Capítulo 64

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 Naquela manhã eu percebi que todos os planos de Martíriabe, cidadãos que nela abita, o castelo e a minha insignificante vida teria uma trajetória completamente diferente do que estávamos planejando. Notei essa percepção minha quando as três da madrugada fomos acordados por uma sirene de emergência, todos nós fomos reunidos no pátio do castelo em formação. Com Rheyd ao meu lado ficamos em frente a primeira companhia de soldados da guarda real composta por cem homens fortemente trajados para batalha.

  - Senhores,-Luan falou nervoso no microfone, ninguém iria notar pela feição mas seus sentimentos estavam exalando forte- a poucas horas o inimigo fez o primeiro contato pessoalmente, comigo e com o rei, para propor paz depois de anos de ameaças não só a família real mas também a todos os cidadãos de bem da nossa ilha. Com muita audácia tiveram a coragem de nos propor a oferta de nos deixar em paz se o rei entregasse toda Martíriabe para eles em troca de que a guerra não seja feita. A guerra já é eminente já que não cedemos a tais ofertas e assim nossa Tenente Diana Dalmolin irá orienta-los sobre os próximos passos para a guerra. Diana fora de forma!- ordenou e assim saí da minha posição de descansar com Rheyd ao meu lado. 

  Fizemos uma reverência antes de subir os degraus do palanque e o tigre atento ficou ali de guarda enquanto eu subia os degraus e cumprimentava o príncipe formalmente com uma continência. 

  - Boa noite senhores.- esperei obter respostas de todo aquele mar de homens presentes em um único som- As táticas de defesa e ataque serão divididas de acordo com a companhia e suas qualificações no treinamento. Até então o que irei adiantar é que as torres de comando dos litorais já estão cientes e a postos para o primeiro ataque e por não termos nenhuma fronteira com outro país estaremos mais propícios a ataques simultâneos. O exército da marinha estão prontos para os primeiros navios do inimigo a chegarem aos portos e atacarem com todo seu poder de fogo. A estimativa é de que a guerra chegue até nós, o centro de Martíriabe para tomar posse, em 15 dias. Sem mais detalhes, a partir daqui seus superiores irão informar sobre os próximos passos.- olhei para o lado para passar o comando de volta á Luan mas ele já não estava mais ali então eu teria que dar continuidade para dispensar mais de mil homens. 

...

  Rheyd estava ao meu lado me encorajando a não sair correndo como uma verdadeira covarde até que Matheus veio até mim.

- Diana eu preciso falar com você.- entrou sem qualquer formalidade em meu escritório. Sim, eu passei a ter um desde que minha patente subiu.

- Que seja um assunto muito importante meu primo, veja como estou soterrada.- abri os abraços apontando para a pilha de formulários que eu tinha que fazer e enviar. 

- Na verdade eu preciso falar com o príncipe.- se corrigiu e eu o olhei com descrença.

- Impossível! Você conhece muito bem as nossas condições atuais.- voltei a ter uma batalha contra um maldito computador.

- Então me ouça e se disser que meu plano é tão insano quanto aparenta ser eu não lhe atormento mais.- implorou e eu sabia que a partir daí eu já estava ferrada. 

  Massageei minhas têmporas e respirei fundo antes de me levantar e dizer:

 - Eu vou me arrepender disso mas okay. Você senhor Matheus, tem apenas o caminho daqui até o gabinete do príncipe para me apresentar o seu plano tão empolgante. Caso ele não me satisfaça você não vai querer uma prima muito nervosa certo?- perguntei e ele negou rapidamente com seus olhos azuis arregalados- Está esperando o que para começar a falar?

  - Eu, de alguma maneira que desconheço tive um sonho muito estranho. Nele estava eu, você, aqueles dois amigos seu juntamente com alguns soldados das forças armadas. No sonho Martíriabe estava sendo destruída em um nível muito acelerado. Logo depois, a cena mudou e estávamos invadindo o território inimigo, Pérfora, de forma sorrateira e paralisamos as forças rivais e assim capturamos a "rainha" que os comanda. - fez aspas enquanto pegava folego por estarmos subindo um lance de escadas.

  - Você quer que eu apresente um plano para o príncipe baseado em um sonho que teve? Arriscando nossas cabeças por isso?- parei e cruzei os braços séria e ele levou a mão ao pescoço massageando.

  - Podemos excluir essa parte, não? Mas veja Diana! Não é tão louco assim se levarmos em consideração que talvez possa ser a única oportunidade de sairmos bem nessa guerra sem muitas baixas. Quantos martírianos vão ter que se sacrificar por essa guerra, por nosso país até que possamos vencer essa batalha, Tenente? Lembre-se de nossos pais, a vida deles estão em nossas mãos e de muito mais pessoas e eu quero salva-los, tenho certeza que esse também é seu desejo.

  Continuei andando em silencio, seria tão arriscado um ataque desse tipo.

  - Tudo bem, a gente vai conversar com ele...

  - Isso!- comemorou.

 - Mas eu apresento sua ideia mirabolante e do meu jeito.- ele concordou plenamente.

  

Era uma vez (Concluída)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz