#CAPÍTULO 54#

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Oliver Walker

Entro no meu carro assim que Ariella foi embora com o motorista Anderson. Eu estava decidido acompanha-la, mas a mensagem que o Nicolas que me mandou me deixou bastante preocupado. Tiro o aparelho do bolso, e abro o WhatsApp para ler novamente com mais calma. Encosto-me no assento do carro.
"Oliver preciso conversar com você. É a respeito de Ariella, soube que ela está em sua casa enquanto se recupera do joelho. Só te peço uma coisa, me ligue assim que receber essa mensagem. Me ligue imediatamente.
Nicolas Collins."

Nunca fiquei tão curioso, e preocupado ao mesmo tempo com uma informação​. Para o Nicolas querer conversar comigo algo a respeito de Ariella deve ser bem sério. Milhares de perguntas se passam pela minha cabeça. O que deve ser? Será que tem haver com a Munique? Porra! A preocupação de não tê-la acompanhado me deixa muito nervoso. Abro a janela do carro, e faço sinal para um dos meus seguranças se aproximarem rapidamente.
- Jeff quero que fique de olho no hospital que Ariella foi. Faça a segurança e qualquer coisa me avise.- ordenei.
- Sim, Senhor. - Jeff assente, indo em direção a sua moto. Camilla passa pelo porteiro da mansão com alguns sacos nas mãos totalmente distraída. Volto a olhar o meu celular e disco o número do Nicolas, mas cai direto na caixa postal. Fico preocupado. Tento mais uma vez. Sem resposta. Observo o meu celular por um tempo quando recebo uma ligação do Breno.
- Pensei que fosse o Nicolas.- murmurei sozinho. Seria melhor ter uma resposta logo. Esse suspense está me matando.
Atendo de imediato.

Ligação ON.
- Alô? - eu disse, assim que atendo a ligação.
- Oliver!
- Diga. - Falo.
- Uma moça um pouco alta de boné rosa entrou na casa do Felipe agora a pouco. - disse Breno.
- Algo suspeito? - Pergunto, olhando para o jardim da mansão pensativo.
- Não. Tudo indica que arrombou por vontade própria.
- Ele mesmo confessou que alguém o contratou. Não foi por vontade própria Breno. - eu disse.
- Só que o Felipe não vai entregar os nomes dos envolvidos. Já faz quase dois meses que investigo a vida desse rapaz. Infelizmente estamos começando do zero. Não vi nenhuma ligação com a Munique ou Osmar. Esses dois ainda estão foragidos.
- Que porra!
- Desse jeito, todos irão virar um suspeito. Não vou descartar Ariella, e você sabe disso. - ele avisa, me deixando irritado.
- Quero que tudo isso acabe.- Digo, secamente. Não quero que Ariella esteja na lista de suspeito de novo, porém não tenho como impedir. Ela foi vista com o Felipe e possivelmente tiveram um namoro. Talvez, mesmo negando sobre não saber quem ele foi ou que não sabia sobre o arrombamento não irão descarta-la.
- Estou fazendo o possível para que tudo isso termine, Oliver. Para os investigadores o tempo é crucial. Não se preocupe. - Breno avisou.
- Okay! Preciso desligar agora. - eu disse, encerrando a ligação intrigado.
Ligação OFF.

Ligo o carro pensando em Ariella. Saio da garagem, e passo pelo portão eletrônico acenando para o porteiro. Aproveito para discar o número dela. Quero saber se já está sendo atendida. Ainda não sei o motivo que o Nicolas quer falar comigo, então pensar que seja sobre a Munique me deixa preocupado. Ariella pode está correndo perigo, mas como Jeff está por perto me deixa aliviado. Fico na linha da chamada a esperando  atender minha solicitação, mas Ariella não atende. Não gosto disso. Quero que as pessoas atendam a porra da minha ligação quando estou ligando. Isso me deixa irritado.  Viro a esquina com o celular em uma das mãos. Tentarei mais uma vez, se ela não atender. Não ligo mais.
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Ariella Young

Observo o médico ortopedista examinar o meu joelho com todo cuidado. O gesso foi retirado para facilitar os movimentos. Meu celular toca com frequência o que me deixa incomodada. É o Oliver. Não sei o motivo para as suas ligação, mas prefiro ignora-lo por enquanto. Me admira ele ter o meu número. Já que foi o Nicolas que passou para melhorar o contato na época em que estava no Brasil. Então, salvei o seu e guardei até hoje. O médico toca no meu joelho, e com uma mão no meu pé, movimenta minha perna com delicadeza.
- Você fala inglês? - Perguntei na minha língua. Seus olhos me encaram com um sorriso.
- Falo sim. Prefere o inglês? - O médico pergunta, aos risos.
- Não falo o francês muito bem, então sim... Prefiro.- eu disse, dando risada.
- Entendo. - ele assente.
- Não vou usar mais o gesso?- Pergunto, com um sorriso largo.
- Calma... todo cuidado é pouco. Ficou em repouso como foi recomendado?
- Sim. - respondo, pensando nesses últimos dias que passei na casa do Oliver. Não lembro de ter feito nenhum esforço, somente a queda que tomei. Meu celular toca de novo, e reviro os olhos.
- Não se preocupe. Pode atender, deve ser importante. - o médico fala enquanto anota algo na sua prancheta e tira as luvas das suas mãos. Sorrio.
- Não é importante. - respondo, bloqueando o celular. Não, não posso ignora-lo assim. Tenho certeza que não vai parar de me ligar. Mandarei uma mensagem. É bem melhor.
- Bem, Ariella. Vou pedir para a senhorita levantar. Ande pela sala um pouco e vamos observar, por favor. - disse o médico, ficando em pé ao meu lado. Arregalo os olhos.
- Estou com medo de cair Doutor. Não sei se... Vou conseguir.- Falo sentindo um desconforto.
- Isso é natural. Você ficou quase duas semanas com o gesso se apoiando nas muletas. É comum essa insegurança, mas preciso verificar como seu joelho irá se comportar. Se vai sentir uma dor ou se ele vai deslocar, porque assim saberei se a cirurgia deverá ser feita ou não. - o médico explica, atentamente. Assinto, nervosa.
- Como se chama? - Pergunto.
- Jean. - O médico responde, com um sorriso gentil. Começo a andar de um lado para o outro pela sala vagarosamente. Sinto meu joelho normal. Sem dor. Parece que tudo está perfeito. Faço esses movimentos de vai e vim umas cinco vezes. Paro de caminhar quando Jean se agacha tocando mais uma vez no meu joelho.
- A patela está no lugar, Ariella. Recomendo que não faça muito esforço como subir em lugares altos ou até mesmo correr. Por ter ficado com a perna imobilizada por dias, é necessário que tenha um certo cuidado porque o gesso foi retirado hoje e é preciso ainda todos os cuidados, mas nada que deva se preocupar. É normal que fique rígido, ou sinta uma sensação de desconforto ao andar novamente. - Jean diz, com paciência.
- Isso é desconfortável de mais. Muito Obrigada. - eu disse, sorrindo.
- Se a patela sair do lugar novamente, será necessário uma cirurgia, está bem?
- Tudo bem, Doutor. Muito obrigada. - agradeço novamente, apertando a sua mão. Jean sorrir enquanto acena pra mim, e saiu do seu consultório indo direto para o estacionamento onde o motorista Anderson está me esperando. Caminho a passos curtos com medo do meu joelho deslocar novamente quando escuto alguém me chamar. Paro de andar. Olho para o lado vendo Apolline perto do seu carro vermelho tirando a sua bolsa marron. Parece feliz com alguma coisa. Ela caminha na minha direção.
- Oi. - a cumprimento com um abraço.
- Quanto tempo, como está? - Ela sorrir.
- Verdade... Estou muito bem. Vim tirar o gesso.- Digo mostrando o joelho.
- Que maravilha, Ariella. - Apolline diz alegremente.
- Sim, e você? Tudo bem? - Pergunto.
- Trabalho nesse hospital pela manhã. Tenho muitas consultas hoje, então... Estou um pouco cansada. - Apolline responde, com um sorriso de satisfação nos lábios.
- Entendo. - murmuro.
- É... E o Oliver? Ele está bem? - Desfaço o sorriso aos poucos antes de responder a sua pergunta. Pelo visto, esses dois já tiveram alguma coisa. Não parece ser apenas amigos. Pela sua forma de perguntar por ele e como quis saber se eu era namorada só indica que sim... Eles tiveram alguma coisa.
- Sim, está muito bem. - Respondo sem graça.
- Você pode mandar um recado? Diga que meu celular foi roubado e que é para ele me ligar.- Ela avisa, tristonha.
- Eu... Aviso... Sim. - respondo, pausadamente.
- Obrigada, Ariella. Agora preciso ir. Até mais. - Apolline se afasta segurando a sua bolsa de grife, e olho para ela que caminha lindamente como se estivesse em uma passarela. Ela aparenta ser uma boa pessoa. Como Oliver a conheceu? Será que eles chegaram a namorar? Prefiro nem saber. Algo me diz que não vou gostar da resposta. Volto a caminhar até o carro quando vejo Felipe correr na minha direção ofegante com um capacete em sua mão. Seus cabelos estão molhados por conta do suor e arregalo os olhos surpresa ao vê-lo aqui.
- Que susto! O que faz aqui? - minha voz quase não sai e o encaro perplexa.
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  Ariella (A proposta) - 2° LIVRO Onde histórias criam vida. Descubra agora