#CAPÍTULO 53#

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Ariella Young

Estico os braços para me espreguiçar assim que escuto alguém bater na porta constantemente​. Ergo a cabeça, sonolenta abrindo os olhos. O quarto ainda continua escuro devido as cortinas que impedem a passagem da luz do dia. Encosto novamente a cabeça no travesseiro, e fecho os olhos para dormir de novo. Nunca fiquei com tanto sono como estou agora. Preciso dormir só mais um pouquinho. Escuto mais três batidas. Bufo.
- Quem é? - Pergunto, sonolenta.
- É a Carla, o senhor me pediu para acorda-la. - Escuto a cozinheira dizer com um tom de voz elevado. Oliver tem várias pessoas que trabalham em sua casa na França, alguns tem dias fixos outros não, porém eu nunca os vejo. Sempre estão trabalhando. Nos Estados Unidos, não me recordo de ter visto tantos funcionários assim.
- Vou daqui a pouco. - Grito para ela poder me ouvir com clareza.
- Ele está sem paciência senhorita Ariella.
- O problema é dele, eu ainda quero dormir. - Reclamo mantendo os olhos fechados. A porta se abre de uma só vez. Tomo um susto. Ergo a cabeça na direção da porta.
- O problema é meu? - Oliver perguntou bufando de raiva. Solto um suspiro.
- Nem venha discutir essa hora.- Estendo a mão com os olhos fechados em sinal de paz.
- Você tem uma consulta.- ele reclama, irritado.
- Eu sei. - sussurrei bocejando.
- Precisa levantar agora. - Oliver rebate em voz alta.
- Eu sei. - Respondo, impaciente. Não gosto quando tentam impedir o meu sono.
- Esta atrasada, Ariella. - ele ressalta irritado.
- Ei! Você não me disse o horário. - Falo em desespero sentando na cama. Oliver cruza os braços vestido socialmente.
- Se arrume. Sairemos em vinte minutos. - Ele diz me dando as costas.
- Espera... Onde está a Milla? - Franzo a testa.
- Ela saiu. - ele responde com rudeza.
- E quem vai me ajudar? - Pergunto, enquanto pego as muletas ao lado da cama.
- A Carla. - Ele responde, enfiando as mãos no bolso da calça.
- Tudo bem. - Digo vendo a Carla entrar no quarto encolhida. Oliver olha para a moça, e depois para mim.
- Adiante, e seja rápida. Não tenho a manhã toda. - Ele ordena, friamente saindo do quarto. Passo a mão no rosto exausta, e olho para Carla que me observa sem jeito.
- Não tem medo dele? - Ela pergunta um pouco nervosa. Quase que sua voz não sai.
- Eu deveria? - Arqueio a sobrancelha​.
- Desculpa senhora, mas ele é muito grosso e os comentários a seu respeito não é dos bons por ele ser muito fechado.
- O que dizem sobre ele? - Perguntei, curiosa.
- Não deveria estar falando isso... Ele é meu patrão. Venha, vou te ajudar no banho.- ela encerra o assunto.
- Espera, agora eu quero saber. Me conta o que falam dele. - peço, segurando o seu braço. Quando entrei na empresa do Oliver para trabalhar como secretária ouvir muitos comentários ao seu respeito sendo bons ou ruins. A maioria das funcionárias no andar que eu trabalhava eram apaixonadas por ele, mas Oliver nunca demonstrou interesse por elas. Deve ser por isso que fui o centro das fofocas e dos olhares sobre mim. Não me importei. Ignorei tudo e todos, porque pude ter a oportunidade de conhece-lo.
Passamos do beijo ao sexo de uma forma maravilhosa, e enxerguei dentro do seu coração o que
ninguém mais enxergava. Um homem incrível. Me apaixonei absurdamente e ignorei todos os comentários que circulavam sobre ele. Ás vezes, ficar atenta em relação a fofocas é bom, mas não pode absorver tudo o que falam, porque julgar sem conhecer não é certo. Me relacionei com Oliver por causa da Karen. Meu objetivo era só conquista-lo, porém depois do nosso relacionamento se eu acreditasse nas pessoas ao invés do meu coração jamais teria dado continuidade ao nosso romance, jamais teria tiro oportunidades de viver bons momentos. Atualmente, tento não julgar tanto os outros. É preciso sempre saber os dois lados da história.
Quando o reencontrei na festa do Lucky seu alerta sobre o Felipe não me fez pensar que foi apenas um ciúmes. Eu realmente fiquei preocupada e queria descobrir a todo custo o que Oliver sabia o que eu não sabia. Talvez, alguém poderia dizer que ele estava mentindo para destruir meu relacionamento com o Felipe, mas não... Eu sentir que Oliver estava dizendo a verdade... Não por ama-lo ainda, mas por conhece-lo.
- Tenho medo dele por ser muito rígido, mas além de ser um homem muito desejado tem pessoas que falam o contrário. Acham o patrão muito safado, que preferem as mulheres novas e virgens, mas eu não sei se é verdade. A única coisa que tenho certeza é que é um homem muito lindo.- Carla deixa um sorriso escapar devido seu comentário.
- Mulheres virgens?- Pergunto, com olhos arregalados.
- Sim. - ela afirma.
- Por que falam isso? - cochicho.
- O patrão já foi visto com uma moça em um restaurante. Ela era bem jovem, depois falaram que ela perdeu a virgindade com ele e que no final não ficaram juntos. - Arregalo os olhos, incrédula. Essa história eu não tinha conhecimento.
- Como ficou sabendo disso tudo? - Pergunto, abismada. Apesar de ser somente fofocas, isso me deixa chocada.
- Eu conheço pessoas que conhece a tal garota, mas não sei se é verdade. E também a foto deles saiu nos sites de fofoca e tudo.
- E ele já te tratou mal ou demonstrou algum interesse em você? - Perguntei, curiosa.
- Não, nunca tentou nada. Muito pelo contrário... Trata todos com frieza, profissionalismo e na base do respeito. O Sr. Oliver nunca me desrespeitou. - ela explicou, com um sorriso amigável.
Balanço a cabeça atentamente​.
- Não tenha medo. Oliver é assim, mas tem um coração bom. - eu disse, com um sorriso fraco. Carla da um sorriso gentil e me ajuda a ir ao banheiro dando o assunto como encerrado.

  Ariella (A proposta) - 2° LIVRO Onde histórias criam vida. Descubra agora