3. Last wish.

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O dia de Gerard foi entendiante e exaustivo e, quando chegou em seu apartamento, ele só conseguia pensar em comer algo, tomar um banho, fumar alguns cigarros com Frank e dormir com ele lhe fazendo um cafuné como aconteceu na noite passada. Sabia que aquilo era muito carente de sua parte, mas usava como desculpa sua falta de relacionamentos à longo prazo e o cansaço causado pela rotina.

"Heeey, Frankie." Ele cantarolou, jogando suas coisas pela sala e largando suas chaves na bancada. "Frank?" Sua voz ganhou um tom preocupado, enquanto ele cambaleava de um lado pro outro no escuro - esquecera de acender a luz - tentando afrouxar o nó de sua gravata ao mesmo tempo.

O silêncio se estendeu por um tempo, arrancando lhe um suspiro frustado. Não era real...?

"Buh." Sentiu um ar gélido bater em sua nuca o arrepiando e mãos pequenas apertaram seus quadris, o fazendo dar um solavanco junto de um gritinho nada másculo, arrancando gargalhadas de Iero. As luzes magicamente se acenderam e braços foram envoltos carinhosamente em sua cintura. Olhou para baixo, encontrando Frank preso a si, com a cabeça em seu peito e suas mãos tatuadas agarrando firmemente sua blusa social preta. "Oi, Gee." Ele murmurou abafado e o maior não pôde evitar sorrir como bobo por quão fofo Iero era.

"Oi, seu pestinha. Vejo que sentiu minha falta, uh?" Falou contra os cabelos escuros logo abaixo de seu queixo. Sentiu como gelo estivesse sendo cravados por toda sua pele, contrastando com o calor de seu corpo.

"Senti. E você fez a expressão ruim de novo. Fico feliz que esse abraço tenha tirado ela do seu rosto."

"Que expressão?"

"A expressão de morto. Você está vivo, não se esqueça."

"Como se fosse possível", Gerard pensou antes de responder.

"Não é fácil. Eu odeio meu trabalho como professor, me deixa tão cansado e desanimado. Parece que eu estou sempre falando com o vento e é exatamente isso que estou fazendo agora."

"Diga isso de novo e eu nunca mais apareço aqui." Frank ergueu seus olhos, bravo. As luzes piscaram minimamente e Gerard arregalou os olhos. "Eu sou um fantasma, não sou sua imaginação."

"Ok, me perdoa." O maior sorriu sem graça, afagando as costas do menor levemente antes de se afastar por completo, sentindo o rosto queimar. "O que fez hoje?" Perguntou curioso, continuando o processo de retirar a gravata. Frank o olhou inocente e ergueu um pouco os pés para conduzir seus dedos para o nó da gravata do maior, o desfazendo. Gerard não conseguiu desviar o olhar da palavra Halloween e fez uma nota mental de perguntar o que aquilo significava. O mais velho encarou Frank de cima, notando o quão pequeno ele ficava perto de si e teve que morder o lábio quando viu Iero passar a língua por seu piercing antes de fixar seus olhos sombrios nos seus e a gravata pousou no chão.

Gerard estremeceu.

"Eu, ahm, não fiz nada." A mentira era evidente.

"Frank." Gerard disse sério.

"E-eu mexi nos seus quadrinhos e nos seus lápis, desculpa. Também descobri que não sei desenhar." Frank disse e fez um biquinho infantil.

"Você parece uma criancinha." O mais velho apertou a bochechas gélidas de Frank, corando profundamente assim que percebeu o ato impulsivo. "Vou tomar um banho e depois quero ver seus desenhos." Resmungou, encabulado.

"Okay. Mas já aviso que são péssimos." O fantasma respondeu, os olhos fixos no chão e a expressão tímida.

"Nah, eu com certeza já vi piores. Alguns alunos conseguem se superar, acredite." A fala arrancou uma risada baixa de Frank e essa foi a deixa para Gerard ir ao seu quarto.

If I Should Go Before You • FrerardWhere stories live. Discover now