Reencounter

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E então, como estamos? Ansiosos? Eu também, passei o dia escrevendo ontem só pra poder atualizar hoje.
Escrevi ouvindo "Never be the same" pra me inspirar, só que não sei como já tava ouvindo "Paranoid" do Black Sabbath. Tô com uma mistura muito louca dessas duas músicas na minha cabeça, socorro! 😂😂😂
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Camila

Viajamos muitas léguas, por entre abismos e florestas, mesmo acompanhada dos meus amigos mais queridos me sentia um pouco sozinha, sozinha em meus pensamentos, medos e incertezas, eu buscava ter fé e força de vontade para continuar focada, mas às vezes minha própria fé me traía e me maltratava, deixava minha mente esgotada, eu sabia que não podia esmorecer, que devia continuar a ser forte por ela, mas estar o tempo todo alerta e com o pensamento de que eu não poderia fraquejar um minuto sequer, acabava por consumir bastante minhas energias.

Estavam sendo dias muito difíceis, quase não parávamos em cidade alguma, Yosefka nos guiava em direção a Lauren usando a conexão que tinha com a pulseira de contas, eu continuava usando o medalhão, à medida em que seguíamos para sul eu sentia as ardências nas costas, braços e pernas mais fortes, meus pés doíam, meu estômago e minha cabeça também, sentia muita fome quase o tempo todo, eu sabia que assim que tirasse o medalhão o alívio seria imediato, mas eu não o tirava, eu não conseguia, assim como Yosefka tinha a pulseira de contas, eu tinha o medalhão que me garantia que apesar dela estar sofrendo bastante, estava viva, e era isso que mantinha minhas esperanças, a fé.

“Mila, tira esse medalhão, só um pouquinho.” Ally insistiu enquanto arrumava seu saco de dormir. Não levamos barracas para não nos atrapalhar, acampávamos ao ar livre mesmo.

“Não Ally, eu estou bem.” Me cobri melhor e Rusto veio deitar ao meu lado, mesmo estando em Leão e Castela novamente, o frio era o mesmo, Yosefka desconfiava que isso tivesse a ver com o aumento da neblina, e consequentemente com a aproximação de almas corrompidas, por isso estava sempre em alerta. Também convenceu o pai de Lauren a nos fornecer armas de mithril, ele não fez nenhuma objeção, estava preocupado conosco.

“Não está não! Pensa que eu não vejo você fazendo cara de dor várias vezes por dia?” Dinah falou sentada em frente à fogueira.

“Eu não posso tirar Di, isso... Isso é tudo que eu tenho dela por agora.” Tremi um pouco o queixo, mas não me permiti chorar.

“Mila, você não tem que fazer isso, já é sofrimento o bastante.” Normani, que estava abraçada a Dinah perto da fogueira também insistiu. Eles tentavam a todo custo me fazer tirar esse medalhão, mas nada do que diziam me convencia.

“Não é nem um terço do que ela está passando Mani, sozinha, com fome e com medo, sendo maltratada todos os dias!” Eu não consegui segurar as lágrimas e Lu sentou no meu saco de dormir, Vero me olhava com dó, Troy continuava amolando sua espada sem coragem de me olhar e Yosefka estava mais afastada vigiando.

“Tudo bem Mila, não fique assim.” Lucy me confortava. “O importante é que estamos perto não é mesmo pessoal?” ela olhou para todos buscando aprovação, e meus amigos assentiram, um tanto contrariados, mas assentiram.

“Mesmo assim, eu não me conformo.” Dinah falou e Mani a repreendeu com o olhar, mas ela continuou. “Não Mani, isso não é certo! Ela não tem que passar por isso!”

“Realmente não tem, mas é uma escolha dela.” Yosefka chegou de repente.

“Eu não entendo como alguém pode escolher sofrer...” Vero falou baixinho enxugando umas lágrimas e Lu sentou ao lado dela a confortando.

Metal Against​ The Clouds (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora