Let me sink number twelve

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Capitulo 12

POV por Benedict Cumberbatch.

Terminei de levar o último convidado para a porta de casa, estando à sós com Charlotte e Kansas. Eu estava exausto, de fato, pois havia passado os últimos quatro dias dormindo naquele maldito hospital em uma cadeira dura, mas eu passaria tudo de novo se Charlie precisasse de mim. Respirei fundo, eu mal podia acreditar que eu a tinha ali, sentada no sofá da minha casa e toda minha, e me sentia muito orgulhoso por ter atravessado aquela mascara que ela se escondia por trás. Eu sempre soube que ela era uma garota incrível, nunca duvidei disso por um segundo nem quando todos os meus amigos me diziam para desistir dela.

Charlotte Moore era a garota mais bonita que eu poderia namorar, tanto por fora quanto por dentro, possuía longos cabelos ruivos e enrolados, uma pele rosada e que me preocupava por sua falta de melanina e olhos azuis, as vezes até duvidava de que ela era inglesa. Ela escondia alguns segredos feios por trás daquele sorriso branco, que eu não queria força-la para falar mas esperava um dia saber, e eu realmente esperava que não envolvesse aquele baixinho Martin. Não que eu tivesse ciúmes, mas eu sentia que ele era perigoso.

Caminhei de volta até a sala para encontrar Charlotte escorregando em alguns vários papeis que ficaram jogados no chão da sala ao som de Live And Let Die do Paul McCartney, ela parecia incrível. Nesse dia em particular, ela usava uma blusa branca com algum tipo de renda bordada nela e uma saia listrada entre preto e branco, enquanto brincava com o lixo ela estava descalça, parecendo uma adolescente revivendo antigas memorias e eu me senti meio culpado de estragar aquilo.

- O que está fazendo, Moore? – pronunciei sorrindo ao vê-la sorrindo tão linda.

Ela parou o que estava fazendo para me observar.

- Estou patinando no lixo ouvindo o melhor cantor de todos. – ela deu de ombros. – Quer se juntar à mim?

- Não. – eu ri baixo. – Vou deixar você ai enquanto dou comida pro Kansas.

Ela assentiu e voltou a se divertir sozinha, chamei Kansas até a cozinha e coloquei um pouco de sua ração em um pote, voltando até a sala onde Charlotte brincava. Sentei-me no sofá com um copo de whisky e fiquei a observando ali, por uns vinte minutos enquanto ria de sua própria infantilidade. Ela suspirou, caminhou até mim e se sentou do meu lado no sofá olhando-me com o mesmo sorriso de vinte minutos atrás.

- Eu estou muito feliz. – ela comentou.

- Estou feliz que esteja feliz. – respondi.

Ela colocou uma expressão meio confusa no rosto e se aproximou mais de mim, colocando meu whisky no chão e as mãos em minhas mãos.

- Ben, eu acho que estou com medo. – ela declarou.

Franzi o cenho e apertei suas mãozinhas.

- Medo de que?

- Você sabe que essa é a primeira vez que eu me envolvo com alguém... – ela suspirou. – E se eu me machucar? Ou pior: e se eu te machucar?

- Olha, algo que aprendi nos meus relacionamentos passados é que não devemos olhar pelo futuro, você precisa viver aqui, no presente. – constatei. – Nós estamos aqui, eu e você, e é só o que importa.

Ela assentiu e sorriu, se esticando até que nossos lábios se encontraram demoradamente. Nos encaramos por alguns segundos, até que o cover de Chelsea Hotel No 2 de Lana Del Rey tocou inundando a casa toda em uma melancolia imensa. Eu segurei as mãos de Charlotte a fazendo se levantar junto comigo, eu a abracei em meus braços e ela correspondeu, enrolando seus braços em meu pescoço. Beijei sua bochecha e desci minhas mãos para sua cintura, a embalando conforme a música soava e aquele era o cenário perfeito para um amor teatral como o nosso foi construído, eu só queria tê-la para sempre ali, perto de mim.

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