Capítulo 8

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Scarlett


- Precisamos conversar! – ele falou, pálido.

- O que aconteceu? – me levantei e fui até ele.

- Meu pai armou a jogada perfeita para cima de mim – ele falou apavorado.

- O que ele fez? – eu perguntei preocupada.

- Estava tudo bom demais para ser verdade! – ele socou a mesa mais próxima. – Droga! – ele gritou e eu corri até ele e tomei suas mãos nas minhas, seus olhos encontraram os meus e ele suspirou, eu estava assustada.

Eu puxei ele até a sua cama e me sentei, fazendo um gesto para que ele se sentasse também.

- Me conta – eu falei baixo, mas alto o suficiente para que ele me ouvisse com clareza.

- Ele vai me obrigar a casar com Gina Moore, tudo por conta de um acordo ridículo que o pai dela ofereceu! – ele disparou com os olhos marejados. Eu entrei em pânico, por dentro, apenas por dentro, como sempre.

- Eu sinto muito – eu falei sem saber o que dizer, engoli o choro e acariciei suas mãos. – Vai ficar tudo bem.

- Não, não vai! – ele falou. – Gina é incrível, mas eu não a amo! Não sinto nada por ela, não quero me casar dessa forma.

- Eu sei que parece um caminho sem volta, mas as coisas podem mudar, e mesmo que vocês se casem, tem que ser só depois da escola real, quando ela se tornar uma princesa graduada! E a escola real só acabará no ano que vem, quando o verão acabar, não se desespere agora! – eu falei. – Aproveite enquanto... Eu estou aqui, porque em breve não poderemos mais nos ver.

- Isso é o que mais me dá medo! – ele falou. – Eu queria poder te conhecer melhor! Queria uma tarde como a que tivemos a duas semanas atrás! – ele falou.

- Amanhã é o dia de nos encontrarmos lá novamente – eu falei. – O que acha de fazermos algo especial? Que tal um piquenique? – sugeri e ele soltou um sorriso usando apenas os lábios. – Assim você... Se acalma um pouco!

- Você é cada vez mais incrível, sabia? – ele falou e eu sorri, corada. – É verdade o que me disse antes? Que não sente nada por mim? Se for assim, pode ir, não quero prender você apenas para me consolar!

- Eu... Não posso dizer que gosto de você! Eu passei a vida acreditando em uma realeza mesquinha, que não se importa com ninguém, e você chegou... Quebrando os meus conceitos muito repentinamente, por isso não posso dizer que sinto algo – eu falei tentando explicar o que sentia, mas eu estava nervosa demais para falar qualquer coisa. – Mas também não posso dizer que não sinto nada. Você me causa efeitos diferentes dos que eu conhecia, príncipe Érik!

- Já se apaixonou alguma vez? – ele franziu a testa.

- Não de verdade – respondi. – Já gostei de um menino que sempre passava a cavalo perto da minha casa. Brincávamos juntos às vezes, na infância, mas quando meu pai morreu eu... Me fechei bastante. Até superar a dor eu pedi que ele se afastasse um pouco, eu acho que ele entendeu errado e... Nunca mais apareceu. O nome dele era Lui, mas... Eu não era apaixonada por ele realmente, acredito eu. Quando alguém se apaixona não deseja estar distante, nunca, pode até estar longe, mas quer estar perto. E naquele momento eu realmente queria que ele fosse embora!

- Entendo! – ele falou.

- E você? Já se apaixonou alguma vez? – foi minha vez de querer saber.

- Não de verdade – nós rimos. – Concordo perfeitamente com sua opinião sobre paixão, e... Eu sempre quis que as princesas me dessem espaço – nós rimos.

A camponesaOnde histórias criam vida. Descubra agora