Capítulo 26- Reencontros

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—Papai? -perguntei com um fio de voz

—Sou eu filha! Meu Deus Dulce! Como você cresceu! -me abraçou já chorando

No começo não correspondi ao abraço, mas acabei cedendo, afinal de contas, era o meu pai, o meu herói, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda tinha o mesmo abraço, o mesmo cheiro, o mesmo beijo que me dava na testa antes de me deixar na escola. Eu nunca entendi o por que de papai ter nos abandonado, mamãe nunca dizia, sempre fugia desse assunto, por alguns anos senti uma raiva imensa, pois não entendia como um homem conseguia abandonar sua família sem mais nem menos.

—Papai!?? -Claudia gritou ao sair do carro

Minha irmã se juntou ao abraço e depois de um tempo entramos os três. Papai nos devia respostas e nós iríamos questiona-lo sobre tudo.

—Papai por que você nos abandonou?

—Está tudo bem com voce?

—Mamãe sabe que você está aqui?

—Como nos encontrou?

Disparamos com diversas perguntas.

—Filhas, eu sei que lhes devo muitas explicações, mas primeiramente, a mãe de vocês não pode saber que eu estou aqui.

—Por que não? -questionei

Papai respirou fundo, e começou a nos contar detalhe por detalhe de quando ele e mamãe brigaram.

—Sua mãe sempre foi a mulher dos meus sonhos, mas antes de conhecê-la eu namorei uma mulher chamada Ana, e ela era perdidamente apaixonada por mim, mesmo depois que nos separamos. Depois de dois anos me casei com sua mãe e logo depois tivemos vocês, Ana não parou de me procurar, ela dizia que me amava, me implorava pra que eu largasse sua mãe e ficasse com ela, eu tentei milhares de vezes conversar com ela, convencê-la de que nós não eramos mais um casal. Quando pensei que havia se tocado, ela armou pra mim, fez a mãe de vocês pensar que eu estava tendo um caso com ela, e Blanca não pensou duas vezes em sumir com vocês, e eu não tiro sua razão, se fosse comigo eu faria o mesmo, mas acho que ela se precipitou, não me deu nem a chance de tentar explicar. -secou a lágrima solitária que insistia em cair —Por todos esses anos eu procurei por vocês, e sempre que achava, já era tarde demais, vocês já haviam se mudado, até quando consegui falar com a irmã de vocês, que me ajudou a chegar até aqui.

—Blanca? Ela te ajudou? -questionei

—Sim, logo quando a encontrei ela ligou para a mãe de vocês dizendo que sabia de tudo, e como sempre sua mãe fugiu com vocês.

—Então é por isso que Blanca fez tantas perguntas sobre onde estavamos morando. -refletiu Claudia

—Sim, pois a mãe de vocês não quis lhe dar o endereço, mas esqueceu de que uma de vocês poderia dizer à ela. Filhas vocês não sabem o quanto eu sinto por ter deixado tudo chegar à esse ponto! Eu amo tanto vocês! -seus olhos se encheram d'água novamente.

Nos abraçamos enquanto chorávamos. Um misto de dúvidas, de esclarecimentos, de amor, de carinho, de imensa saudade, nos invadiu.

Mas é claro! Agora tudo se encaixava!

  Era por isso que mamãe mudou tantas vezes, ela estava fugindo de papai.

—O que é isso!??? -mamãe nos olhou com espanto —Saia da minha casa! Agora! Solte as minhas filhas!!

—Nossas filhas!! Eu tenho o mesmo direito que você Blanca! Sou o pai delas!

—Nós ja sabemos de tudo! -disse ríspida

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