Capitulo 9

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- Pai essa é a minha amiga Arya, vamos fazer trabalho juntas, pode por favor pedir a Morgana para não bater na porta de cinco em cinco minutos? Se sentirmos fome eu aviso. - Disse, eu tinha catorze anos, só queria um tempo sozinha com minha primeira namorada, e ultima também.
- Tudo bem, mas quando eu chamar quero vocês duas aqui para comer, combinado?
- Sim. - respondemos juntas.
Peguei em sua mão e corremos para meu quarto, meu pai não estranhou, e não tinha motivos para estranhar, meninas fazem isso umas com as outras nessa idade, se abraçam, pegam na mão, tiram fotos engraçadas, mas Arya era diferente, Arya era apaixonante demais, Arya era espontânea e sorridente como ninguém, Arya foi a primeira amiga que tive na escola, e Arya também foi a primeira menina que eu eu gostei, disse a ela aquela manhã na escola que eu a amava, mas não como amiga, e pedi desculpas a ela, mas ela me surpreendeu com um "eu também", era aula de matemática, nossa ultima aula, não podiamos nos beijar, então apenas disse "quer namorar comigo?" e com o sorriso mais lindo do mundo ela respondeu que sim, seus okhos verdes brilhavam, sabia que ela estava tão feliz quanto eu, ela tinha os cabelos cacheados como os de Lua, amava batom vermelho, decidimos que nosso primeiro beijo seria em meu quarto, e então fomos para minha casa.
Após falar com meu pai subimos a escada e entramos, nos sentamos em minha cama, eu sorri e ela também, seu pai viria busca-la logo, ela se esticou e nos beijamos, eu peguei em sua mão, timida, ela colocou a mão em meu rosto e eu me arrepiei por inteira, mais tarde meu pai nos chamou e descemos para comer, eu estava com um pouco de seu brilho labial nos labios.
- Conseguiu fazer Mia usar maquiagem? - Meu pai disse bem humorado.
Ela sorriu, eu limpei o labio e fiz careta para parecer incomodada, então nossos dias foram assim, e então nossos meses assim, eu ja não era virgem, mas fiz com que a sua primeira vez fosse especial, em seu quarto em uma noite de sexta feira, meu pai e Morgana haviam saido com os pais dela e chegariam tarde, ficamos sozinhas em casa, ja estavamos juntas a três meses, ela tirou a camisa, usava um sutiã cor de rosa, bem claro e todo rendado, era magra e bonita como eu nunca serei, eu não tirei minhas roupas, ela sabia que eu não ia querer que ela fizesse nada, fui romantica e cuidadosa em cada minuto, ela foi o meu grande amor do inicio ao fim, e quando acabamos, colocamos pijamas e nos sentamls em sua cama, ela ligou o rádio, tocava uma musica linda, então ela se sentou, abraçada comigo, e abriu o sorriso mais lindo do mundo, e então me beijou, a porta se abriu e era o pai dela, olhei para ela confusa, ele parecia outra pessoa, tomado por fúria, meu pai estava atrás igualmente furioso, Morgana me parecia compreensiva de certa forma, então eu fui obrigada a ir para casa sem me despedir dela, meu pai gritou as piores coisas quando chegamos em casa, dise que eu nunca mais a veria, mais tqrde Morgana entrou em meu quarto.
- Mia, eu sinto muito. - eu tentava não chorar. - O pai de Arya ligou... Vai levar ela embora amanhã, acha que pode evitar isso...
Não aguentei, soltei as lágrimas, ela teve o impulso de me abraçar, mas eu sabia que ela tinha medo de minha reação, agarrei meu travesseiro e solucei um pouco.
- Vou te levar encondida para se despedirem no aeroporto, ele não vai esperar o avião com ela.
- Faria isso por mim?
- Com toda certeza, só não diga ao seu pai.
- Não digo, prometo.
E assim tinha de ser, eu estava com ela no carro de manhã, então recebi uma ligação do celular dela.
- Arya? Eu estou indo meu amor.. Não vou deixar ir sem se despedir.... - comecei a falar.
- A culpa é sua. - ele dizia, furioso e fraco ao mesmo tempo.
Meu coração gelou, culpa?
- O.. O que?
- Graças a você ela não vai sobreviver. - ele parecia chorar.
Desliguei o telefone.
- Morgana o hospital por favor, rápido.
- O que?
- Acho que ela fez algo...
Ela correu com o carro, quando chegamos lá ambos estavam hospitalizados, ele com a perna quebrada, ela, quase morta, porém acordada, entrei em seu quarto sem permissão, peguei em sua mão, estava tão machucada.
- Arya... - Eu chorava como nunca chorei em minha vida.
- Amo... Você. - ela disse fraca.
- Eu te amo - falei entre soluços segurando suas mãos, ela se foi poucos minutos depois que eu fui arrancada do quarto pelos médicos, essa foi a maior dor que ja senti, perder meu grande amor, porque para seu pai, sair as pressas da cidade era a solução para que ela não me amasse.
Aquela foi a ultima vez que chorei em minha vida.

****
- Esta tudo bem? - Lua me perguntou.
- Meu pai batia na minha mãe, como acha que estou?
- Precisando de uma bebida eu imagino.
- Sim.
Ela colocou algo que eu nem sabia o que era em um copo e me deu, abriu um sorriso reconfortante e se sentou ao meu lado.
- Sei como te fazer sentir melhor.
- Como?
Ela tirou a camisa e deixou seu corpo a mostra, com um pequeno biquini preto, se aproximou de mim e cochichou no meu ouvido.
- Praia.
Coloquei um top e um shorts pequeno, passamos o dia na praia, ela era bonita e sorridente como Arya, talvez fosse por isso que eu me sentisse atraída, mas ela nunca seria Arya, ninguém nunca seria Arya, de certa forma eu sabia o que minha mãe sentia, perdeu a garota que amava, e a historia se repitiu comigo, saber que meu pai a fez sofrer o que sofreu me fez refletir sobre Morgana, eu sempre fui muito dura com ela, mas nunca enxerguei os motivos pelo qual sentia tanto medo, precisava fazer algo, ligarei para ela assim que chegar em casa.
- O que vai fazer quando voltarmos? - Lua disse pela primeira vez, totalmente seria enquanto comiamos macarrão instantâneo​
- Vou até a minha casa, não vou ser tonta de levar o diário, mas meu pai ainda viola uma mulher, Morgana tem muito medo dele desde que passou um tempo dela vivendo em nossa casa, não pode ser por nada.
- Ajuda ela. - Ela disse.
- Vou tentar. - respondi- pela minha mãe.
Não li mais o diário de minha mãe naquela casa, parte da noite fiquei na sala com Lua, observando ela dançar uma música que eu nunca ouvi na vida, com biquíni e um shorts é uma garrafa de whisky barato na mão, peguei a câmera e a fotografei, estava linda, como esteve desde que a conheci, me levantei, usava apenas uma cueca e uma camisa larga, a vida precisa de momentos como esses, precisa que se entregue aos momentos que um dia você poderá se lembrar, que possam te fazer pensar que houve uma parte feliz em sua vida, então peguei a garrafa e sua mão e tomei um gole, comecei a dançar junto dela, seguir as batidas e o ritmo de seus passos, e por um momento nada mais importava...

****
- Não quer mesmo que eu vá com você? - ela me disse quando eu estava entrando no táxi, em frente o colégio.
- Vou ficar bem, se acalme.
- Qualquer coisa me liga.
Entrei no táxi, o caminho todo apenas pensava nas palavras de minha mãe, em como ela apenas pensou em mim em seus últimos momentos, de repente a imagem... Talvez a lembrança de uma porta se fechando a minha frente me veio a mente, então o táxi parou, paguei o motorista e sai, eu estava na casa, entrei e tudo estava vazio, parei  frente uma foto na sala, uma foto de minha mãe me segurando nos braços, queria poder estar nos seus braços apenas mais uma vez.
- Oi Mia.- Ouvi meu pai dizer atrás de mim.
Teria número 9: Chegou o dia de ir embora, meu pai não aceitou ser deixado, ele bateu a porta pra que eu não visse e bateu em minha mãe, bateu até que não sobrasse mais nada, bateu até que não tivessem mais gemidos, suspiros ou pelo menos voz para implorar pela vida, naquele momento eu perdi minha mãe e fui condenada a viver com ele e sua maldade.
Oi oi gente
T aí mais um capítulo
Desculpem a demora
Quero dizer que vou demorar um pouco para postar o novo porque eu fui assatada e estou sem celular
(Pessoas do whatsapp não se preocupem, pretendo voltar com o mesmo número na semana que vem)
Vou tentar continuar postando mesmo se eu não conseguir o celular novo semana que vem.
Espero que tenha gostado desse capítulo
Comentem o que acharam
Votem
E até semana que vem
Bjos 😘😘

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