O mundo é cheio de revira-voltas, menos para Oliver Dallas. O cara mais metódico e calculista em relação a sentimentos de garotas de Wichita. Mas bem na noite de seu vigésimo terceiro aniversario, tudo muda. Ao entrar em uma confeitaria qualquer no...
[N/I] SEM HATE NA MALLORY E NO PAI DA HAZEL, HEIN? O PAI DELA SÓ ESTÁ PROTEGENDO A FILHA E A MALLORY SÓ QUER AJUDAR O AMIGO. Nesta casa não colocamos mulheres umas contra as outras só por causa de macho e também não julgamos um pai preocupado.
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Encosto-me na porta do carro e prendo o cigarro entre os lábios, usando o isqueiro para acende-lo. Solto a fumaça e a vejo se dissipar no ar. O clima ainda está fechado e nuvens escuras rodeiam cada canto da cidade. Escuto passos se aproximarem, mas não faço questão de ver quem é. Sinto o perfume dela.
— Hazel acordou — ela diz para mim e encosta-se no carro ao meu lado. — Você não vai falar com ela?
— Só mais um minuto.
— Já tem uma hora que você está dizendo isso.
— E por que você continua me importunando?
— Primeiro de tudo — ela fica na minha frente. — Pare de ser ingrato. E segundo, você passou horas sofrendo por ela, sofrendo por medo que ela não saísse viva. Por que já não está ao lado dela?
Porque estou com medo.
Porque me sinto culpado.
Porque os pais dela estão lá dentro e eles estão me culpando pela filha deles estar ali.
— Você deveria ir embora, já está a tempo demais aqui.
— Eu vou, mas primeiro quero te ver entrando no quarto dela.
— Não é como se eu fosse sair correndo ou algo assim.
Mallory cruza os braços, com as sobrancelhas erguidas e o olhar de quem pensa o contrário.
— Vou esperar esse cigarro acabar.
Assim que digo, ela enfia a mão em meu cigarro e o faz voar até uma poça d'água.
— Você vai me agradecer mais tarde, quando estiver com sua amada nos braços e livre de um câncer no pulmão. — Ela sorri vitoriosa e começa a andar de volta para o prédio do hospital. Eu fico encarando seu corpo petulante se afastar e, por fim, acabo a seguindo.
Quando chego em frente a porta, fico imóvel segurando a maçaneta.
— Covarde. — Mallory cantarola.
— Vá embora.
Ela ri. — Boa sorte.
— Ei.
— Sim?
— Obrigado. Não acho que teria mantido o controle se você não estivesse aqui.
— É para isso que servem os amigos — ela põe a mão nos bolsos e sorri. — Diga à Hazel que lhe desejo melhoras.
— Por que você mesma não diz?
— Acho que teremos momentos melhores para nos conhecer.
