Coração de Gelo

I

Pelo amor de Deus, alguém me explica o porquê de tanto mimimi quando o assunto é amor? É só mais um sentimento que só existe para iludir as pessoas.

— Eu já disse várias vezes que, para mim, isso é uma completa mentira. — falei enquanto escutava Maria tagarelar sobre o quão apaixonada por Pedro ela estava.

— Qual é, Nath? Quando você vai superar o que aconteceu? A gente já disse várias e várias vezes que nem todo mundo é igual ao Felipe. Ainda tô para ver o dia em que alguém vai descongelar esse gelo que você chama de coração. — Mariana disse e me olhou como se dissesse que eu sabia que aquilo era verdade mas não queria admitir.

— Vai ficar esperando pra ver sentada, então. Já falei e vou repetir quantas vezes forem necessárias, por amor eu não sofro mais. E nem tem como, pra mim isso não existe. Felipe foi o primeiro e último que entreguei meu coração, e vocês viram o que aconteceu. — elas me olharam com "pena" e decidiram terminar o assunto, provavelmente lembrando daquele maldito dia.

Flashback on

[21 de janeiro, 2016]

Hoje eu e Felipe fazemos um ano de namoro. Ele conseguiu me fazer se apaixonar por ele de uma forma que ninguém nunca conseguiu. Para comemorar, decidimos ir jantar em um restaurante no centro da cidade. Bem chique, por sinal.

Felipe disse que passaria para me buscar às 20h, e que eu deveria estar mais linda do que já sou. O que era meio difícil, né meu amor.

Me arrumei e fiquei esperando por ele. O tempo foi passando e nada do meu namorado aparecer. Já eram 22h e eu estava quase desistindo. Meus olhos estavam marejados, não acredito que ele esqueceu do nosso dia. Mas, eu não podia tirar conclusões precipitadas, poderia ter acontecido alguma coisa, passado mal, sei lá.

Resolvi pegar um táxi e ir até sua casa. Chegando lá percebi que seu carro ainda estava na garagem. Bati na porta, uma, duas, três vezes, e nada dele aparecer. Girei a maçaneta e para minha surpresa, estava aberta. Não havia ninguém em casa além de Felipe. Seus pais tinham ido viajar com seu irmão mais novo e deixaram ele sozinho.

Segui até as escadas e estava começando a ficar preocupada. A casa num silêncio total, sem notícias dele, e o carro na garagem. Subi os degraus e andei pelo longo corredor até chegar na porta de seu quarto. A única coisa que eu escutava era o barulho do meu salto indo contra o chão de madeira. Antes de abrí-la ouço uma voz que eu conheço muito, muito bem. Larissa. Não acredito no que eu tô pensando, ele tá me traindo? Com a Larissa? A vadia que eu mais odeio na minha vida?

Passei de uma pessoa muito preocupada para uma pessoa muito brava. Abri a porta com tudo e me deparei com a cena mais nojenta que eu já vi. Meu namorado transando com a Larissa.

— EU NÃO ACREDITO! — gritei, fazendo os dois se separarem. Felipe me olhou com a cara mais assustada que alguém pode ter, enquanto, Larissa, ficou me olhando com a maior cara cínica.

— Não é isso que você tá pensando. — ele se levantou colocando suas roupas e vindo em minha direção.

— AH, NÃO? QUE MERDA, FELIPE! — ele ia se aproximar, mas eu me esquivei — SAI DE PERTO DE MIM. — respirei fundo tentando me acalmar e continuei. — Não tente falar comigo, eu só sinto nojo de você. Para mim, você morreu aqui e agora. Quando perceber, vai ver o lixo que você é. Passar bem, Felipe. Espero que ela dê a você o que eu não dei. — a essa hora eu já chorava feito uma criança. E não, nós não tínhamos transado ainda, e eu pretendia fazer isso hoje. Mas, vi que ele já arranjou companhia.

Saí correndo daquele quarto e chamei um táxi, voltando para minha casa. Chorei durante todo o caminho, e quando cheguei em casa, desabei em chorar mais ainda.

Flashback off

— Mudando de assunto, vocês vão na festa do Luan, né? A gente não pode perder, é a festa de boas-vindas aos alunos novos, com certeza terá vários gatinhos lá! — Bruna disse toda animada.

— Não sei, não. Não estou nem um pouco afim de sair da minha cama esse final de semana.

— Ah, não! Nem começa, dona Natália! Você vai sim e ponto final. — Maria disse autoritária.

— Já vi que não tenho escolha, né? — elas assentiram com a cabeça e eu revirei os olhos.

Ficamos conversando até tarde na nossa lanchonete, como o de costume. Amanhã é sexta e sábado é a tal festa. Não estou nem um pouco afim de ir.

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Olááááá!

Sim! Livro novo!

E sim, eu vou terminar Minha Salvação, mas também vou postar esse! Espero que gostem e não esqueçam das estrelinhas e dos comentários!