Nosso Conto de Fadas

E a história fica mais bizarra

Oii gente <3

Lizzie

Entro no carro, olho para ele pela janela e ele me encara de volta. O carro entra em movimento, ele fita o carro e eu o olho até que o carro dobra e nossa conexão é quebrada. Desvio o olhar da janela, encosto minha cabeça no banco do carro e fecho meus olhos.Suspiro, talvez esteja encrencada. Rodrigo fez com que me sentisse bem, leve, divertida como há muito tempo não me sentia, não na companhia de alguém. Eu sou feliz, mas sempre fui feliz sozinha, solteira, saia com os caras e em todas vezes era como se algo estivesse errado, como se não nos encaixasse, uma forçação de barra. Meus namoros, os poucos que tive, foram sempre fadados ao fracasso, sempre a sensação que estava errado e sempre estava. Eu tinha assumido que era uma dessas pessoas que nasceram para ficar sozinhas e tudo bem, eu era feliz solteira. A sociedade precisa aceitar que algumas pessoas simplesmente podem ser felizes sozinhas. Mas hoje eu tinha me sentido diferente e talvez eu não fosse uma dessas pessoas.

Rodrigo é um cara legal e intrigante. Quero saber, porque às vezes tem um olhar perdido, sombrio, atormentado. Na minha cabeça, atrás de cada olhar há uma história e eu quero saber a sua. Quem sabe o ajudar!?

Sorrio de mim mesma, pareço uma adolescente boba que sai com o cara e já imagina casados e com filhos. Deve ser o sono, estou exausta...

-Como foi a noite diva?

A voz de José me tira dos meus devaneios.

-Poderia ser bem melhor se certos amigos não fossem tarados.

Abro os olhos e viro o rosto para ele que está no meu lado, sentado no meio entre eu e Elle. Tento parecer irritada.

-Só estava difundindo minha arte.

Faz um beicinho ridículo.

-Pegando nas bolas dos polícias?

Sorri maliciosamente e pisca pra mim.

-Não nesse caso eu estava apreciando a arte.

O motorista nós lança um olhar "vocês são malucos?".

-Na próxima vez eu vou te deixar preso.

-Não seria capaz.

Lanço o olhar Lizzie cadela do mal, o mesmo que uso para intimidar no tribunal.

-Paga pra ver.

Ele apenas sorri, sabe que não seria capaz. José era meu melhor amigo sempre esteve comigo quando precisei. Era parte da minha família assim como era parte da sua.

-Dá bola não José, isso é falta de sexo. Tensão sexual.

Elle se intromete na conversa.

-Você ia tranzar com o senhor delicia?

José berra. O motorista nos olha apavorado, não seria estranho se ele nos levasse para um manicômio.

-Por que não grita mais alto, José?

-Você estragou os planos do casal, josé.

Elle continua.

-Não acredito.

-Um empata foda, você.

Reviro meus olhos.

-Parem de falar da minha vida sexual.

-Falta dela né, queridinha!? Mas não se preocupe se depender da gente, você dá adeus a essas teias de aranha.

-Eu te odeio Elle.