27. Ollie e Mike

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Rone Mason
22 de Setembro

No dia seguinte, contei pra Ollie tudo o que tinha acontecido comigo até então (aí você fala, de novo? Você nem sabe quem é ela de verdade. Eu respondo, sim eu me deixo enganar por um lindo rostinho), exceto o que eu e Rebecca "tínhamos", nossos segredos e a relação com Max.

Ollie disse que vai me ajudar, Rebecca também. Mas o fato era que Rebecca tinha sumido e eu não tinha como contatar a ela. Bom, eu tinha aquele número de telefone, mas como ela disse, não era um número de telefone, era uma senha. Eu tinha uma responsabilidade imensa por estar guardando aquela folha, a investigação de Rebecca estava nas minhas mãos.

Ollie foi muito atenciosa comigo, tomamos café e todo tempo que eu estava lá, estávamos sozinhos, não havia ninguém lá. Então, resolvi perguntar:

- Ollie, você mora sozinha?

- Não, eu moro com meu irmão e minha mãe. Minha mãe está na casa do meu avô, vai ficar um tempo por lá e meu irmão... Bom, é um caso complicado, muitas vezes ele dá um perdido em mim, ele não veio pra casa desde ontem.

- E você não fica preocupada?

- É claro que eu fico, que pergunta idiota - fico sem graça e ela percebe - Me desculpe Mason, mas é que é um assunto complicado, meu irmão é muito rebelde, ele anda com más influências que fizeram a cabeça dele, eu tento dar conselhos mas ele não me ouve e os outros acham que eu não ligo, mas eu ligo e muito, já teve vezes que eu fui atrás dele no meio da noite. Os outros não vêem isso. Ele sabe que as outras pessoas me julgam por ele ser assim e aproveita da situação. Teve uma vez que ele estava com seus amigos e algumas garotas de noite e eu achei ele, pedi pra ele voltar pra casa e não queria, nessa época ele era mais tranquilo, até que de tanto insistir, ele cedeu. Parece que no dia seguinte seus amigos zoaram ele e ele resolveu se vingar de mim. Ele se cortou, se socou até garantir feridas e hematomas e no dia seguinte contou pra todo mundo que foi eu que fiz.

- Caramba, como ele pode fazer tanta maldade...

- Pois é, agora ninguém acredita mais em mim, só nele e seu fingimento.

De repente, no meio da conversa ouvimos um ranger de portas, alguém estava entrando. Larguei a xícara de café na mesa e arregalei o olho assustado, ela segurou minha mão e disse:

- Calma, é só meu irmão.

Ele entra. Quando me vê, percebo seu olhar de desaprovação.

- Onde você estava Mike? - Ollie pergunta a ele

- E desde quando te devo alguma satisfação? - Ele contrapõe.

- Desde que você continua a morar comigo.

- Você quer tomar o lugar da mamãe agindo desse jeito, EU NÃO SOU SEU FILHO!

- Eu não sou sua mãe, mas é como se fosse. A mãe não tem condições pra isso... E você sabe!

- Não importa, não age como se ela não estivesse mais aqui! Você fala como se só eu estivesse errado, mas olha só você. Trazendo homens para casa, espera só a mãe saber!

- Ele é meu amigo! - Ela abaixa a guarda.

- Então seus amigos são criminosos! Porque se você não sabe ele é o Assassino do Mascate!

- Eu sei, mas...

- Então você não precisa dizer mais nada - Ele a interrompe e sobe as escadas.

Ficamos em silêncio.

- Minha mãe está debilitada, antes que você pergunte. Ela passou por muita coisa e agora está ficando doente. Ela tem Azheimer.

- Nossa Ollie, não sei nem o que dizer. Me desculpe, deve ser horrível passar por uma situação dessa, ainda mais com um ente querido.

- O estágio de Azheimer ainda está pequeno, mas a tendência é piorar, ela toma muitos remédios, mas nada funciona, só atrasa o processo. Eu levo ela na casa do meu avô todo dia, pois não aguento ver ela desse jeito. Com isso, tenho que cuidar do meu irmão como se ele fosse meu filho.

- Entendo, quero dizer entendo o que você esteja passando, não que eu tivesse passado por uma coisa parecida, mas eu entendo no sentido... - Fico nervoso.

- Entendi Mason -Ela ri.

Ter feito ela rir foi o melhor a se fazer, digamos que foi de propósito, mesmo não sendo.

- Como você vai me levar a Las Vegas? Sem querer ser chato.

- Na verdade, posso te levar a Pittesburg, três dias de viagem de carro. Las Vegas fica do outro lado do País, não dá pra te levar até lá.

- Tudo Bem, está ótimo. Obrigado.

- Que horas você tem que ir trabalhar?

- Daqui a duas horas.

Conversamos por mais uns trinta minutos. De repente, ouvimos os vizinhos conversando com alguém, luzes vermelhas e azuis piscavam e refletiam na casa de Ollie.

- O que está havendo? - Pergunto.

Ollie se levanta e vai até a janela, abre uma fresta e vira pra mim.

- É a polícia!!

O FugitivoWhere stories live. Discover now