II

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Esses dois dias passaram como um jato, já estávamos no sábado! Combinamos de ir até a casa da Maria e nos arrumarmos para essa tal festa. Só de pensar na ideia de ficar longe da minha Netflix já me desanimo.

Eram 17h e eu peguei minhas coisas para ir até a residência dos Zerth. Minha mãe me deixou lá e eu já fui entrando na casa. Intimidade é assim, né?

Falei com meus tios - pais da Maria - e subi para o quarto dela. As meninas já estavam lá. Aquilo ali nem parecia um quarto, estava uma zona.

— Que horror, o que vocês fizeram com o quarto da minha amiga? — perguntei e elas só me olharam e continuaram fazendo as coisas de antes. Isso tudo é animação pra festa? Qual é, é uma festa e não nossa formatura.

— O que você tá fazendo parada aí? Vai tomar teu banho e se arrumar logo! — Bruna disse e eu bufei indo em direção ao banheiro.

Por incrível que pareça, o banheiro da Maria estava arrumado, suspeito. Peguei uma toalha dentro do armário e retirei minhas roupas, logo entrando no box.

Fiquei uns 20 minutos ali, até lavei o cabelo. Saí enrolada na toalha e peguei um vestido no closet da minha amiga. Ele era preto, curto e rodado, tinha bastante brilho na parte do busto. Me troquei e elas estavam na etapa da maquiagem.

Comecei a secar o meu cabelo, ele estava muito reto, então decidi fazer alguns cachos nas pontas com o babyliss. Perfeito.

Mariana era a que arrasava nas maquiagens, ela me mandou sentar e assim fiz. Logo começou a pegar vários produtos na sua nécessaire e passar em meu rosto. Ela esfumou o côncavo com um marrom puxado para o vinho, colocou um pigmento na pálpebra, e fez um delineado gatinho, ficou lindo. Passei um batom vinho matte e calcei meu salto. Estávamos todas prontas.

Não queria dizer, mas nós arrasamos. Quando todas terminamos já eram 18h55, e a festa começava às 19h.

A mãe da Zerth nos levou até o local e disse para chegarmos cedo, já que dormiríamos na casa da Maria.

Logo o carro estacionou em frente a uma casa azul, muito linda por sinal. Despedimo-nos da dona Márcia e saímos do carro, indo em direção à festa.

A música estava bem alta e já havia bastante gente. Entramos e estava muito, muito cheio. Lugares lotados e com música alta me irritam, ou seja, essa festa já está me irritando.

Mariana disse que ia ao banheiro, Bruna foi em direção ao jardim da casa e Maria disse que ia dançar, ou seja, fiquei plantada aqui sozinha. Que ótimo.

Decidi ir até o bar improvisado, já que perdi a chance de ficar na minha Netflix, tenho que aproveitar - ou tentar, pelo menos.

Pedi uma caipirinha de morango e fiquei sentada olhando o barman preparar. Senti alguém se aproximando de mim, mas nem me importei.

— O que uma gata dessa faz sozinha aqui? — uma voz rouca que eu conhecia muito bem perguntou. Como ele tem a cara de pau de falar comigo?

Me virei, ficando em sua frente. Encarei-o com raiva, e acho que percebeu isso, ele se afastou um pouco quando viu quem era.

— Primeiro, eu não te dei o direito de me chamar de gata; segundo, quem você pensa que é para falar comigo?; terceiro, me dá licença que eu tenho mais o que fazer. — nem peguei a bebida e sai dali bufando. Parabéns, Felipe, conseguiu arruinar minha noite.

Comecei a procurar as meninas e encontrei-as sentadas em uma mesa no jardim.

— Vocês não sabem quem veio falar comigo. — falei me sentando.

Coração de GeloWhere stories live. Discover now