Epílogo

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Érik


O dia havia chegado! Finalmente estava na hora. Eu ajeitei meu relógio de ouro no pulso, a gola da camisa e dei uma última ajeitada no cabelo. Sai do meu quarto e comecei a andar, confiante, corredor a fora. Treeman se juntou a mim no meio do caminho andando da mesma maneira que eu para não levantarmos suspeitas.

 Treeman se juntou a mim no meio do caminho andando da mesma maneira que eu para não levantarmos suspeitas

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- Deu tudo certo? – perguntei, disfarçadamente, enquanto continuávamos a andar na direção da carruagem.

- Exatamente do jeito que planejamos – ele respondeu discretamente.

- Ótimo, é bom poder contar com você – eu falei.

- É bom poder fazer parte das suas tramas, torna a vida no palácio menos entediante – ele falou.

- Agradeça à Scarlett. Imagine que ela conseguiu tirar um príncipe do tédio – eu falei.

- Eu posso imaginar – ele falou.

- Quando vai começar o sorteio? – eu perguntei.

- Estão esperando apenas nós dois – ele falou.

- Tudo bem, seja o que Deus quiser – eu falei e, segundos depois, passamos pelas enormes portas do palácio, como uma saída triunfal.

Entramos na carruagem e dentro de pouco tempo chegamos na mesma praça onde fora feita os anúncios da última vez. Eu estava ansioso, eu sabia que tinha violado uma regra, mas eu sabia que valeria a pena.

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Trinta minutos antes

Treeman

Embora fosse arriscado, eu sabia que não podia decepcionar um coração jovem e apaixonado. Érik e eu éramos confidentes, e mesmo correndo um alto risco, a provabilidade de alguém nos descobrir era extremamente baixa.

Eu me dirigi ao salão de beleza da rainha, onde estavam as cinco urnas. Essas, completamente cheias com os nomes das muitas garotas que haviam se inscrito. Como eu era responsável por levar as urnas até a carruagem, não seria difícil cumprir com o dever. A bolsa que estava em meu ombro esquerdo continha exatamente o que mudaria a vida de Érik.

- Minha rainha? – fiz uma reverência e ela sorriu para mim.

- Que bom que chegou, já estava preocupada – ela falou e se levantou. – Vou avisar a todos que já estamos de saída e mandar preparar a carruagem. Quando for descer as urnas, por favor, trate de colocá-las em ordem, do número 1 ao número 5.

- Como quiser, majestade – eu falei e a rainha logo se retirou.

Depois de me certificar de que não havia mais ninguém no corredor e fechar a porta, era hora da ação. Abri a urna com o número 5, retirei todos os papéis que estavam dentro e os deixei no chão, ao meu lado. Abri a bolsa que estava em meu ombro e despejei dentro da urna, que agora era completa de papéis com o nome "Scarlett Peasant, de Apolônia". Os papéis que retirei da urna, dividi entre as urnas 1, 2, 3 e 4, deixando que a 5 tivesse apenas o nome da camponesa. Depois de terminar o trabalho, sem deixar rastros, desci as urnas à carruagem quase pronta para partir, arrumando-as em ordem como a rainha exigira.

- Todos prontos? – a rainha perguntou entrando na carruagem juntamente com o rei.

- Falta apenas Érik – o rei falou. – Tinha que ser ele mesmo. Vai se atrasar justo para o sorteio que está acontecendo por culpa dele.

- Quando vai superar isso, querido? – a rainha colocou a mão no peito do rei tentando acalmá-lo.

- Eu vou chamá-lo.

Entrei no palácio e procurei Érik, até encontrá-lo não muito tempo depois.

- Deu tudo certo? – ele perguntou, disfarçadamente, enquanto andávamos na direção da carruagem.

- Exatamente do jeito que planejamos – eu respondi discretamente.

- Ótimo, é bom poder contar com você – ele falou.

- É bom poder fazer parte das suas tramas, torna a vida no palácio menos entediante – falei esboçando um sorriso travesso.

- Agradeça à Scarlett. Imagine que ela conseguiu tirar um príncipe do tédio – ele esboçou um sorriso involuntário ao tocar no nome da garota.

- Eu posso imaginar – falei.

Scarlett

Érik era uma pessoa incrível, em todos os aspectos, mas eu confesso que tinha ficado frustrada com a atitude dele de não me contar o que estava planejando. Sempre que eu tentava ao menos tirar algo dele, ele mudava de assunto, ou dizia que eu não precisava me preocupar, que ele cuidaria de tudo. Todas as vezes que nos encontramos depois do decreto foram incrivelmente românticas, como sempre, mas eu comecei a perceber que estava entrando em um caminho sem volta. Eu estava tendo... Algo, que eu não podia descrever, com o príncipe do reino, que a propósito estava prometido a se casar com a filha da megera para quem eu trabalhava a mais de um ano. Eu estava com medo, mas ao mesmo tempo estava feliz. Érik não me beijou de novo depois daquele dia, ele dizia que queria esperar eu ter certeza dos meus sentimentos, e ele também. Ele talvez tenha se assustado com sua própria atitude, já que ele vivia em uma realidade onde o primeiro beijo era em cima do altar. Vinte dias se passaram desde o dia em que o decreto foi anunciado. Faltavam alguns dias para o verão e o calor escaldante chegar em nosso reino, isso significava que a escola real iria começar. Eu estava com o dobro do trabalho que eu tinha na casa dos Moore. Eu não sei se todos estavam contra mim depois de ter me inscrito no sorteio, mas os três estavam me tratando com muito desprezo. Eu passei a visitar o campo escarlate somente nos dias marcados com Érik, que eram raros para não chamar atenção. Quando eu não estava limpando, estava organizando a mudança dos Moore, afinal, eles iriam morar no palácio. Que ironia! Mesmo se eu fosse sorteada, não seria muito legal tê-los por perto. Eu devia ignorá-los ou ficar com medo? Eu acreditava que durante a escola real, Érik pudesse se livrar do casamento com Gina, afinal, por qual outro motivo ele queria que eu fosse sorteada? Finalmente o dia do sorteio chegou, e todas as inscritas e seus familiares se reuniram na mesma praça onde o decreto foi anunciado. A família real não demorou a chegar, e de longe, eu via o general Treeman colocando no mesmo palanque, cinco urnas, em ordem do 1 ao 5. Todos se organizaram, o público ficou aflito, o sorteio começou. Érik se posicionou na primeira urna e anunciou:

- Diana Ferschet! – ele gritou e meu queixo caiu. Diana havia sido sorteada! Se eu fosse sorteada nós poderíamos ficar juntas! Ele passou para a segunda urna e tirou o segundo nome.

Três nomes foram anunciados, e a única pessoa que eu conhecia era Diana, fiquei feliz por ela ter sido sorteada, mas estava ficando aflita, porque a quinta urna chegou, e o último nome foi sorteado. Érik abriu o papel, e olhou para Treeman com um olhar... curioso!

- Scarlett Peasant! – Ah, essa pessoa eu com certeza conhecia!

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A camponesaWhere stories live. Discover now