Capítulo 24 - O Popstar ficou com ela.

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O que tinha sido aquilo? Em um momento estou sendo assediada e no outro o cara é empurrado ao chão.

- Lucas?! - disse chocada ao ver o homem caído no chão sem saber o que realmente aconteceu.

- Você está ferrado agora! - disse o homem mas logo alguns seguranças chegaram e impediram que algo a mais pudesse acontecer.

Diante daquela situação várias pessoas pararam de fazer o que faziam e nos olharam.

- Ele estava forçando ela a fazer coisas que ela não queria! - disse o Lucas para os seguranças e seguravam o homem.

- É verdade?

Apenas acenti com a cabeça, eu estava assustada demais para dizer algo. O que mais aconteceria se o Lucas não tivesse me salvado?

- Muito bem, tirem-no daqui! - disse o segurança.

E eu fiquei lá, parada, olhando o homem sendo levado.

- Gente o que aconteceu? - disse a Gabi acompanhada do Caíque.

Quando eles viram minha expressão é óbvio que perceberam o que tinha acontecido.

- Você está bem? - disse o Caíque segurando em meus ombros.

- Estou.

Mas será que eu estava mesmo? Ser cantada na rua era ruim o suficiente, mas ser quase estuprada era a pior sensação da vida.

- Bia, a gente precisa ir embora daqui agora! - ela dizia muito brava - Aonde está o Carlos?

- Eu não sei, ele saiu com um rapaz!

- Deixa que eu o procuro. - disse o Caíque.

Quando me virei para agradecer o Lucas pelo que tinha feito, ele não estava mais lá. Mas eu precisava muito agradecê-lo.

- Bia? O que aconteceu? - disse o Carlos desesperado.

Eu não queria responder àquela pergunta. Naquele momento me sentia um lixo, é como se eu fosse um objeto indefeso.

- Sua mãe chegou! - dizia a Gabi neurótica - Vamos!

Tentei esquecer o incidente durante o percurso até em casa para que minha mãe não soubesse de nada. E no final, combinamos de não contar nada sobre o que tinha acontecido.

- Foi muito bom o show, tia Camila! E no final, os meninos da banda convidaram a gente para uma festinha. - disse ele.

- E foi boa?

- Ótima! - disse tentando parecer empolgada.

No mesmo instante a Gabi me olhou com um olhar de: "Eu avisei que não era uma boa ideia aquela festa." Mas para ser sincera, ela não tinha razão, porque em qualquer lugar aquilo poderia ter acontecido. O que eu não consigo entender é o que se passa na cabeça de pessoas como aquele homem que não se contentam com um "não". Se eu que tinha sido agarrada me sentia um lixo, imagina as garotas que sofreram mais? Homens como aquele deveriam sofrer muito na cadeia.
Chegamos em casa e por muita sorte minha mãe não desconfiou de nada.

- Gente, eu coloquei o colchão para vocês lá no quarto da Bia! - minha mãe dizia - Vocês querem comer algo?

- Não! - disse o mais rápido possível, quanto menos ficasse perto da minha mãe, menos ela desconfiaria de algo.

- E vocês dois?

- Também não. Aquele show sugou nossas energias! Mas foi tão bom! - por sorte o Carlos sabia disfarçar.

- Então boa noite para vocês! - ela mandou um beijo no ar.

- Mãe - disse atraindo olhares assustados dos meus amigos - obrigada por ter me deixado ir.

- De nada, meu amor. - ela me abraçou e me deu um beijo na cabeça.

Fui direto para o banheiro escovar meus dentes, eu queria tirar qualquer resquício daquele homem problemático.

- Obrigada por não terem contado para a minha mãe! - disse vendo meus amigos dormindo naquele colchão.

- Desculpa, Bia! A gente devia ter ficado juntos... Os três! - o Carlos dizia.

- É, Bia.

- Gente, está tudo bem. Ninguém tinha como saber que isso aconteceria! Podia ter sido com vocês também! Está tudo bem, de verdade!

- Se eu não tivesse ficado com o... - a Gabi ia dizer algo mas parou de repente.

- Com quem? - dissemos juntos.

- Gente, esse não é um momento adequado!

- Fala agora!

- Está bem, fiquei com o Vítor! - ela dizia sorrindo.

- Com o Vítor?!

- Conta tudo, amiga!

- Quando ele me chamou, fomos para um canto de mãos dadas. - ela dizia sonhadora - Nisso, ele falou que gostava muito de mim, colocou a mão no meu pescoço e me beijou. - a cada frase que, dizia ela parava como se revivesse o momento - Foi tão mágico, ele beija super bem!

- Estou chocada! - disse.

- Será que vocês vão ficar de novo? - o Carlos dizia empolgado.

- Eu espero que sim! Pela primeira vez eu beijei alguém carinhoso, não foi apenas um beijo de festa, entende?

- Não, nunca beijei alguém que tivesse sentimento no meio! - disse atenta a cada palavra sua.

- Ai, gente! Foi tão especial!

- Mas não foi só você que beijou não, Gabi! O Carlos também!

- Sério? Quero detalhes!

- Não, gente! O menino que eu beijei foi beijo de festa, só nos achamos bonitos e ponto. Mas ele beijava super bem!

- Falando em beijo. - disse - A Alice deve achar que eu gosto do Caíque, porque quando estou perto dele ela faz questão de beijá-lo e ficar me olhando. É muito estranho! - disse olhando sobre meu óculos.

- Ela deve ficar insegura, já que vocês são quase gêmeas. - a Gabi dizia.

O.k. Éramos parecidas, está bem, éramos super parecidas, mas falar gêmeas era demais. Tínhamos o mesmo cabelo loiro, liso e comprido? Tínhamos. O mesmo olho redondo azul? Tínhamos. Mas ela era um ano mais velha que eu e a minha meia irmã era bem mais alta. E éramos completamente diferentes.

- Pode ser. Mas que o Caíque chegou super bravo e preocupado quando foi me chamar, isso ele estava. - o Carlos falava sorrindo maliciosamente.

- Somos amigos, Carlos. - disse - Porque o herói dessa noite foi o Lucas!

- O quê?! - disseram.

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