Capitulo VII: As Causas de um Futuro "Acidente"...

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Estão parados, na frente do portão de fero verde do Quartel do Exercíto. Thalles olha seu relógio de bolso, pegou emprestado com Vovó Dulce essa antiguidade, pois segundo ele ficar sem ver as horas era igual a "um cego em diroteio". São exatamente 2h15, estão 15 minutos adiantados. A única coisa que os sobra é esperar.

Depois de alguns minutos esperando impacientes sentados na guia, uma mulher de meia idade com trajes azuis abre o portão. Os dois se levantam em um pulo.

— Vocês são Olliver e Thalles? – sua voz falha em meio sua respiração ofegante, deixa notório sua exaustão.

— Sim, somos. – Olliver responde preocupado com a postura da mulher. – Você está bem?

Thalles se assusta com a sinceridade das palavras de seu amigo, pois o mesmo nunca se importara com alguém assim antes.

— Estou melhor agora que vocês chegaram. – levanta sua cabeça agora recuperada.

Ela os conduz para dentro, passando direto pela portaria e os levando à corredores grandes, ela ia explicando a situação para os dois, enquanto ao fundo escutam as vozes dos jovens futuros militares fazendo exercícios. Passam direto pelo campus aonde venhem Major Ollavo dirigir ordens com autoridade para os futuros soldados. Os dois tremeram na base quando o Tirano os olhou, vestido com aqueles trajes sua superioridade aumenta nitidamente. Os dois continuam seguindo a mulher tagarela, que só para quando chegam a uma enorme lavanderia.

— A genta vai fazer o que?! – os dois falam espantados após a última frase proferida pela mulher.

— Despediram as duas últimas meninas que lavavam os uniformes, acabou que juntou essa pilha de roupa. E ontem uma das máquinas quebrou, quando falei com minha chefe, ela disse que ia resolver o problema. Ai, hoje de manhã recebo a ligação da minha superior que são vocês os novos lavandeiros. Olliver e Thalles. – fala explicando a situação novamente, com um ar tão sincero e um olhar perdido, ela parece estar gritando por socorro.

Os dois decidem ficar e ajudar, já sabendo que foi ninguém menos que Ollavo que os colocou nessa situação. Os dois olham os cestos gigantes cheios de uniformes suados e imundos.

— Isso tem cheiro de...

— Macho! – Olliver conclui a frase de seu amigo com uma expressão desagradável em seu rosto.

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Após a Senhora Merida, explicar mais de uma vez como se usa a máquina de lavar e as cegadoras, os deixa ali fazendo o serviço por si sós. Já haviam lavado mais de 50 uniformes, falta ainda mais da metade a ser lavado. Apesar de ser fácil, o serviço era demorado, pois tinham que esperar a três maquinas restantes terminar a lavagem, depois colocar nas unicas duas cegadoras, esperar encerar o processo para dobrar as roupas e as empilhar nos cetos para levar para a passadeira.

— Como eu odeio tudo isso! – Thalles murmurra tirando mais uma cueca presa em uma das calças.

— Poderia ser pior, então não reclame. – Olliver tranquiliza seu amigo, enquanto está tirando novamente as roupas da cegadora.

— Obrigado por me avisar.

Olliver ri pegando mais uma peça de roupa, foi quando uma nota de cinquenta reais cai no chão ao seu lado depois de despreder da peça de roupa.

— Thalles, olha o que eu achei. – ele fala se levantando e sacudindo a nota com um sorriso malicioso.

— Olliver, vamos devolver ao dono.

— Desde quando se si tornou bonzinho?!

— Desde quando eu segui pela última vez suas idéias e vim parar aqui. Provavelmente se vai pegar esse dinheiro e vai comprar bebida, e no dia seguinte eu vou tá ferado denovo.

— Provavelmente não... concerteza. – fala colocando o dinheiro no bolso. – Desde quando eu beber te bota em furada?!

— Você beber não é o problema, as suas idéias quando tá bebado é que o problema.
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E assim foi feito, após acabarem o serviço, tarde da noite, de volta para casa param em um bar.

— Como vamos comprar bebidas sem nossas identidades? – Thalles pergunta.

— Simples, com alguém que sabe nossa idade.

Seu Felicio aparece do outro lado do balcão, amigo antigo dos meninos, viu eles crescerem por essa vizinhança. Após muito tempo relutante, vende as bebidas para os meninos.

— Vê se não bebem tudo de uma vez só, ein. – Seu Felício grita para eles enquanto saem do bar.
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Chegam em casa e Olliver se anima, Ollavo está em mais um de seus serviços noturnos no Quartel e Alice na casa de sua "amiga" Tita.

— Hoje eu tô afim de ficar doidão. – o maior vai direto para a cozinha abrir uma das garrafas.

— Como você predende ficar doidão com apenas duas garrafa de Catuaba. – o menor se joga no sofá.

— Quem disse que é só Catuaba!?

Olliver sai em direção ao quarto, enquanto Thalles pensa que vai ter que bancar, mais uma vez, o papel de "amigo chato" e segurar seu colega em qualquer coisa que ele queira aprontar bêbado.

Ele volta para a sala sacudindo um saquinho plástico em sua mão esquerda, demorou um pouco até Thalles reconhecer o pacote.

— O que você tá fazendo com isso? – se levanta do sofá e vai direto atrás de seu amigo que está na pia tentando abrir a garrafa. – Não me diga que você pegou isso do Iago?

Olliver simplesmente sorri travesso.

— Então quer dizer que a polícia nunca achou a maconha, estava com você esse tempo todo!?

— Sim, quando a polícia apareceu minha única opção era esconder.

— Aonde?! – pergunta perturbado.

— Num mato qualquer no acostamento, depois voltei pra pegar. – diz tranquilamente pegando dois copos no armário.

— Mas se o Iago ficar sabendo que você pegou isso, ele vai nós esfolar vivos!

— Ele nunca vai saber. Até por que a gente está no Rio de Janeiro, enquanto ele está preso em São Paulo por porte ilegal de arma. – solta um sorriso perverso e vai para a sala em direção ao TV.

— Você é perverso! – Thalles corri atrás dele preocupado. – Como você conseguiu trazer isso pra cá?!

— Simples: escondi o saco dentro da embalagem de desodorante e lacrei denovo. – seu tom despreocupado assusta seu companheiro.

Olliver finalmente liga a TV e procura o Music Player.

— Nós vamos arrumar problemas, estamos na casa de um Militar, se ele achar essa maconha na casa dele vai mandar a gente direto pra cadeia!

— Ele nunca vai achar... se a gente usar. – Olliver senti animo.

— Tem muita coisa no pacote, não vamos conseguir se livar de tudo em uma noite e eu nunca usei maconha!

"Tu-tutu... Tu-tutu" a música começa a tocar.

This is gospel for the fallen ones, locked away in permanent slumber... – o maior se vira para seu amigo cantando junto com o som.

— Olliver... – seu tom dramático ao perceber que seu amigo colocou sua música favorita de propósito.

— Vamos lá, apenas aproveitar o dia de descanso que Deus nos deu.

O maior vai na cozinha e pega os copos cheios da bebida que compraram, volta e oferece um ao seu amigo. Thalles pega, se amaldiçoando por dentro de ir ,mais uma vez, na onda de seu amigo.

"Dessa vez eu não sei aonde isso pode parar..."

Brotheragem (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora