Capítulo 7

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AVISO E SPOILER: Esse capítulo contém cenas de sexo. Se você é menor de idade ou se sente desconfortável com isso, sugiro que não leia.

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"A verdade é um duelo de percepções em que as pessoas só enxergam o que podem enfrentar. Não importa o que você vê, mas sim o que você enxerga."


-Na empresa do seu pai.

Respondi, deixando as ultimas palavras morrerem com o silencio.

-Seu pai trabalhava na empresa do meu pai? – Ele perguntou meio espantado e me encarando esperando que eu dissesse que era alguma brincadeira. Infelizmente não era.

-Ele não era nenhum executivo, só um simples empregado mesmo, mas sim, ele trabalhava lá.

-Faz quanto tempo isso mesmo?

-Dez anos. Tu devia ter uns 6,7 anos e não se lembra, nem eu mesmo lembro muito, mas o caso teve bastante repercussão.

Comentei, acabando por dar fim em suas duvidas. Não reparei mais na reação que ele estava tendo ao digerir aquilo, pois eu mesmo estava tentando lidar com minhas próprias questões.

-Kim... isso é sério? – Ele rompeu o pequeno silencio que fazíamos no quarto.

-Porque eu mentiria sobre isso?

-Calma... Que loucura tudo isso. – Dizendo isso ele soltou o ar que parecia estar preso a bastante tempo. – Espera, então você já sabia disso quando nos aproximamos?

Essa não era bem a pergunta que ele deveria ter feito, esperava que ele chegasse logo à outra conclusão, mas podia entender seu estado de espírito e em como ele tinha ficado surpreso com tudo.

-Sempre soube.

-O que você esperava exatamente com isso?

O que eu esperava? O que eu esperava com aquilo? Quase soltei um riso sem humor algum quando me lembrei que esperava vingança com tudo aquilo, mas me reprimi quando vi que tinha dispersado e aquela palavra já tinha deixado de fazer algum sentido. Agora eu não sabia o que lhe responder, porque eu mesmo não sabia mais o que esperava, ou o que ia fazer, com aquela situação.

-Você queria ajuda pra descobrir a verdade, não é mesmo?

-O que??? – Me surpreendi ao ver que ele tinha chegado naquela conclusão, dos males, o menor.

-Sim... porque assim seria muito mais fácil, claro. – Ele dizia pra si mesmo, como quem acabar de desvendar um mistério.

-E você me ajudaria com isso?

Perguntei meio chocado e olhando pra ele depois de um tempo, duvidando que ele fosse capaz mesmo de fazer tal coisa. Em todas as minhas hipóteses, ele, no mínimo, iria querer ficar longe disso. Era o mais certo a se fazer, mas, sem pensar muito, ele apenas confirmou:

-Ajudaria. Não deve ser muito difícil descobrir. – Respondeu confiante. – E se é isso que você quer, a gente pode conseguir.

Completou, me deixando ainda mais encafifado com aquilo. Não. Não era aquilo que eu queria. Desde o começo, quando entrei nessa enrascada, meus objetivos passavam longe disso. Eu nunca quis descobrir a verdade, porque pra mim, a verdade já estava muito clara e resolvida. Meu pai era inocente, eu sempre tive aquilo como uma certeza e nada iria me mudar, não até me ver aceitando aquela sua proposta.

-Mas agora não é hora pra isso, prometo que nós vamos ir atrás de tudo e vamos botar um ponto final nessa história. Mas enquanto isso não acontece, bora descansar um pouco? Eu tô vendo como toda essa história mexe contigo e prometo te dar carinho até você dormir.

Pela Honra do Meu PaiHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin