Extra 1 - Damien

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O Dia da Independência estava sendo intenso, principalmente porque era a primeira vez que eu o passava no posto de primeiro-cavalheiro. Eu sempre havia passado essa data com meus pais e minha irmã. Costumávamos viajar até Nova York para ver os fogos de artifícios e quando eu era pequeno aquelas cores bonitas explodindo no céu pareciam mágica.

Sorri, alheio ao tom irritado de Margot, que xingava Thomas.

━Thomas, você ainda não está arrumado?!

━Não, me deixe em paz! -ele a ignorou e caminhou até mim

Uma Margot furiosa o seguiu. Ela me olhou com desespero por eu não falar nada.

━Damien! Ponha algum juízo na cabeça dele! A agenda de hoje está cheia, temos o almoço com os familiares dos militares, depois ele precisa gravar uma mensagem para ser transmitida...

━Margot, acho que ele sabe ser presidente. -murmurei baixinho com medo de que ela pulasse no meu pescoço em seguida

Thomas abraçou-me pelos ombros, me presenteando com um sorriso lindo e de tirar o fôlego.

━Você não me ajuda, Damien! -ela bufou- Thomas fica te olhando igual um idiota quando saem para algum evento. -revirou os olhos- Ele preferiria ser seu marido do que presidente.

Ela saiu da sala pisando duro e com o rosto retorcido com impaciência. Os cabelos estavam mais compridos, mas ela continuava usando o mesmo estilo de roupa, seus terninhos elegantes. Aproveitei a saída dela e empurrei Thomas contra a parede da sala.

━Será que vai sobrar espaço na sua agenda para mim? -perguntei, sorrindo de forma divertida enquanto arrumava sua gravata

Sua barba estava rala e não importava quantas vezes Margot dissesse que ela lhe dava uma aparência desleixada, Thomas não tirava porque sabia que eu a amava. Quando ele me beijava sua barba raspava na minha pele e eu adorava os arrepios que me causava.

Thomas pegou minha mão direita e levou-a até os lábios, depositando um beijo em cada dedo.

━Sempre, príncipe.

Quase derreti com o seu olhar. Apoiei minhas mãos em seu peito e inclinei-me para beijá-lo.

Já haviam passado 8 meses desde que estávamos juntos. Eu não podia acreditar. Às vezes ficávamos nos olhando, meio que em transe, sem saber se aquilo tudo era real, então subitamente éramos arrebatados para dentro do furacão que era a política americana. Nesses momentos tínhamos de erguer a cabeça e ignorar as fofocas e especulações.

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O almoço com os militares e suas famílias tinha sido melhor do que esperávamos. Eu estava apreensivo sobre como eles reagiriam a minha presença, mas felizmente todos foram muito simpáticos comigo. Margot parecia nosso cão de guarda, sempre atrás de nós com uma expressão quem alertava as pessoas de que não deveriam ser hostis conosco.

As fotos oficiais foram tiradas ao final do almoço, que para minha surpresa incluía meus tão amados camarões! Descobri que, a pedido de Thomas, alguém havia feito a comida especialmente para mim. Enquanto o resto das pessoas comiam churrasco, cachorro-quente e comidas tipicamente americanas eu comia meus tão amados camarões. Comi até me sentir cheio e uma sensação de felicidade tomou conta de mim ao ver tantos pratos deliciosas ali. A maioria tinha sido preparada pelos familiares dos militares, alguns dos quais haviam voltado de uma operação no Iraque e na Líbia.

As sobremesas incluíam tortas de maçã e bolos de chocolate enfeitados com a bandeira estadunidense. Eu estava tão feliz que não me importei com mais nada a não ser em comer.

O PresidenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora