O domingo, a risada e os lençóis compartilhados

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Oi nenes maravilhosos de tia Aline. Espero que a virada do ano de vocês tenham sido bem maravilhosa, e que vocês estejam bem. Aline porque você está postando essa budega de capítulo de madrugada? Porque eu tô metendo o loko, é isto. Espero que gostem! Sem mais delongas, boa leitura do primeiro capítulo de 2018!

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P  o  v.    M  e  r  e  d  i  t  h    G  r  e  y

Tudo é muito simples, e ainda sim um paradoxo se forma, pois você se vê em um emaranhado de sentimentos difíceis te atordoando as ideias. Naquele domingo eu havia acordado mais cedo que o normal, e não era por falta de sono, muito pelo contrário, meu corpo implorava por mais alguns minutos de um sono gostoso nos braços de Addison. Sorrio com meu próprio pensamento. A verdade era que meu corpo sempre implorava por mais uns minutos em seus braços. Eu havia acordado por um motivo que já ecoava em minha mente há alguns dias. Precisava vê-la dormindo, precisava velar seu sono por alguns minutos que fosse. Não era outubro, mas para mim parecia ser, era o meu mês preferido, as folhas laranjadas caiam das árvores, cobriam as ruas como uma mãe cobre seu filho em uma noite especialmente fria. Addison era como outubro para mim. Toda sua graça me enchia completamente o ser, e ainda que a ideia de transbordar de amor me fosse extremamente amedrontadora, eu não estava com medo. Longe disso. Não poderia estar mais segura em toda a minha vida. Meu corpo se move com tanto cuidado que acaba por me assustar, eu nunca me movia com cuidado, ainda mais para não acordar outro alguém. Mas Addison não era "outro alguém", Addison era Addison e tudo o que vinha quando tal nome ecoava por todas as células do meu corpo. Meu cotovelo se dobra e eu me apoio em minha mão, respirando baixinho para que nenhum som a acordasse. Meu rosto tomba um pouco por sobre a mão e meus lábios se curvam em um sorriso. Ela é linda.

Ela é linda como outubro é.

Seu rosto está virado para mim enquanto sua respiração se faz pacifica, calma como o mar se faz pela manhã. Eu a observo. É sempre tão bom observa-la com todos os seus trejeitos, ouvir sua voz e viajar nas coisas que ela me falava com sua voz única e espetacular que se fazia como opera para os meus ouvidos. Majestosa como outubro era. Addison se mexe, se aninhando ainda mais ao lençol branco embaixo de si enquanto seus lábios se desencostam lentamente, fazendo um adorável bico. Eu sorrio ainda mais, ela é tão linda. Meu suspiro vem em seguida, como fui capaz de deixa-la para trás? Sua inquietude tanto me assusta, e ainda sim não consigo ficar longe. Sempre gostei que as coisas estivessem nos trilhos certos, seguindo os caminhos que tracei anteriormente com todo o cuidado para que nada desse errado. Los Angeles dera errado em todos os sentidos, e ainda sim era a melhor coisa que havia me acontecido nos últimos cinco anos. O amor havia se mostrado para mim na figura de Nathan, mas o destino fez com que suas ondas banhassem minha mente e razão, me mostrando que ele nada mais era do que alguém que eu precisava viver e conhecer. Eu precisava viver Nathan para então viver Addison da maneira mais intensa que eu conseguisse.

Addison era intensa, e eu precisava ser intensa para ela.

Meus olhos piscam algumas vezes e eu sorrio com certo pesar. Não queria estar piscando, piscar significa perder uma fraçãozinha de segundo que ela se move graciosamente a minha frente. Onde você estava esse tempo todo? Meu pedacinho de outubro, seus fios se assemelham as cores das folhas que cobrem as ruas. Seus fios ruivos me cobrem e me afastam de tudo de ruim que o mundo pode me trazer. Eu faria várias playlist para ela, para que escutasse enquanto dirigia o Jeep que eu tanto amava. Por Deus, eu amava até o carro que ela dirigia. Amava como as coisas eram dispostas em sua casa, aquele era seu cantinho particular e ela havia me deixado entrar, havia deixado seu cantinho me abrigar. Sua casa era como começo de outubro, leve e ainda sim mantinha o espirito que me fazia sentir o coração ser aquecido o tempo todo. Meus lábios a buscam. Queria beija-la sem a ver abrir os olhos, só para aproveitar um pouquinho mais daquele momento. Era tão cedo para dizer que eu amava, as frases assustam por vezes. Ela era intensa e eu não queria assusta-la com a minha intensidade que surgia sempre que eu a via logo a minha frente.

Confissões de Apartamento [Reescrevendo]Место, где живут истории. Откройте их для себя