Capítulo 7

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É extremamente assustador enfrentar o mau-humor de Jonas Albuquerque o homem já bebeu quatro doses de uísque puro. Está andando sem parar, circulando a mesa do seu escritório nervoso e esbravejando no celular.

— Eu não quero saber, eu quero Kethelyn o quanto antes em Curitiba. Não quero contato com representantes de ladrões!

O homem desliga a chamada e lança com força o celular no sofá.

— DESGRAÇADOS, MALDITOS!

— Senhor Jonas, gostaria de um…

— Eu gostaria que você sumisse da minha frente, sua inútil. - Ele gritou.

Lindo, um homem que exala sedução. No entanto, sua arrogância destrói qualquer paciência existente no universo, até Dalai Lama daria uma voadora fatal nesse homem.

— Desculpa Senhor! Mas não sou uma inútil, se fui selecionada para o teste, significa que tenho a formação necessária e conhecimento abundante para estar sentada naquela mesa. - Aponto para o meu local de trabalho. — E se me der licença, vou buscar um café.

Antes de sair coloco em cima da sua mesa o projeto finalizado e com um ótimo planejamento.Jonas não rebateu, apenas sentou-se sua cadeira para analisar a produção dos modelos que fiz.
Eu preciso controlar o meu acesso de tremedeira, estou tremendo igual uma vara-verde. Deus! No refeitório da empresa me servi com um café e… Trombo no peito de alguém, derrubando todo o conteúdo do copo em cima do meu blazer lindo, perfeito e baratinho.

— Olhe por onde anda cara de bunda! - Esbravejo, tirando o meu blazer irritada.

— Uma funcionária em período de teste com tal vocabulário!

Essa voz… Não! Não!

— Senhor Jonas, eu… Eu, me perdoe.

Apresento a vocês a Rainha da gafe: Euzinha!

— Você está irritada? - Ele interpela com um tom zombeteiro.

Há não! O meu novo chefe me chama de inútil e me fez derrubar um copo cheio de café em cima do meu Blazer predileto de 5 reais.

— Não! - Respondo forçando um sorriso amarelo.

— Que ótimo, então, leve esse envelope para o Diretor do RH!

Jonas me entregou o envelope e nem sequer se desculpou pelo ocorrido. Será que todos os presidentes de empresas reconhecidas frequentam a mesma seita religiosa, onde fazem juramentos em um altar sombrio e prometendo arrogância todos os dias da sua vida?
Marcos como sempre com os cabelos desgrenhados, devo ser honesta esse jeito despojado combina com ele.

— Com licença! - Murmurei.

Marcos levanta o seu olhar e fica me fitando esperando uma explicação por invadir seu escritório em um momento de trabalho.

— Não encontrei Ana na sua mesa para anunciar a minha chegada e Jonas me mandou te entregar esse envelope.

— O que aconteceu com o seu Blazer? - Ele questiona-me.

— Aquele Cretino Gostoso, ele me chamou de inútil e cinco minutos depois me seguiu até o refeitório e aconteceu isso!

Marcos piscou seus lindos olhos castanhos e meneou a cabeça.

— Calma; seja mais específica, Alice!

Então contei a ele o excesso de raiva do Jonas Albuquerque no escritório, minha maneira rude em responde-lo. E o que aconteceu no refeitório da empresa e… Marcos tem uma crise de risos, sua gargalhada era vibrante, boa de se ouvir e contagiante. Conseguindo me tirar um riso alegre também.

— Cara de Bunda! - Ele bate na mesa com a mãos. — Mulher, você é incrível. 

Ele me chamou de incrível!
Enrubesci…
Merda, porque fiquei constrangida?

— É; bem, eu vou; é…

— Volte ao trabalho, Alice. Nos vemos depois! - Ele abriu o envelope e sua fisionomia alegre ficou tensa.

Engulo em seco!

O que estava escrito naqueles papéis para mudar o humor de uma pessoa tão rápido?

༺༻

Marcos e o Jonas eram homens completamente diferentes. O CEO da empresa ara metido, arrogante e apenas um dia de convivência ele conseguiu me ofender, me estressar e destruir meu melhor Blazer. Tirando o fato que molhava a minha calcinha apenas com um sorriso!
Marcos, era gentil, amistoso e até agora não conheci um defeito que possa repudiar. Não consigo entender…
QUE BOCETILDEZ.
O que significa isso? Meu Deus!
O meio da minha sala virou um depósito de roupas e uma conversa histéricas entre duas mulheres soava do meu quarto. Há não! Lore estava sentada na minha cama e uma mulher terminava de dobrar umas peças de roupa e guardar dentro do meu guarda-roupa.

— Ela chegou! - Lorena festeja. — Alice, essa é a Vânia. Ela é uma Personal Stylist e renovou o seu vestuário.

— É um prazer conhecê-la. A senhora Lore me falou muito sobre você e consegui trazer uma modernidade para o seu vestuário. - A Personal comentou.

— E as minhas roupas antigas? - Questiono com um nó na garganta.

— Serão doadas para a Instituição da Irmã Solange. - Lore contou sorridente. — Eu e a Vânia ficamos quatro horas comprando roupas. Estou exausta, espero que goste!

As duas me dão espaço para verificar minhas novas roupas e… Uau! São lindas, roupas sociais, blazers com tons neutros, apenas três com com as cores destacadas: Em vermelho, Azul escuro e um Pink. 
Vestidos belíssimos, calças jeans. Até mesmo lingerie novas. Como elas conseguiriam organizar tudo em um único dia? É assustador! Na verdade, nada mais me surpreende quando vem da Dona Lore.

— Eu adorei. - Confesso emocionada. — Lore e Vânia, eu nem sei como agradecer as duas. 

— Que tal começar provando algumas peças de roupas? - A Personal sugeriu e sem demora meu momento modelo fashion week começa.

Foi divertido provar as roupas, muitas risadas e até esqueci meu dia estressante. Entretanto, no começo da noite Lore perguntou como foi o meu dia e evitei falar sobre o Jonas Albuquerque. Antes que ela começasse com a história: Do amor batendo na minha porta, que vou me surpreender.
É lógico que me sinto atraída pelo Jonas, ele é um homem sedutor e será o pai dos meus filhos. Portanto, decidi deixar tudo acontecer naturalmente e não vou ficar imaginando nossa Lua de Mel na Grécia.
Antes de dormir li os resumos sobre a empresa e as regras para trabalhar com Jonas Albuquerque. São normas tão estúpidas que começo a rir, coisas como: “Não pegar sua caneta preferida em cima da mesa.”
É sério? Quem tem uma caneta preferida? Só uma pessoa com transtornos de Toc. Está tão claro como a luz do dia: Jonas Albuquerque tem a sua sanidade abalada.

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