Capítulo 10

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O sol tinha reinado em Laguna, observei quando Micael abriu as cortinas e me deu um cheiro prolongado querendo que eu despertasse. Me sentei na cama sorridente vendo o carrinho cheio de frutas, tinha pedido o café mais caprichado de todos.

Trocamos de roupa e descemos até a área das piscinas, nos divertimos enquanto pulávamos juntos em um salto inacreditável, fazia tempo que não me sentia feliz e fazia tempo que não passava momentos como esse, até que o final de semana estava prolongado.

- Agora chega, você vai me molhar toda - grunhi entre risos, me sentei na espreguiçadeira.

- Essa é a intenção - secou o cabelo com uma toalha.

- Eu não quero que isso acabe, quanto tempo falta?

- Vamos embora amanhã de manhã, não posso faltar na empresa.

- Micael, a empresa é sua.

- Justamente - me encarou - meus segundos chefes não sabem administrar, e essa hora Arthur deve estar trepando com a Lua.

- Que horror - Micael riu.

- Como é bom esquecer os celulares - colocou as mãos atrás da cabeça.

- Eu não acho, queria ligar pra minha mãe.

- Tem um telefone público muito bom no saguão.

- Queria ligar do meu celular - bufei - será que está tudo bem?

- Claro que está, desocupe sua cabeça um pouco - sorriu ainda relaxado na espreguiçadeira.

- Amor?

- Hum? - resmungou.

- Acho que vou aceitar a vaga da PiperBrothers.

- Que ótimo, por quê não aceitou logo?

- Estou com medo - me virei a ele - se as mães não gostarem?

- Se elas não gostarem isso significa que não gostam de nada.

- Fez muito sentido em suas palavras.

- Eu sei - ri leve.

- É como se eu chegasse em casa e tivesse que escolher entre uma torta e um bolo muito bom.

- Você escolheria qual?

- Também não sei.

- Eu escolheria os dois, todos são de comer.

Revirei os olhos tirando bons risos de Micael que me beijou logo após. Não demoramos a ficar ali e quando nos cansamos a noite já tinha chegado.

- Amor, que tal a gente alugar o pacote pornô? - Micael disse saindo da suíte, procurou uma cueca em sua mala.

- O pacote todo? É muito pornô.

- Pelo preço, é bem mais acessível - se vestiu rápido.

- Tudo bem - me rendi - quais categorias tem?

- E tem categoria no pornô?

- Tem, eu acho - encarei ele.

- Certo, hum - se sentou ao meu lado na cama pegando o controle remoto - nós temos o original, pornô asiático, pornô com loiras, ménage, pornô gay nem pensar, pornô com lésbicas...

- Por quê pornô gay não?

- Sophia - me encarou com cara de deboche.

- Você é muito másculo.

- Sou - voltou a ler as categorias dos filmes -  a gente podia fazer uma coisa que não faz a muito tempo.

- É o que eu estou pensando?

- Sim - rimos cúmplices.

Micael ligou a recepção que colocou na conta o pacote pornô, quando terminou liguei pra que levassem outro carrinho cheio de besteiras, amava fazer isso com Micael.

Quando chegou lá estávamos nós, um balde de pipoca com manteiga em nosso meio, mais champanhe e vários doces no carrinho. O filme havia começado e óbvio seriamos os comentaristas, que saudade de fazer aquilo.

- Por quê você escolheu esse?

- Tem novecentos filmes pra gente assistir, é um tiro de pornô - explicou comendo a pipoca em seguida.

- Esse não vai ter historinha?

- Não, que pornô horrível.

- Por quê fala que é horrível? Eu sei que você assiste quando não estou perto.

- Quem disse? - engoliu seco.

- Eu já vi.

- QUANDO?

- Micael, você não consegue mentir pra mim - cruzei os braços - pelo menos ela é depilada.

- Eu adoro os pornôs com loiras, sempre lembro de você.

- Nossa - me emburrei fazendo manha - não acredito que você pensa isso.

- É excitante, não é igual a vida real mas eu só lembro.

- Pelo menos a loira da esquerda é sexy.

- Demais, e ela tem silicone.

- Você está sabendo demais, não gosto disso.

- Está com ciúmes de um pornô?

- Você sabe que eu fico com ciúmes.

- Que mulher mais ciumenta a minha - tirou o balde de pipoca do meio partindo pra cima dos meus lábios - eu te amo, você sabia?

- Eu também te amo - nos beijamos lentamente - não faz isso, eu fico toda acesa.

- Acesa, é? - assenti - deixa eu ver.

Não o mobilizei em nada, senti as mãos de Micael descobrirem o lençol e achar minha calcinha, arredou ao lado enfiando dois dedos em minha intimidade, pelo contato rápido aquilo doeu um pouco.

- Você já está toda molhadinha - sorriu malicioso.

- Você me deixa assim - subi em cima do mesmo tirando seus dedos da minha intimidade - eu quero te pedir uma coisa.

- Pode pedir - sorriu.

- Me faça mulher hoje de novo, por favor - supliquei passando a mão em seu rosto em forma de carinho.

- Claro que sim - assentiu voltando a me beijar - você sabe que sim.

- Só hoje?

- Todos os dias que eu puder, lembra do trato?

- Como não esquecer.

- Você precisa ter paciência e não ter medo, vamos ser liberais mas nem tanto - assenti - não quero me sentir preso.

- Você se sente preso quando isso acontece?

- Eu me sinto, você não se sente?

- Eu também me sinto - respirei fundo - o que importa agora é o nosso trato, nada de sermos presos e nada de deixar o nosso amor de lado.

- Exatamente, eu gosto quando você fala assim.

Voltei a sentir sua boca quente, incrível a mudança de humor entre nós.

- Minha Sophia.

- Meu Micael - sorrimos.

Não queria que aquele momento acabasse.

Apenas me AmeDove le storie prendono vita. Scoprilo ora