Be My Last

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Mãe me diga, por que criamos certas coisas se um dia nós mesmos vamos ter que destruí-las?

Colagem despedaçada. Essas mãos que não conseguem segurar nada não querem mais soltar a sua mão.

Esforçamos para compensar nossa falta de experiência. Foi um amor errado, mas não foi um erro.

Essas mãos que não conseguem segurar nada, até onde eu sonhava?

Prefiro te ver por uma hora esta noite a esperar ser unidos um dia.

Essas mãos não conseguem segurar nada

Quem fingia ser adulto?

Seja meu último... Seja meu último... Seja meu último... Seja meu último... Quero que você seja meu último...

Recepcionou com um grande sorriso mais convidados que passavam pelas gigantes portas de madeira. Soltou um suspiro dando alguns passos ao interior do ambiente, o sorriso estonteante morrendo no rosto ao notar que estava sozinha. O corpo com gloriosas curvas coberto pelo vestido tomara que caia bege que sua irmã mais velha obrigou. Sua vontade era colocar o fiel vestido negro para mostrar todo o seu luto pelo evento. Levantou as mãos a um dos arranjos que decoravam o local acariciando a delicada flor branca. Soltou o ar pesarosamente passando as mãos pelos cabelos negros sem se importar muito de se mostrar descabelada, olhou ao redor se deparando com a cena. Deu lentos passos em direção ao canto do salão, o som do salto batendo contra o chão entre os murmúrios. Entrou no corredor aumentando um pouco a velocidade, um nó se formando na garganta. Ergueu um pouco o vestido para não pisá-lo ao subir as escadas, o coração se contraindo dentro do peito.

Entrou na sala principal encontrando os rostos familiares com expressões distintas. Alguns pareciam felizes e excitados, já outros nervosos e confusos. Sendo os dois últimos direcionados a recém chegada. Sorriu de maneira forçada e atravessou a sala parando rente a uma porta fechada, o coração batendo de forma lenta e torturante. Fechou os olhos e respirou fundo ao colocar a mão na maçaneta, sentiu o corpo suar frio e os olhos começarem a pinicar. Engoliu em seco expulsando tudo aquilo que se negava a sentir girando a maçaneta e empurrando o material de madeira. Deslizou para o interior da pequena sala se encostando na parede notando duas pessoas ali, sua atenção fixou no chão ignorando qualquer outra coisa. A reviravolta na barriga a deixando ainda mais descontente.

– Demi!

Escutou a pronuncia de seu nome ser dita com animação. Engoliu em seco decidindo se deveria erguer os olhos, a visão seria magnifica e aterrorizante. O céu e o inferno. O som do salto se aproximou e pela visão periférica notou o vestido da Dama de Honra.

– Melhor deixar vocês duas sozinhas. - A loira anunciou com a voz melódica ao abrir a porta.

O bater da porta deixou o silêncio se instalar no pequeno aposento. Cerrou os dentes e fechou os olhos antes de soltar uma risada nervosa. Ergueu a visão com um sorriso conformado no canto dos lábios vermelhos. A mulher do outro lado vestia o mais lindo dos vestidos de noiva. Pequenos brilhantes desenhavam o tecido cintilante e a calda era simplesmente majestosa. Um pequenino, porém charmoso brinco de diamante fazendo par com o colar entorno do pescoço. Os cabelos castanhos presos em um penteado sofisticado deixando finas mechas soltas pelo rosto.

– Preferia ele solto. - Disse com a voz rouca e suave apontando para o cabelo.

A mulher riu encolhendo os ombros a encarando com um sorriso descrente.

Ones-Shot SemiWhere stories live. Discover now