já estou amando minha parte não precisa de tanto assim.
— Só falta alguns detalhes básicos nada de mais. — pegou alguns papéis de cima da mesinha da varanda — Rapazes vocês estão dispensados por hoje.
Os homens começaram a sair com rapidez e meio confusos enquanto me olhavam.
— Você bota medo neles em. — me sentei.
— Sei comandar. — riu com ar de autoridade — Agora já vou indo, tenha uma boa noite. — saiu fechando a porta atrás de si.
Olhei para o relógio pequeno em cima da minha mesa e vi que faltava pouco menos para meia noite. Eu deveria ir ou não ao encontro do príncipe? Pegaria mal rejeita-lo? Eu sou obrigada a estar lá?
![](https://img.wattpad.com/cover/104376062-288-k881211.jpg)
YOU ARE READING
Era uma vez (Concluída)
FanfictionPensem em um mundo menos globalizado mesmo nos anos de hoje. Em um mundo que não foi explorado totalmente, que ainda guarda surpresas para seus humanos. Martíriabe, nome da ilha que foi recém-descoberta mas que já existia muitos habitantes, muito g...