Capítulo 36

690 28 0
                                    

- ALGUÉM FAZ ALGUMA COISA - gritei novamente e vi a montanha de seguranças pegando nos braços de Micael, ele se rebateu mas ficou feliz de ver o rosto de Mike.

Que a propósito estava deformado, literalmente.

- EU VOU MATAR ESSE FILHO DA PUTA - Micael gritou mas entrei em sua frente.

- CHEGA, TUDO BEM? ESTÁ TODO MUNDO OLHANDO - coloquei as mãos em seu rosto, estava queimando - está tudo bem agora.

Ele assentiu respirando fundo, andou até Mike e se abaixou, os seguranças ficaram em cima novamente.

- Vou te deixar um recado - segurou a gola dele novamente - se eu ver ou saber que você está dando em cima da minha mulher, saiba que você é um cara morto - chutou seu corpo antes de ficar em pé novamente - estou claro?

Mike não respondeu, apenas grunhiu de dor enquanto estava no chão da sala. Arthur chamou Micael de canto e Lua botou pra correr os fotógrafos que fizeram a cobertura oficial, fui atrás de Micael.

- Então, acho melhor vocês irem pra casa - Arthur bateu nas costas de Micael - eu mando os quadros pra você depois, fica por minha conta.

- Eu quero voltar lá e acabar com ele - ainda estava com raiva - e você, não tinha nada do que se meter.

- Você ia matar ele, eu queria parar.

- DEVERIA TER FICADO NO SEU CANTO.

- PARA DE GRITAR COMIGO - bati os pés, Arthur voltou a bater nas costas de Micael.

- Cara, vá pra casa.

- Eu vou - assentiu com raiva, buscou a chave do carro.

- Dê tchau a Lua por mim - disse a Arthur que sorriu, entrei no carro com Micael que deu partida.

Estava com tanta raiva que ia esmagar o volante se fosse possível, a cada curva era um medo diferente.

- Olha, me desculpe - disse baixo - aquele cara passou de todos os limites, eu deveria voltar lá e matar aquele filho da puta.

- Se você matasse ele seria preso, imagine o que ia acontecer - fiz carinho em seu cabelo - quer um cigarro?

Ele me olhou.

- Quero - respirou fundo, abri o porta luvas do carro pegando seu maço de cigarro, sabia que Micael fumava quando voltava do trabalho. Peguei um e o coloquei em sua boca enquanto tinha as mãos no volante, acendi o isqueiro e ele tragou o cigarro antes de segurar entre os dedos.

- Não precisa ficar irritado, você sabe que eu sou sua.

- Mas você sabe que eu fico mesmo assim, que coisa - tragou novamente - tem certeza mesmo que ainda quer fazer ioga?

- Micael - ri leve vendo seu desespero - o ioga é essencial pra mim na gravidez.

- Eu vou dar um jeito - estava na metade do cigarro - me desculpe também por não termos ficado até o final da vernissage.

- Não precisa se desculpar, está tudo bem - sorri a ele que dirigiu calmo agora, pelo menos o volante não estava sendo massacrado.

Chegamos em casa mais cedo do que o combinado, a luz da sala ainda estava acesa e torci pra que Pedro já estivesse na cama. Micael guardou o carro, entramos e vimos a babá sentada no sofá, encolhida e interessada no programa de TV, tomou um susto quando nos viu e tratou de ficar com postura.

- Desculpa, eu só estava...

- Está tudo bem, querida - sorri - como foi por aqui?

- Eu pedi pizza, assistimos o filme que ele queria e depois o pequeno caiu no sono - ela riu leve - dormiu nas minhas pernas.

- Ótimo, ainda bem que tudo deu certo - cruzei os dedos - está liberada, muito obrigada por ter olhado ele.

- Que isso, quando precisar é só me chamar.

- Claro, vamos te chamar quando precisarmos - assenti levando até a porta.

Micael me olhou cansado indo até seu pequeno escritório, o segui tirando minha sapatilha e relaxando meus pés.

- Coitado do seu pulmão - me encostei no batente da porta vendo Micael pegar mais um cigarro no maço. Pegou um copo e colocou uísque.

- Ainda estou nervoso - bebeu o líquido se queixando da bebida forte - gostei dela.

- Eu também, parece que Pedro gostou.

- Muito nova pra ser babá.

- As novas são as melhores, se entrosam com eles.

- Falando em eles - andou até mim colocando uma mão em minha barriga - quero ir com você na próxima consulta.

- Jura? - sorri surpresa.

- Preciso participar.

- Amor - toquei seu rosto - acho que é um menino de novo.

- Sério? - me entreolhou - mas você disse que...

- Eu sonhei e fiquei com isso na cabeça - respirei fundo.

- Se for outro menino teremos problemas.

- Será?

- Pedro é ciumento demais, você sabe.

- Aí meu Deus, e agora?

- E agora vamos esperar pra ver, tudo depende do tempo - sorriu - vou conversar com ele, malear a fera.

- Espero que consiga - beijei seus lábios - eca.

- Eu esqueci que você só bebe uísque quando está com raiva.

- Isso é ruim demais, e ainda está quente.

- Alguém esqueceu de por o gelo no frigobar.

- Vai começar a implicância? - ele riu.

- Está bem, está bem - se rendeu - eu amo você.

- Eu também amo você - beijei seus lábios novamente nem me dando conta do uísque - vou subir, tirar essa roupa e me deitar.

- Dormir? - me olhou malicioso.

- Hoje não, por favor - cerrei os olhos - estou cansada mesmo, de verdade.

- Vou ser obrigado a bater uma punheta.

- Tem lenço na terceira gaveta, eu troquei a embalagem.

- É por isso que eu te amo - rimos entre os beijos, subi deixando Micael no pequeno escritório.

Que noite!

Apenas me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora