[ROMANCE] Let Me Love You

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Eles eram os criminosos mais procurados de todo o país. Suas cabeças cobiçadas por gente de todo o tipo, de policiais a grandes mafiosos.

Austin e Ilya causavam alvoroço por onde passavam. Formavam o melhor time de criminosos que o mundo já viu. As únicas coisas que lhes importava eram o dinheiro e a paixão que sentiam.

Eles se amavam perigosamente. Mais do que o ar que respiravam.
Pecadores queimando a beira do caos do inferno, sentados na ponta de um penhasco, vendo a fumaça espiralar para os céus e os espelhos se quebrando em pequenos pedaços brilhantes no chão.

Austin e Ilya eram cúmplices de crime. Bons no que faziam. Ninguém conseguia pegá-los.

Suas noites eram sempre agitadas, regadas pela adrenalina da fuga. O dinheiro espalhado por todos os lados do motel, enquanto eles se perdiam um no outro.

Porém, agora eram crianças perdidas neste mundo de reviravoltas. Eles encontraram a evidência. Suas impressões digitais por todo lugar. Suas verdadeiras faces estampadas em cada esquina, prometendo fortunas para quem os pegassem.

 Suas verdadeiras faces estampadas em cada esquina, prometendo fortunas para quem os pegassem

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"Não durma" ela repetia a si mesma.

Eles tinham milhões de milhas à frente. Precisavam atravessar três fronteiras e inúmeras linhas secundárias até a cidade mais segura. Os dias passaram a ficar cada vez mais obscuros. O céu sobre suas cabeças era uma decepção cinza, um coração partido.

"Nunca vou te deixar, nunca vou te decepcionar" sussurrara Austin em seu ouvido horas antes.

Dias a fio viajando de cidade em cidade, fugindo como se as vidas dependessem deles disso.

"E dependem" resmungou amargamente para seus pensamentos, os olhos focados no horizonte sem fim de milhares de milhas de distância.

Aquela viagem tinha sido um caminho para o inferno. Fadada ao destino assim que o ponteiro no painel do carro indicou que estavam quase sem combustível. Os dirigindo a ponta de uma faca, que logo, seria pressionada contra seus pescoços...

Então, a polícia os encontrara. Em piscar de olhos, lá estavam eles, com seus uniformes azuis apontando as benditas lanternas em suas caras. O olhar exasperado de Ilya encontrou o dele, todas as palavras que nunca disseram exprimidas em um único olhar.

Logo, eles dispararam para o prédio mais próximo, empurrando as portas do edifício em um estrondo metálico. Os policiais no encalço deles praguejavam como marinheiros, ofegando copiosamente, pelas escadas. A persistência daquele sentimento de liberdade morrendo a cada arfada, substituído pelo desespero de um espírito selvagem prestes a ser aprisionado.

Os dois corriam e corriam como se o diabo estivesse atrás deles. Correndo de seus pecados. Fugindo do inevitável, para onde ninguém pudesse os encontrar. Mas não havia saída, era morte ou prisão.

Na beirada do telhado, encarando a escuridão, o implacável chão sob eles, os metros que lhes separavam da morte. Os ventos lhes ricocheteavam os cabelos, a adrenalina invadindo seus corpos, dizendo que nada era impossível.

A mão dele na dela, apertadas como dois navios à deriva, as juntas brancas pela força do aperto.

"Vamos conquistar o mundo." prometeram uma vez.

Essas palavras ecoaram pela cabeça de Ilya quando pularam. A gravidade puxando-os a seu encontro. Onde o fim daquelas aventuras os esperava.

Todos se perguntavam por que Austin e Ilya pularam, mas eles nunca iriam entender a honra entre os ladrões...

[CONTOS] histórias engarrafadasWhere stories live. Discover now