Abnegation 》l.s ♡

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Estava escuro.

Odiava o escuro por estar ali conosco, pois por sua causa eu não conseguia enxergar direito o rosto do garoto que fazia meu coração bater mais rápido.

Odiava isso também.

Os clichês.

Nunca pensei em dizer que alguém fazia meu coração disparar, isso parecia tão ridículo. Mas agora vejo beleza nessas coisas.

Posso ser um tremendo babaca, mas ando achando os clichês algo essencial.

Culpa dele.

Estávamos nós dois, no escuro, em sua sala. O convite para aquele encontro aconteceu na noite anterior, me pegando desprevenido. Foi o tempo de entrar em casa, comer alguma coisa, beijar meus irmãos, tirar os sapatos, e por fim deitar na cama para meu celular vibrar.

Xx: Chegou bem na sua casa?

Eu havia chegado, nada de novo aconteceu. Comprei o remédio, daria para minha irmã no dia seguinte. O caminho estava vazio, minhas pernas me matavam, mas tudo estava normal, o de sempre. Porém ao ler aquela pergunta soltei um sorriso, desses leves que saem sem você perceber. Ele se importava.

Comigo.

Eu: Cheguei, espero que o mesmo tenha acontecido com você...

Não perguntei se era mesmo ele, pois sabia que sim. E outra que seria muita coincidência alguém me mandar mensagem quase no nascer do sol, bem no dia que lhe dei meu número.

Harry: Sim, sim. Podemos conversar hoje na minha sala?

Eu: Jura que pediu meu contato apenas para me chamar para conversar pessoalmente?

Harry: E para saber se chegou bem

Eu, apertando meus lábios um contra o outro para não deixar outro sorriso escapar: Claro. Bom, quando?

Harry: Se puder chegar um pouco mais cedo, os meninos só chegaram bem na hora do turno, pois é meu dia de abrir a boate.

Não confirmei, nem discordei, mas nós dois sabíamos que eu estaria lá.

Harry: Então, bom dia, Louis

Por ser quase cinco da manhã fazia sentindo essa sua despedida. Porém, não foi a mesma que a minha:

"Boa noite, Harry"

Pois sabia que com ele, todas as minhas noites ficavam maiores.

Agora estamos aqui, como já foi dito. Bati na porta da boate e depois de alguns minutos, ela foi aberta para mim. Ao passar por ele quis abraça-lo, no entanto, a única coisa que fiz foi cerrar o punho e andar até a escada.

Ouvi a porta sendo fechada, e a sensação de nós dois sozinhos em um lugar me provocava arrepios.

Ele fez sinal para que eu subisse primeiro e foi o que eu fiz, sem demora. Gostava de estar sob a visão dos seus olhos. Quando cheguei ao final da escada, parei. Não fazia a menor ideia de qual era sua porta, esperava ele passar por mim e nos conduzir para o lugar certo. Em vez disso, Styles se inclinou para a frente, com o objetivo de falar no meu ouvido, perto suficiente para eu sentir sua respiração.

- Na primeira porta a esquerda

Cambaleei, um pouco surpreso com esse contato inesperado e por sua voz, que até então não havia escutado ainda naquela noite. Fiz uma nota mental para um dia gravar uma fita, CD, o que seja, com aquela voz e guardar em alguma gaveta dentro do meu coração.