Quando criança meu corpo já era protegido e banhado com azeite de dendê, era dona de um dos cabarés mais comentados e bem movimentados da cidade.
Meu nome ? leonor.
Arrastava crianças, adolescentes e adultos pra perdição e sempre que podia fazia feitiços pra aumentar a prosperidade e o movimento do local.
Eu me afundava na própria vaidade e na minha soberba.
As mulheres eram lindas e mal tinham tempo para conversarmos pois viviam em satisfazer prazeres.
Minha vida era toda doada a casa de shows e mal ia pra minha própria casa, era uma mulher autêntica e destemida sem amor mal resolvido e dona do meu próprio nariz.
A administração do cabaré ia de bom pra melhor e a minha vaidade só aumentava até me apaixonar por um dos clientes.
O desgraçado se chamava José Amadeu, ele sempre que tinha tempo frequentava a casa.
Era um moreno cor de Jambo, olhos negros como a noite e cabelos crespos.
Eu me entreguei e o desgraçado aos poucos ia acabando com minha vida.
Em uma das noites com o traste fui dopada de amor e alguns remédios.
Eu estava louca e confusa mais ainda conseguia ver o desgraçado na cama com outra mulher ao meu lado.
Era Maria uma moça linda de 17 anos que trouxe da rua pra trabalhar como faxineira no local mas devido a interesses os homens também lhe desejavam e acabou entrando nos serviços.
Maria despertava todos os homens e não foi diferente com Amadeu é claro que o trate não pensou duas vezes.
Maria gemia, se contorcia e gritava.
Do outro lado da cama o veneno também fazia efeito, os dois riam de mim.
Gargalhavam e zombavam pois sabiam que seriam os sucessores da grande casa.
Meu estômago embrulhava e o gosto de sangue na boca era nítido, o veneno me comia por dentro e por fora.
Eu apaguei, mas minha alma andava pela casa como uma sina a se completar.
Amadeu e Maria terminaram a festinha.
Pegaram meu corpo, enterraram próximo ao local em um terreno baldio e logo voltaram dizendo que eu mesma tinha fugido e vendido a casa.
Amadeu e Maria eram os novos donos.
Minha alma vagava e a sede por vingança não terminava, entrei no subconsciente da mais obcecada das garotas e tramei a morte de Maria.
Ao sair da grande casa Maria foi encurralada e maltratada por várias garotas e morta em uma encruzilhada fechada onde vive até hoje.
Amadeu não deu a mínima e continuou na casa.
Não cansei até destrui o lugar.
Tirei dinheiro
Prosperidade e clientes.
Tirei tudo e todos.
A casa se afundava.
Pra quem não me conhece deixe me apresentar me chamo Maria Mulambo Rainha do cabaré eu mesma quem me iludi com o famoso José Amadeu, conhecido até hoje por José Pilintra.
Maria, a famosa mocinha.
É conhecida por Maria Padilha menina do cabaré no qual eu mesma matei numa encruzilhada fechada.
Boa noite moço !
