#CAPÍTULO 46#

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Ariella Young

Oliver estaciona o carro em frente ao hotel e apoia os braços no volante com um olhar distante. Acho que minha vida parece um filme, só pode. Estou completamente sem reação. Justo Oliver... Logo esse homem por quem machuquei uma vez está disposto a me ajudar. Na verdade, ele já fez. Só por eu estar com essa perna engessada é uma grande ajuda. O silêncio prevalece entre nós. Passo a mão nos cabelos que estão bagunçados e olho a rua mais uma vez pensando no que farei. Preciso de alguém que me ajude nessa fase.
- Não acredito que vou dizer isso. - escuto Oliver sussurrar para si mesmo. O encaro, confusa. Já são uma hora da manhã e ainda estamos juntos. Passei o percurso inteiro pensativa. Tenho que decidi sobre o meu trabalho, quem vai ficar comigo na França ou se deixo tudo e volto para o Brasil ou Estados Unidos. É uma decisão complicada, porém é necessária.
- Só tem uma pessoa que pode cuidar de você. - depois de alguns segundos, Oliver se pronuncia atraindo minha atenção.
- Quem? O Nicolas não pode vim. - afirmo.
- A Camilla. - ele me olhou gentilmente deixando um sorriso fraco brotar dos seus lábios.
Franzo a testa.
- Ela está aqui? Na França? - fico de boquiaberta. Lembro que no início quando vi Oliver ir embora, sempre a visitava... Com... Alguma esperança de vê-lo voltar, apesar disso nunca ter acontecido a presença dela foi essencial na minha vida. A considero como uma avó, por ser tão cuidadosa e um amor de pessoa.
- Sim.
- Onde ela mora? - Pergunto, aliviada.
- Na minha mansão. - Oliver responde, pensativo. Seus olhos fitam os meus parecendo desconcertado com a situação. Arregalo os olhos. Não, isso não tem condições. Espero que não seja o que estou pensando.
Não aceitarei.
- O Senhor vai traze-la para o hotel para ficar comigo?- Perguntei, esperando um sim.
-Não, Ariella. Você terá que ficar na minha casa até a sua recuperação. Quero que conversem primeiro e...
- Não! Obrigada pela sugestão e pela ajuda, mas não posso aceitar. - nego com a cabeça. Era exatamente o que imaginava. Ficar na casa dele não tem condições. Por mais que eu o conheça, isso faz muito tempo. Não temos mais aquela intimidade e não quero ser um incômodo.
- Você não está no direito de escolher nesse momento.- seus olhos fitam minha perna engessada. Assinto. Nisso preciso concordar. É a única solução que me resta. Não tenho mais ninguém aqui.
- Não quero ser um fardo. - murmuro.
- Mas já está sendo um fardo. Ao invés de eu estar curtindo essa madrugada, estou aqui com você.- Oliver fala me deixando abismada com suas palavras. O encaro, intrigada.
- O que você... - Altero a voz para protestar, mas ele me impede dando risada para minha surpresa. Pisco os olhos por alguns vezes sem reação.
- Só estava brincando com você. Não se sinta como um fardo, não vai me incomodar e a Camilla gosta de você. Vai adorar vê-la de novo.
- Você sabia que eu... A visitava depois que você foi embora? - minha voz falha e nossos olhos se encontram mais uma vez com ternura.
- Ela me contou tudo e fiquei feliz por não tê-la deixado sozinha, Ariella. Agora me passe seu cartão do seu quarto.- Oliver ordenou estendendo sua mão na minha direção.
- O que vai fazer? - Pergunto, perplexa enquanto entregando-lhe.
- Vou pegar as suas coisas. Amanhã não terei como fazer isso. Estarei no trabalho. - Ele avisa, saindo do carro as pressas.
- Espera, Oliver! Tenho que pagar os dias que fiquei no... - tento gritar com a cabeça para fora da janela, mas ele não me ouve ou finge não me ouvir. Continua caminhando até a entrada do hotel com as mãos no bolso da calça junto com seus seguranças que vão ajuda-lo. Merda. Encosto a cabeça no assento fechando os olhos, e passo a mão no rosto.
- Que droga! - sussurro, enquanto tiro o celular novamente da bolsa. Preciso mostrar para as meninas o meu estado. Ergo o celular, e tiro uma foto com flash da minha perna engessada, e mando para o grupo das meninas, e principalmente para o Nicolas que pelo visto ainda não está online. Fico me perguntando o que será que ele deve está fazendo neste exato momento. Meu amigo faz tanta falta. Espero que não demore para ele vim me ver. Guardo o celular de novo dentro da bolsa. Olho para a rua enquanto Oliver não chega quando vejo Felipe conversar com Verônica  em frente a um hotel próximo do qual estou hospedada. Observo os dois desconfiada. Não sabia que eles se conheciam. Felipe me levou na casa dela, e não me disse nada a respeito dessa amizade secreta. O que eles fazem aqui? É uma pena que minha perna não esteja boa, queria correr até lá e me fazer de desentendida.
Meu celular toca me assustando, e tiro da bolsa vendo o Nicolas no visor fazendo uma chamada de vídeo. Começo a rir. Já imaginava que ele faria isso. Deve está super preocupado. Aceito a chamada de video rapidamente erguendo o celular na minha frente para o ângulo ficar melhor. Desvio o olhar do Felipe no mesmo momento.

  Ariella (A proposta) - 2° LIVRO Onde histórias criam vida. Descubra agora