Bônus Matthew

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Vocês pediram e eu resolvi atender kkkkkk demorei muito para conseguir pensar em algo para a vida desse personagem, acreditem... Porque depois de visualizar ele vivendo sozinho é difícil pensar em um outro final, mas vamos lá, espero que gostem kkkkkk e preciso dizer, estava com saudade ❤️

Já se passaram muitos anos, desde que toda aquela tragédia com Sara aconteceu. Devo dizer que tudo aquilo me abalou de forma intensa, pois foi difícil descobrir que a mulher que eu amei havia se tornado um monstro.

Hoje quando paro para pensar, percebo que no fundo fui egoísta, sempre fugi quando as coisas se complicaram, primeiro com a Bia e depois com a Sara, notei então que talvez fosse melhor que eu ficasse sozinho, desistisse do amor, para assim não fazer ninguém mais sofrer.

Por todo tempo em que Sara ficou internada, eu estive presente, indo em reuniões, visitas e lhe enviando tudo que precisasse para seu conforto, porém nada disso me foi agradável. Sara sempre foi fria, rancorosa e completamente louca, eu falava sobre a importância dela ficar bem para seguirmos com nossa vida, porém ela só via vingança em sua frente, desejando o mal de Beatrice e toda sua família, até o dia em que a vida resolveu levá-la e por mais errado que possa parecer da minha parte, foi um alívio receber essa notícia, quem sabe assim ela finalmente fique em paz.

E é com o pensamento longe, que estou no que espero seja minha ultima viagem para este destino. Tenho viajado para Moçambique nos últimos anos, buscando realizar algo que eu e Sara planejamos por anos. Sempre desejamos ter outro filho, mas como ela não podia engravidar, a adoção se tornou uma possibilidade, que foi destruída quando Sara se tornou psicologicamente instável, mas como forma de honrar sua memória, resolvi não dar fim aos papéis de entrada da adoção, que corriam a anos e dei continuidade a está ideia.

No começo pareceu impossível conseguir a permissão para dar inicio a adoção de uma criança, sendo solteiro e com um histórico como o meu, porém eu não desisti, queria uma possibilidade de criar uma família que fosse minha, de ser pai novamente sem destruir a vida de meu filho Alex, ou de qualquer mulher que entre no meu caminho. Queria alguém para chamar de meu.

Foi só a cinco anos atrás, que o juiz me deu permissão para viajar até um lugar de minha escolha e conhecer as crianças, buscando uma com que criasse uma conexão para poder adota-lá. Meu lugar escolhido imediatamente foi Moçambique, onde conheci Punjai, um menino de três anos na época, que parecia tão sozinho quanto eu, foi amor a primeira vista e quando aquele menino sorriu para mim e me deu um abraço tão carente, eu soube que aquele seria o meu filho.

Porém a luta não vem sendo fácil, tenho viajado três ou quatro vezes no mês, buscando resolver toda a papelada, dizendo a todos que se trata de uma viagem a trabalho, pois não quero que ninguém tente me convencer a desistir. Punjai entrou no sistema de adoção após a morte de sua mãe, porém seus avós ainda estão vivos e querem a guarda do menino, não por amarem o neto, mas sim por saberem que ele é saudável para trabalhar e levar renda a família. Minha briga vem sendo árdua, família ou uma vida estável, cultura contra bem estar.

Mas eu não desistirei, toda vez que um obstáculo entra em meu caminho, lembro da frase que meu garotinho diz sempre que vou embora.

"-Promete nunca desistir de mim, que eu prometo nunca desistir de você."

Esse é o meu combustível para ficar firme.

O casamento de Alex era hoje, eu pretendia comparecer, afinal, mesmo não querendo ser um peso em sua felicidade, ele sempre seria meu filho amado, porém recebi um chamado urgente do orfanato onde Punjai estava, pedindo minha presença imediatamente.

Sem pensar duas vezes inventei uma viagem de negócios e fui com destino a Moçambique e aqui estou. O avião acaba de pousar e eu vou na mesma hora para o orfanato, meu coração disparado no peito, com medo de que algo tenha acontecido.

Assim que chego, pedem que eu espere, os minutos parecem horas e finalmente posso ver meu pequeno com uma simples malinha em uma mão e segurando com a outra o vestido da assistente social, que acompanhou minha luta desde o começo. Ela era americana, e veia a Moçambique cuidar pessoalmente do meu caso, pois acreditava que isso era o melhor para o menino.

- Emily, o que houve? Vim assim que recebi sua ligação.

- Os avós de Punjai abriram mão da guarda dele, você poderá levá-lo para casa agora mesmo, não é mesmo garotão?

Ela afaga a cabeça do menino, hoje com oito anos, que sorri sapeca para mim. Meus olhos se enchem de lágrimas e abro meus braços, que são tomados por um forte abraço de Punjai.

- Agora eu posso te chamar de pai?

- Claro que pode. Promete desistir de mim, que eu prometo nunca desistir de você.

Ele intensifica o abraço e olho para Emily, agradecendo silenciosamente por não ter desistido de nós dois e ter sempre se mantido ao nosso lado.

- Eu te amo filho, agora eu não estarei mais sozinho e nem você.

Naquele mesmo dia seguimos de volta para minha casa, meu filho parecia maravilhado com tudo ao seu redor e eu não consegui evitar uma lágrima de tristeza ao imaginar Sara fazendo parte deste momento. Era para sermos uma família, com uma mãe, um pai e nossos filhos, mas eu faria de tudo para honrar aquele momento, dando minha vida por fazer Punjai feliz.

Quando Alex descobriu meu feito, temo que ele se aborrecesse, porém novamente demostrando o quanto ele havia se tornado um grande homem, Alex logo chamou Punjai de irmão e lhe contou sobre sua vida, ressaltando que meu novo filho em breve seria tio. Naquele momento vi que finalmente eu havia encontrado novamente a alegria.

Confesso que não desisti de viver um amor, porém desta vez não estarei o procurando, pretendo que ele me ache. Quem sabe desta forma será diferente?

Eu tento negar a todo custo, mas confesso que provavelmente o danado do amor talvez já tenho me encontrado, mas pretendo me fazer de besta e ver o que ele aprontará desta vez comigo.

- Vejo que vocês estão indo muito bem com a nova vida.

Emily sorri para mim de forma doce, como sempre fez por todos esses anos de luta. Ela se tornou uma grande amiga, lutando ao meu lado pela guarda de Punjai.

Eu lhe sorriu em retorno, é, acho que sinceramente este tal de amor me achou desta vez.

RecomeçarWhere stories live. Discover now