[ROMANCE] Skinny Love

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Skinny Love: when two people love each other but are too shy to admit it, even though they still show it

Hazel era uma garota misteriosa. Sempre usava as mesmas roupas escuras. Sua expressão; pensativa, como se vivesse em outro mundo ou desejasse estar em outro lugar.

Essa garota tão enigmática atiçava a curiosidade de Henry, a seu nível mais extremo. Ele sempre se perguntava o que passava na cabeça da garota de olhos azuis, por vezes, tão sombrios quanto seu temperamento.

Ela sempre ficava sozinha na biblioteca, olhando para a imensidão de livros ao seu redor. Os cabelos se soltando do coque no alto de sua cabeça, deslizando livremente pelos ombros.

Ele sempre a observava a duas prateleiras de onde Hazel sempre se sentava. Porém nunca teve coragem de falar com ela. Sempre que tentava as palavras se enroscavam em sua garganta.

Como de costume, no intervalo de uma quinta feira comum, ela estava lá. Seus olhos focados em livro que tinha em mãos, enquanto Henry fingia procurar um livro entre as prateleiras, admirando-a pelo espaço vazio entre dois livros. Tão perdido entre as cascatas loiro prateadas da garota, que nem percebeu o amigo se aproximando.

-Limpa a baba, Eilish - uma voz atrás de si comentou em tom de deboche.

O moreno se afastou da prateleira com um salto. O coração acelerado contra o peito pelo susto. Ele se virou.

Noel sorria de lado, como se a falta de coragem do amigo de falar com Hazel o divertisse. Henry o censura com o olhar.

-Você devia falar com ela- sugeriu. O garoto revirou os olhos. Como se ele não tivesse pensado em fazê-lo antes. Ele tentara várias vezes, mas as palavras sempre pareciam entaladas em sua garganta se recusando a sair.

Noel colocou suas mãos nos ombros de Henry e com um leve empurrão, incentivou-o a sair de seu esconderijo entre as prateleiras.

O garoto deu apenas dois passos, antes de esbarrar em alguém. Seus corpos se chocaram e os livros caíram no chão em um estrondo.

Henry sentiu o sangue subindo pelo rosto, as bochechas logo queimando de vergonha. Ele lançou um olhar fulminante para Noel, que segurava o riso encostado na prateleira mais próxima, e se abaixou, recolhendo os livros do chão.

Murmurando um pedido de desculpas, o garoto de olhos cor de mel entregou os livros à garota. Supôs que era uma garota, pelas mãos delicadas e macias. Com a cabeça baixa, ele se afastou.

-Henry, espera- a garota lhe chamou.

Ele girou em seus calcanhares, por um momento imaginando que, por alguma ironia do destino, havia esbarrado com Hazel. Contudo, estava enganado.

A loira observava a cena, sentada na poltrona que poderia chamar de dela. Os olhos azuis como o oceano analisando tudo. Seu olhar se encontrou com o de Henry. Uma corrente elétrica percorreu seu corpo. As borboletas voando em seu estômago.

Ela desviou o olhar, com as bochechas coradas. Seu olhar fixo no livro em suas mãos. O coração disparado em uma corrida que somente ele percebia.

Luce, a morena com quem ele esbarrara lhe entregou a folha que caíra no chão junto com seus livros.

Todas as palavras que ele nunca pode dizer a garota sentada a alguns metros de distância, retratadas em uma singela folha de papel, na forma de um desenho.

Henry conseguira retratar tudo o que sempre admirava em Hazel, dos fios loiros de seu cabelo, que caíam suavemente em seu rosto alvo as pontas de seus dedos, que seguravam tão cuidadosamente o livro, como se fosse um objeto tão precioso que temia danificá-lo.

O garoto agradeceu, sem jeito, a morena e tomou seu segredo mais profundo em suas mãos. Luce apenas assentiu com um olhar tristonho, e caminhou até a saída, ajeitando os livros em seus braços.

Com mais uma olhada em Hazel, Henry saiu sem dizer uma palavra, mais uma vez, sua timidez o vencera.

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