Capítulo 1

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Seu Matias reuniu os funcionários para fazer uma busca em toda extensão da fazenda à procura de Sara, que até aquele momento não havia dado notícias.

— Veja, patrão, dona Sara vem chegando com Ventania — falou um funcionário, apontando para longe.

— Louvado seja Deus! — exclamou Matias, aliviado.— Dona Sara, o que houve? — perguntou sem nem esperar que a moça desmontasse do cavalo.

— Uma longa história. Mas no final deu tudo certo. Estou muito cansada, cuidem do Ventania, por favor, porque eu vou fazer o mesmo comigo. Hoje, não estou pra ninguém, amanhã conversamos sobre o funcionamento da fazenda, combinado, seu Matias? — Sara não deu muitas explicações sobre o que tinha acontecido, ela estava se sentindo um pouco envergonhada ao lembrar-se da noite com o estranho.

— Vamos voltar ao trabalho, minha gente... — Seu Matias já podia voltar à rotina normal.

Enquanto isso, do outro lado da cerca...

— Ô, Betão... acorda, homem. Oque aconteceu com você? — o caseiro da fazenda chacoalhava Alberto devagar.

Mauro Santiago era um senhor de meia- idade, solteiro, muito responsável e competente, braço direito do pai de Alberto e amigo das antigas, era como se fosse da família.

— Diabos, Mauro, fale baixo, estou com uma ressaca terrível. — Alberto mal conseguia abrir os olhos.

— Onde você estava ontem para ter bebido tanto? Não foi na birosca do Célio, porque senão já saberia da novidade —– afirmou Mauro.

— Eu passei aqui à noite, inclusive... — reparando que a moça misteriosa não estava mais ali, correu para fora para ver se o cavalo dela ainda estava amarrado. -— deixa pra lá, Mauro.

— Está doido ou está procurando alguém? — perguntou curioso.

— Não estou procurando ninguém. Vou tomar um banho gelado. Enquanto isso, passa um café forte aí, daí você me conta essa tal novidade. —ele se retirou, pensando que talvez tivesse bebido demais e sonhado com a tal moça.

Quando Alberto saiu do banho, estava se sentindo bem melhor. Ao sentir o cheiro do café que Mauro havia feito, seu estômago roncou, indicando que não comera nada desde a tarde passada. .

Assim que bebeu todo o líquido quente e forte que Mauro lhe havia servido na caneca, indagou-lhe:

— Diga homem, que novidade você ficou sabendo?

— Acho que você não vai gostar não... — Mauro estava enrolando para dizer, tinha medo da reação do patrão.

— Eitaaa!? Que eu já estou ficando preocupado. — levantou-se da cadeira coçando a barba.

— A Esplendor foi vendida... — informou e arregalou os olhos, esperando a reação, que com certeza não seria boa.

— O QUÊ!? Vendida? Como assim? Há anos eu desejo comprar essa fazenda. Não acredito que o Flávio teve coragem de vender para outra pessoa. Eu disse àquele miserável que eu pagaria o valor que fosse. — para extravasar toda a raiva, jogou a caneca de café longe.

— Calma, Betão. Podemos ir lá e oferecer uma boa oferta à nova dona — sugeriu.

— Dona? Foi para uma mulher que ele vendeu? — indagou curioso.

— Sim, e ao que me parece é uma jovem sem família, que só comprou para morar e deixou toda a administração na mão do velho Matias e de um advogado, não quer esquentar a cabeça com nada. — falou o que tinha ouvido na birosca.

"Amor a Ferro e Fogo" #Completo e #Revisado #Degustação Disponível Na AmazonWhere stories live. Discover now