Parte VII

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Bidu bem que tentou fugir para a sua casinha, no entanto, Franjinha não perderia sua derradeira oportunidade. Precisava testar sua última maior invenção. O mundo poderia mudar dependendo dos resultados daquele primeiro teste. Na falta de uma cadela, tratou de conseguir a gatinha da Magali. Em uma cadeira amarrou Mingau, com um capacete em sua cabeça, e na outra estava Bidu. Os capacetes eram conectados por fios, algo seria tranferido de um para o outro. Os dois animais bem tentavam se comunicar, contudo, apenas latidos e mios eram escutados. Fugir das tiras de couro que os prendiam mostrara-se impossível. Estavam entregues as experimentações de Franjinha.

- Me solta daqui seu cientista maluco! Já chega a vez que você me deu aquela pílula e me tornei um gato falante!

- O que é que você vai fazer comigo, Franjinha? Por isso que eu não me atrevo a entrar neste seu laboratório. Eu sou o seu cachorro de estimação, tá lembrado? Me solta, me solta! Não me transforme em um gato, pelo amor do Santo Cão! Socorro Manfredo! Socorro Maurício!

Franjinha em seu jaleco nada escutava, concentrado em cálculos e tubos de ensaios. Era chegada a hora. Desta vez entraria para o hall dos grandes cientistas. Nunca antes um homem conseguira transformar um animal masculino em um feminino, e vice-versa. Qual a utilidade do seu experimento, ele não saberia dizer. Talvez ajudasse as pessoas transexuais a terem o corpo biológico que sempre sonharam, como tinha visto em um programa de entrevistas. Começou, então, a mentalizar seu discurso, precisava tê-lo na ponta da língua para quando fosse receber seu Nobel de Medicina. Erguiriam uma estátua em sua homenagem na pracinha do bairro!

- Fiquem calmos, meus amiguinhos. Não vai doer nadinha, eu espero. Em breve vocês serão parte da história. Tal qual aconteceu com a cadelinha Laika.

- Ei, cachorro azul! Essa tal de Laika aí que ele falou não foi a cadela que enviaram pra morrer sozinha no espaço? Eu não quero ir pro espaço! Magali, me salva! Eu não quero morrer, ainda tenho cinco vidas de bônus para gastar!

O pequeno cientista apertou alguns botões, puxou uma manivela, digitou vários códigos e se afastou enquanto as faíscas ganhavam o equipamento e faziam a luz do teto piscar. Tudo acontecia muito depressa, os animais se contorciam em suas cadeiras. Franjinha começava a temer pelas condições vitais dos pequeninos, nada adiantaria ter sucesso na troca, se os participantes morressem durante o experimento. O processo levou alguns segundos, e então tudo parou. Ele correu conferir os resultados, examinando os peludos corpos desfalecidos.

- Eu sabia que era possível! Eureka! Eureka!  

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⏰ Última atualização: Nov 12, 2017 ⏰

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