Prólogo

4.9K 398 336
                                    

[APARTAMENTO UNIVERSITÁRIO 512 | DOMINGO - 1º DE OUTUBRO, 2017]

— LILY EVANS! — O grito de Marlene veio como um caminhão desgovernado, acertando sua cabeça (já totalmente dolorida da maldita ressaca) com força enquanto a garota irrompia pela porta do quarto, um maço de papéis na mão e a expressão de "estou-prestes-a-enfartar-e-a-culpa-é-sua" estampada em sua face.

— Que merda-? — Lily começou a perguntar, a voz rouca pelo desuso (e também pelo alto teor alcóolico ainda presente em sua corrente sanguínea, mas ela podia ignorar essa parte e fingir que nunca existiu), enquanto tentava se desenrolar das cobertas que eram uma bagunça à sua volta.

— QUE MERDA? QUE MERDA? EU QUE PERGUNTO, SUA IDIOTA! — Por alguns instantes, Lily perguntou-se se Marlene estava prestes a entrar no Guinness Book pelos altos decibéis de sua voz. Provavelmente. Era algo preocupante, na verdade, principalmente porque era para ela que todo aquele som estava sendo direcionado. — OLHE ISSO!

— O que- — Mas então os papéis que Marlene segurava, os quais Lily percebeu se tratarem de várias revistas de fofocas, voaram diretamente para o seu rosto, batendo com força e fazendo-a ofegar.

— APENAS PEGUE ESSA MERDA E OLHE! EU NÃO POSSO ACREDITAR! VOCÊ DISSE QUE NÃO GOSTAVA- VOCÊ JUROU QUE IRIA PARA CASA! VOCÊ- EU NÃO ACHO QUE POSSO CONFIAR EM VOCÊ NOVAMENTE! VOCÊ É UMA FARSA! — Descontrolada não era nem perto do que Marlene parecia. Ela estava lívida. Suas bochechas estavam coradas e seus olhos azuis estavam brilhantes e ela parecia perto de cometer um assassinato em massa (exceto que a única pessoa naquela sala além de Marlene era Lily, o que apenas tornava tudo mais assustador).

Lily gemeu.

Era apenas surto demais para que ela suportasse àquela hora da manhã – ou seja lá qual fosse a maldita hora (era cedo para ela de qualquer forma) – com uma ressaca gigantesca, olhos doloridos e garganta parecendo cheia de cascalhos. Ela queria dormir, pelo amor de Deus! Será que era tão difícil de entender?

— Marley... estou vendo que você está furiosa e tudo o mais e imagino que tenha algo a ver comigo, mas é cedo e eu estou com essa fodida dor de cabeça e eu gostaria muito de aproveitar meu dia de folga e- — Desta vez foi a chinela de Marlene que cruzou voando em direção à cabeça de Lily e somente por um reflexo ágil que ela conseguiu se esquivar (ela certamente teria de agradecer tais habilidades à sua mãe por aquelas aulas de dança que ela insistiu para Lily participar no quinto ano). — Mas que mer-?

— Lily Evans. Leia. Essa. Merda. Agora! — E a expressão de Marlene deixava bastante claro que ela continuaria atirando coisas até que Lily fizesse o que ela estava pedindo.

Com um suspiro estrangulado - um pouco exagerado apenas para mostrar quão desgostosa ela estava com toda aquela situação para Marlene - Lily puxou uma das revistas. Era uma edição do Profeta Diário e, abaixo do título (o qual Lily sequer se preocupou em ler porque, honestamente, qualquer coisa escrita por aquela revista tinha de vir com um carimbo de "MENTIRA" estampado em todas as páginas) o nome de Rita Skeeter estava escrito.

Lily rolou os olhos.

— Você sabe que não deveria ler o que essa mulher escreve, Marlene! — Bufou e ergueu o olhar para a amiga que continuava no modo "prestes-a-te-matar".

— O título! Leia o maldito título! — Marlene resmungou, entredentes.

— Mas por que- — Lily não prosseguiu com a indagação, pois, no instante em que voltou os olhos para a revista, uma imagem granulada chamou sua atenção, fazendo-a ofegar.

PopstarWhere stories live. Discover now