Deixe o tempo cicatrizar...

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Bonnie

Quando dei por mim já estávamos desembarcando de volta na nossa cidade natal. Tyler dormiu a viagem inteira e só foi me questionar no dia seguinte, quando chegamos em minha casa.

"Como isso foi acontecer Bonnie?"

"Nem eu sei." Tyler parou pra me ajudar com as malas, enquanto eu tentava pensar em como fazer ele confiar em mim e não contar a ninguém o que havia acontecido em Portland.

"E o que você pensa em fazer?"

"Eu já disse que não sei!" Falei rispidamente. Nessa hora Tyler me puxou de frente pra ele me encarando.

"Bonnie, você não pode casar com aquele cara. Você provavelmente nem gosta dele!"

"E se eu gostasse. Isso seria tão horrível pra vocês?"

"Você está me perguntando, porque está temendo a reação dos outros?"

"Eu acho que agora já não faz diferença." Eu disse desviando o olhar.

"Faz toda a diferença. Pode não parecer, mas todo mundo vai pirar. E..."

"Então, você vai fechar a boca e não vai falar nada. Nem pra Elena e nem pra mais ninguém." Afinal, Elena não conseguiria me ajudar. Ela iria é me atrapalhar mais. E se ela souber... logo, Stefan e Damon saberiam e tudo só iria ferrar mais com a minha vida.

"Você está com medo dele?" Tyler começou a andar de um lado para o outro, parecendo muito nervoso. "Ele te ameaçou não é?"

"Não te interessa!" Gritei de raiva. Não queria Tyler pra se meter na minha vida. "Nós nunca nem fomos amigos." Éramos próximos por causa de Caroline e Jeremy.

"Mentira! Eu sei que não somos tão próximos como a Elena, Carol ou Matt. Mas, eu te conheço desde criança. Desde o jardim de infância."

Eu não estava pronta para aguentar mais um pouco de carga emocional, mas Tyler não quis facilitar. Ele começou a falar sobre nossa infância até a nossa relação estranha com o sobrenatural. E como eu morri pelo menos três vezes e retornei mais forte. Ou em como eu salvei sua vida tantas vezes. E que portanto, isso já era o suficiente pra ele se sentir responsável por mim, ou se intrometer na minha vida.

"Somos dois seres sobrenaturais, lutando pra manter algum controle sobre as nossas vidas. E, talvez, sozinhos... nós não iremos conseguir vencer essa batalha." Suas palavras agora já não faziam diferença e sua boa intenção não iria me salvar dessa confusão toda. Na verdade nossa conversa era pura perca de tempo.

Nesse intervalo, meu celular tocou. Havia uma mensagem que Kai havia me mandado me deixando ainda mais em pânico:

"Vá até o porta malas da sua BMW. Tem uma surpresa pra você lá." Fiquei arrepiada ao ler aquilo.

"Bonnie, o que foi?" Ignorei Tyler e segui pra fora da casa aonde eu deixava estacionado meu carro que, há semanas, eu nem estava usando. Ao abrir o porta malas, me deparo assustadoramente com Lucy. Por um instante, eu entrei em pânico achando que ela estava morta.

"Tylerrrr!" Eu gritei tremendo de pânico. Lucy estava amarrada, suja e inconsciente, mas estava viva. Tyler assim me ajudou a tirar minha prima dali e carrega-la para dentro. Eu usei um pouco de álcool num pano pra tentar acorda-la. Lucy despertou completamente desnorteada e aterrorizada. Eu nem precisaria perguntar quem fez isso com ela.

Aquele cenário bizarro parecia um déjà vu, com a diferença que no lugar de Lucy, era eu presa no mundo prisão, sendo amarrada e dopada e depois jogada no porta malas do Camaro do Damon. Essas lembranças só me atormentavam mais. Kai estava ali pra me fazer relembrar meus próprios traumas, enquanto me mostrava o quanto ele poderia machucar as pessoas que eu amava. A verdade que aquilo era apenas mais um aviso bizarro de Malachai Parker.

Lost in ParadiseWhere stories live. Discover now