33. Aceitação

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Austin Moore

Seja o que Max propusesse, ou melhor Bill. Eu faria numa boa. Eu e Mike éramos os únicos que víamos as missões de Bill como uma oportunidade de ganhar dinheiro e não um sacrifício como Leo e Newt pensavam. Pelo menos era o que eu achava sobre Newt. Agora, com sua resposta imediata, eu ficara muito surpreso, logo ele, o menino certinho da turma... O fato de termos que ir para Pittsburgh era empolgante, mas também perigoso. Eu tive apenas um contato com Rone Mason e não sei o quanto ele ficara perigoso desde então. Como cinco moleques iriam capturar um assassino procurado por mais de dois Estados? Sei que vai ser difícil, mas como vamos chegar lá? Com que dinheiro? Aposto que Max não tinha pensado nisso. Bom, meus pais poderiam me dar algum dinheiro... Mas eu precisava inventar uma desculpa. Leo tinha ótimas idéias pra isso, a ajuda dele nesse momento seria valiosa. Meus pais estiveram tão arrasados com a morte dos meus dois irmãos que eu fiquei invisível para eles. Quando os vizinhos vem até minha casa e contar para eles o que eu fiz ou estava fazendo na rua, eles nem ligavam, nem ao menos escutavam. Só concordavam com a cabeça e pronto. Pareciam até dois robôs. Se for pra pedir para eles, talvez até que eles aceitariam numa boa, sua tristeza era tanta, que eles tinham até esquecido do próprio filho. Esqueceram que eu existia.

Meus pais estavam na sala assistindo televisão, um programa cujo Brady Odil cantava. Nesse momento imaginei a maioria das meninas da escola paradas em frente à TV assistindo esse programa também.

- Pai? - Eu disse. Ele olha pra mim - Eu vou passar uns dias na casa dos meus amigos e preciso de dinheiro, será que o senhor não poderia me emprestar algum?

Minha mãe olha pra mim também. Se levanta e vai até mim. Ela passa a mão sobre minha cabeça com delicadeza e me dá um beijo na testa.

- Eu te amo filho - Aquilo me emocionou de uma forma que comecei a lembrar dos passeios em família que fazíamos para o shopping, Nova York e para os parques da região - Seja o que você for fazer com esse dinheiro, use-o com sabedoria. Não se esquece que nós te amamos e que confiamos em você.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Era a primeira vez, em dois meses, depois da morte dos meus irmãos, que minha mãe falava comigo.

Meu pai vai até mim, me abraça e me dá o dinheiro.

Eles agiam estranho, dois meses pra cá eles mal falavam comigo, somente o necessário e agora eles me abraçavam e diziam que me amavam. Parecia até que eles sabiam de alguma coisa. Parecia que eles estavam prevendo que alguma coisa bem periogosa ia acontecer.

O FugitivoWhere stories live. Discover now