Capítulo 5

66 52 14
                                    

Acordei um pouco despersa, me levantei rapidamente, tomei uma ducha, e desci.
Mamãe estava sentada em seu sofá, com uma enorme revista na mão, Jhemy estava sentado à mesa, devorando uma maçã, e digitando em seu celular.
-Bom dia. - Sorri. - Mamãe abaixou seus óculos, e sorriu.
-Bom dia querida.
Abri a geladeira, e peguei manteiga, me sentando à mesa.
- Que horas chegou ontem ?- Perguntei.
- Hum, espera.- Ele disse, digitando mais rápido ainda. - Acho que pouco depois de você, na verdade... Nem sei.
- Catherine, quero que vá comigo ao trabalho.
- Claro. - Sorri.
- Estamos precisando de um novo ajudante.
- Tudo bem.
À caminho do serviço de mamãe, ela falou de como seu emprego é bom, que ela já estava bem acima na diretoria, e que podia colocar quem quiser lá dentro.
- Produção editorial.- Ela sorriu. -Preciso ver seu potencial, preciso de alguém que edite erros ortográficos, e até mesmo deixe sua opinião para que todas as revistas e livros, estejam super interessantes. - Ela sorriu.- Amo o que faço, e sei que vai amar também.
-Bom dia Fryou. - Ela sorriu.
- Bom dia senhorita.
- Preciso de uma mesa, uma cadeira, um lápis, e uma folha. Coloque-a atrás da mesa, e faça seu serviço.- Ela disse subindo as escadas. - Faça o que Fryou pedir, querida.

-Sente - se aqui, já já volto. - Ele sorriu, assenti.
Não havia entendido mamãe, mas também não questionei. Havia um enorme balcão, e sofás gigantes se arrastando pela parede. A direita havia uma enorme escada de vidro, e pouco do lado, um elevador. Observei mamãe desaparecendo sobre as mesmas.
-Me siga. - Fryou sugeriu.
Subimos pela enorme escada, e viramos em uma pequena porta, onde havia somente uma mesa, com algumas canetas e papéis em cima.
- Sente - se. Vou te explicar o que fazer, se não entender, me peça para repetir, tudo bem ?
- Sim.
- Bom, essas são notícias sobre o futebol de ontem, e essas são sobre a trapaça que ocorreu na corrida de carros. Preciso que faça uma crítica a respeito das duas, e preciso que seja a mais elaborada possível. Temos 5 pessoas na sua frente, a que tiver a melhor crítica, ganha o emprego. Volto em 2 horas, se terminar antes, toque no botão ao lado. - Ele apontou à parede.- Alguma pergunta ?
- Não.
Ele então saiu do pequeno quarto, me deixando sozinha com minha mente confusa.
Fiz um pequeno texto, dizendo o quanto estava vergonhoso participar de algo em grupo, o quanto havia roubos, uma perspectiva de quanto ganhavam para trapaciarem, e do quanto uma pessoa pode ser ignorante a se tratar de dinheiro. Cinquenta minutos depois toquei o misterioso botão, e em rápidos 5 minutos, Fryou voltou.
O segui descendo as escadas novamente, e me deparando com o enorme sofá, onde ele pediu que eu sentasse.
- Madelyne pede sua presença na sala acima, suba as escadas e vire a direita.

- São muitos rígidos.- Comentei.
-Sim, são mesmo. Você deve estar se perguntando o porque de ter tido que escrever sua crítica, mas tive que fazer isso, iria ficar muito na cara. Li seu pequeno texto. - Ela balançou a folha em suas mãos. - Ficou bom, mas acho que podemos melhorar. Você ficará sentada em uma mesa, a porta de minha sala. Seu papel será simples: Você vai receber notícias e fotos de todos os lugares. Todo mês fazemos uma revista de fofocas, e você ficará encarregada com a desse mês. Somente notícias interessantes, por favor.
Bom, esse será seu foco esse mês, no próximo mês, você vai começar a editar histórias, mais ainda à tempo para aprender. Amanhã você começa querida, ainda não estamos com tudo pronto. Pode me esperar aqui, ou pode ir embora agora, peço um táxi.
- Não precisa, vou andando.- Me levantei.
- Cat. - Ela hesitou um pouco. - Queria muito que tivéssemos uma relação de mãe e filha, queria que conversasse comigo. - Ela propôs.
- Por que está me dizendo isso ?
- Porque notei que você não disse nada a respeito do emprego, a gente nem conversa direito Catherine.
- Eu gostei do emprego, e não sou muito de conversar.- Sorri.
- Bom, nesse caso então vamos ter que colocar algumas regrinhas.
- Pode ser outra hora ? Realmente quero ir pra casa agora, e você tem muito trabalho pela frente. - Sorri. Ela assentiu, se sentando novamente.

Sai daquele enorme prédio, avistando uma lanchonete.
-Descafeinado ou natural ?
-Descafeinado, por favor.
Me sentei em uma mesa, observando todos acompanhados, e sorridentes. Olhei para janela, e vi que a chuva batia com toda sua força nas vidraças.
Eu havia aprendido a notar os prazeres da vida à algum tempo atrás, e ultimamente notava muito seus desprazeres também. Me sentia solitária, vazia. E depois de um tempo percebendo que a chuva não iria embora, decidi ir. Os pingos estavam frios, e o vento estava forte. Pensei em chamar um táxi, mas decidi que essa chuva me fazeria bem. Decidi então que ela lavaria minha alma, e que quando eu chegasse em casa seria outra pessoa. Abri os braços deixando que a chuva me invadisse, eu me sentia livre, leve, e até feliz, era como se eu tivesse descoberto um novo jeito de seguir em frente. Sorri.
Abri a porta de casa, achando que estava totalmente livre, quando notei uma blusa jogada no sofá, era uma de suas blusas favoritas. E tudo novamente voltou, eu não estava livre, e muito menos feliz, estava perdida.

Infinity H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora