Capítulo 4

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-"1...Biel...2...Biel...3...Biel..."

-" Qual o gosto de sua carne Biel...."

-" Biel irá arder...sua carne em minha língua irei sentir..."

As frases sussurradas ao pé de meu ouvido, a voz grossa e baixa, possuía outras tonalidades e varições, eram como vibrações estáticas, sinto um penso contra meu corpo, fazendo com que ficasse preso onde eu estava, sinto um deslizar de algo metálico sob minha pele me causando arrepios, novamente o hálito quente em meu ouvido e a pronuncia sussurrada.

-" Irei ver como fica sua pele sendo transpassada por minhas correntes. "

-" Biel você irá curar-me...? "

Quando a voz cessa sinto o apertar em meu corpo e os gomos metálicos marcando minha carne, me debato e luto contra o aperto, e a cada sacolejo dado de meu corpo mais os gomos apertam e deslizam, minha pele queima, luto desesperado, e uma risada desdenhosa canta junto com minha agonia. Grito, Grito, mas minha voz não sai...

Abro os olhos assustado, meu corpo está em colapso, a cima de meu corpo estirado na cama vejo uma sombra pairando, esfrego meus olhos para enxergar melhor, quando os abro novamente, não havia nada.

Me levanto rapidamente, ainda sinto o efeito desse sonho, meu corpo dói, minha pele arde, caminho me amparando nas paredes até o banheiro, meu coração está acelerado, esse não é um espirito comum, eu tenho a impressão que estou me esquecendo de algo muito importante.

No banheiro abro a torneira de agua quente da banheira e me dispo de minhas roupas, em frente ao espelho me espanto quando vejo marcas em minha pele, as marcas pareciam com....gomos de corrente....

Passo os dedos sob as marcas, em meu peito, meus braços e meu pescoço, droga, realmente estou sentindo na pele os efeitos desse espirito, preciso procurar ajuda rapidamente.

Com a banheira cheia mergulho meu corpo em seu abraço quente, tento relaxar, mas a impressão do sonho não me deixa, aquela voz ressoando, parecia que era mais de uma voz, cada vez era uma diferente, mas sempre com a mesma pronuncia, fecho meus olhos e respiro profundamente, mas ainda tenho a sensação que algo está errado.

- "Eu não estou morto Biel, eu estou muito vivo. "

- "Isso é o que todos acreditam. "– Eu disse convicto.

- "Eu sei disso perfeitamente, eu estou vivo, mas não sou dono de meu corpo. "

- "Como um encarnado não é dono de seu corpo, hum. " – Pergunto altivo.

- "Em meu corpo eu convivo com uma legião Biel. "

- Puta Merda. - Levando apressado derrubando agua pelo chão do banheiro.

- Caralho, a porra desse homem não é desencarnado. – Estava falando exaltado comigo mesmo.

- Claro...Porra, como fui idiota...Tenho que conversar com o Dr. Fernando urgente.

Com um plano em mente, vou para meu quarto me arrumar para meu primeiro dia em meu estagio, hoje seria um dia importante, seria minha primeira aproximação com Noah, porque tenho a leve impressão de que o conheço de algum lugar, um Déjà vu, dou de ombros e começo a me trocar.

Na cozinha preparando meu café ouço uma batida na porta do apartamento, caminho em direção a mesma a abrindo, encontrando Zack parado com sua mochila em seu ombro.

- Senhor da Glória, obrigado oh Pai Amado, por ter me dado a visão do Paraíso. – Zack dispara palavreados me encarando.

- Bom dia para você também Zack? Você está bem?

Cura-meOnde histórias criam vida. Descubra agora