°^ Capítulo Trinta e sete ^°

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Lucas.

Estou sentado em meu sofá, a escuridão toma a casa. Meu celular está em minhas mãos. Enquanto minha mente é bombardeada por sugestões de como passar a notícia em diante.

Acabei de receber um telefonema de Gabriel, Miranda sofreu um acidente. Não sei a gravidade, não sei ao menos como este acidente ocorreu. Ele me pediu pra avisar a família, porém não sei como dar esta notícia.

Faz apenas alguns dia que eles voltaram de sua lua de mal, não esperávamos por isso.

Disco o número de Rebeca que atende no terceiro toque.

-Alô?

-Bê, está em casa?-Pergunto.

-Sim, aconteceu algo?

-Quer que fique calma, ok?

-Fale logo, Lucas!

-Miranda sofreu um acidente. -Digo ouvindo o silêncio dominar o auto falante. Ficamos uns dois minutos em silêncio, apenas tentando compreender a sensação do choque.

-Como.isso aconteceu?-Ela pergunta com a voz trêmula.

-Não sei, Gabriel me ligou, avisou e me pediu para avisar a família.

-Meu Deus. -Sua voz sai mista a um soluço.

-Espere, vou ligar pro meus tios e já passo aí pra gente ir para o hospital.

-Tá bem.

Logo encerro a chamada.

Foi uma tarefa difícil avisar meus tios, porém os pais de Miranda foi mais doloroso. Mesmo garantindo que ela está viva minha tia não se acalmou... Agora estou dirigindo em direção a casa de Rebeca, logo que estaciono frente ao seu condomínio ela já adentra ao carro.

Seus olhos estão vermelhos provavelmente pelo choro.

-Não sabe mesmo o estado dela?-Pergunta enquanto o carro está parado em um sinal vermelho.

-Não, Gabriel apenas me avisou.

Seguimos caminho em silêncio.

Mal desliguei o carro e Rebeca saiu praticamente correndo em direção a entrada do hospital, sem dúvidas, seria um longa noite.

Descobrimos que Miranda está em estado de coma, parte de mim se corrói por saber o quanto que Rebeca está sofrendo por tudo isso. Na verdade só queria que as coisas voltassem ao normal.

Foram duas semanas difíceis e cansativas, Rebeca não está sabendo lidar com esta situação, não foram uma, nem duas, mas sim três vezes que a peguei chorando apenas essa semana e sei que não será a última.

Estou fitando a papelada a minha frente sem cabeça para lê-las, preferiria ser aqueles presidentes que apenas mandam e não aqueles que fazem quase tudo.

Meu pai não está mais na empresa, logo tudo o que acontece vem para minhas mãos, e no final do mês você começa a perceber que não é um dinheiro tão fácil de se ganhar, na verdade estou começando achar que ele está até pouco.

O som do toque do meu celular ecoa por minha sala. Atendo-o.

-Alô.

-A-amor! -A voz de Rebeca está misturada a um choro copisioso.

-Bê, acalme-se, respire fundo e me diga o que está acontecendo. -Peço sentindo certo temor por ela.

-Ela acordou! Ela acordou! Lucas, ela acordou!

-Miranda acordou?-Pergunto surpreso.

-Sim, minha tia acabou de ligar!

-Onde você está?-Pergunto deixando os documentos em minhas mãos de lado.

-Estou me arrumando para ir ao hospital.

-Espere em sua casa que já estou passando aí.

-Tá bom.

Encerro a ligação e começo a arrumar todos os documentos.

Assim que saio de minha sala encontro minha secretária.

-Maria, por favor, deixe todos os relatórios em minha mesa assim que chegar os verificarei.

Ela assente.

Deixo a empresa e me direciono ao estacionamento. O trânsito não estava tão caótico, o horário ajuda, afinal ninguém sai do trabalho às três da tarde. Rebeca estava me esperando frente ao seu condomínio.

Diferente das outras vezes que a levei até o hospital hoje ela estava alegre, com um brilho diferente nos olhos. Algo que nunca havia visto, também estava feliz, porém ela estava radiante.

O caminho todo foi feito com certa inquietação, ambos estávamos ansiosos.

Quando estacionei no hospital ela pulou do carro. Me puxou pelos corredores extensos do hospital.

Abriu a porta de uma forma brusca que assustou a Gabriel e a própria Miranda.

Rebeca solta minha mão e corre em direção a cama abraçando a prima. Fitei aquela cena, e por um segundo me peguei pensando como seria se estivesse no lugar de Gabriel. Conseguiria suportar tudo? Não sei, porém apenas a hipótese me causa dor.

Meu primo se aproxima da cama pedido para que Rebeca se afaste. E então vem como um balde de água fria. Ela havia perdido a memória.

Não se lembrava da prima que sempre considerou como irmã, não se lembrava do marido e nem dos pais que estavam no quarto que parecia muito menor agora.

Não consigo decifrar o olhar de Rebeca, ele está perdido, está distante.

Vejo-a fitar tudo ao seu redor como se estivesse procurando por uma solução, este é o problema, a solução viria com o tempo. E apenas o Dono do tempo pode reverter tais situações.

Rebeca pediu para ficar com a prima aquela noite, porém Gabriel negou. Miranda estava confusa demais.

A volta foi silenciosa.

-Pelo menos ela está bem, Bê.-Digo assim que paro o carro frente ao seu condomínio.

-Eu sei. É que foi frustrante ela não se lembrar.

-Eu sei, mas você me ensinou que para tudo há uma explicação. Você sempre me disse que se não deu certo é porque...

-Ainda não chegamos no fim.-Ela completa a frase sorrindo.

-No final tudo dá certo.

Beijo brevemente seus lábios. Nos despedimos, por mais que seja um momento difícil estou aliviado por ela ter acordado, já é um grande passo que foi dado. Os próximos virão, consequentemente, e nos alegrarão.
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E aí meus amores??

Espero que tenham gostado!!

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Amo vocês! Até amanhã ❤️

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