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Eles sempre foram melhores amigos, mas nem parecia... Breno e Donald passavam horas implicando um com o outro. Até que tudo mudou em apenas um impulso! E nem mesmo uma pandemia conseguiu afastá-los. Descubra agora mesmo essa é uma história sexo, amizade, amor ou de tudo um pouco.

 Descubra agora mesmo essa é uma história sexo, amizade, amor ou de tudo um pouco

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"Meu Deus! Será que ele tá sabendo da ameaça de divórcio? Ele largou a faculdade de direito? Que loucura.", eram algumas das mil conjecturas que eu fazia, naquela manhã fria de uma sexta-feira de maio de 2008.
O que teria acontecido para trazer meu sonho de consumo de volta ao Brasil? Chad não me deu muitos detalhes via Face. Só disse que eu era a única pessoa na qual ele confiava para pedir ajudar naquele momento. Ou seja, ao mesmo tempo que estava ansioso, dentro do táxi que me levava ao aeroporto, já que finalmente eu reencontraria o polaco mais lindo do mundo, estava morrendo de vergonha de mim mesmo. "Putz, eu tô dando pro pai dele..., que está prestes a se divorciar! Ele nunca me perdoaria se descobrisse." Minhas estruturas estavam bem abaladas.
Lá estava eu, na plataforma pela qual surgiria o Chad, a qualquer momento. Eu chacoalhava minha perna incessantemente, ao lado de outras pessoas que esperavam por parentes ou amigos. Foi quando meus olhos se arregalaram e meu coração disparou. Vi materializado na minha frente a versão adulta do protagonista das minhas punhetas pré-adolescentes. Loiro, olhar penetrante, andar decidido. Corpo forte, deliciosamente apertado numa blusa de lã gola alta e na calça jeans, que valorizava seus pernões. Quando me viu, abriu um sorriso. Não era largo igual ao do pai, mas era sincero e encantador, ao seu modo. Parecia menos alto que nas fotos e estava simplesmente lindo.
- Hey! - o sotaque norte-americano veio à tona, logo de cara - Gael! Tudo bem?
Nosso abraço foi tão apertado e espontâneo que mal consegui responder, gaguejando:
- Tu-udo, e você? Como foi a viagem?
- Foi ótima! Longa...
Rimos.
- É estranho voltar. Mas era necessário.
Gelei. Quase perguntei o porquê, mas era tão evidente, que me calei e saímos dali falando sobre outras coisas. Chad foi pegar sua bagagem, arrumamos um táxi e seguimos em direção a casa dele, falando sobre nossas vidas, sobre como mudamos e como foi divertido quando moramos e estudamos no mesmo lugar. Rimos e trocamos olhares que misturavam nostalgia e alegria. Às vezes ele prolongava aquele olhar pra mim. Parecia transpassar até a minha alma! Eu olhava pro lado, se não era capaz de dar alguma bandeira.
- Então você está trabalhando com o papai. - disse ele.
Engoli seco:
- Eh... Sim.
- E está gostando do escritório?
- Si-im!
Só depois notei o quanto aquele "si-im" saiu ambíguo.

Em pouco mais de meia hora, estávamos na casa da família. Linda quase caiu pra trás quando viu o filho ali:
- No kidding! Chad!
Ela começou a chorar muito quando o abraçou. Até saí de perto. Ok, eu não tinha nada a ver quando os problemas que surgiram entre o Carlos e a Linda, mas aquele sentimento de culpa estava me atormentando. Enfim. Ouvi a Linda ligar desesperada para o meu padrinho e logo ele estava ali também.
Quando Carlos chegou, voltei para a sala. Abraçou o filho, bastante espantado.
- Nós quatro juntos de novo! - exclamou Chad, se soltando do pai.
Troquei um olhar sem graça com Carlos, que disfarçou e começou a dar bronca no filho:
- Ok. Agora me explica o que você está fazendo aqui antes do seu semestre na faculdade acabar!
Chad fechou a cara na hora e respondeu:
- Acho que você sabe melhor que eu, daddy. E eu tranquei a faculdade.
- What?! - Linda estava chocada.
Bom, todos estavam. Eu, mais uma vez, saí de perto e os deixei conversando. Porém, o clima esquentou e deu pra ouvir alguns gritos, mesmo indo para o jardim da casa.
- Eu avisei logo que eu entrei nessa faculdade que eu não tinha certeza da minha vocação, papai! - Chad berrava.
- Ah sim, claro! Esqueci do teu desejo de ser músico durou... O quê? Três meses? - retrucava Carlos.
- Eu nunca deixei meu amor pela música de lado, papai! Esse é um assunto resolvido!
E a discussão prosseguiu. "Esse pedaço de mau caminho, músico? Que sonho!", pensei. Mesmo nos momentos de maior tensão, meus hormônios nunca me deixavam em paz.
Ouvi uma porta se bater. Chad surgiu andando na minha direção, muito nervoso:
- Gael, preciso resolver uma coisa. Vem comigo!
Mal disse isso e já foi voltando para dentro. Eu o segui:
- Chad, eu preciso trabalhar depois do almoço.
Passamos pela sala, na qual Carlos e Linda estavam sentados, ambos com semblantes tensos.
- O papai te dá folga por hoje! - disse ele, num tom irônico - Não é, "sir Carlos"?
Nem obtivemos resposta, mas como eu conhecia bem os olhares do "sir Carlos", sabia que teria aval para acompanhar o Chad, fosse no que fosse.
Havia esfriado mais. Chamei um táxi, enquanto o polaco magia (denominação péssima, eu sei) fuçava suas bagagens, em busca de um cachecol.

O ProtetorWhere stories live. Discover now