Thamara

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Sexta feira, 16/06/2017, 22h00min horas.

Eu não sei se algum dia eu vou conseguir esquecer o que aconteceu ontem. Eu presenciei uma cena de horror, vi um homem matar a mãe de duas amigas minha, e isso tudo aconteceu na minha frente, eu fui ameaçada também, e se ele não me matou, foi porque a polícia chegou antes.

Todo aquele sangue escorrendo da Lorelai, da última conversa com as duas filhas, foi perturbador presenciar tudo aquilo.

Nenhuma de nós foi à aula hoje, trocamos a escola pelo cemitério. Na parte da manhã foi o funeral de Lorelai, e eu, como amiga, tive que ir, eu não gosto de cemitérios, fico sempre para baixo quando tenho que ir a algum.

Meus pais estão preocupados comigo, pois desde ontem eu tenho ficado "quieta de mais", eu não consigo evitar, acho que fiquei traumatizada. Eles chegaram a falar que eu poderia fazer terapia, para que eu soubesse lidar com o que passei ontem, e dessa vez, eu fui obrigada a concordar.

Eu não conseguia parar de pensar na cena, pelo o que presenciamos, e a imagem de Lorelai sendo baleada não sai da minha cabeça, isso está me atormentando, eu preciso de terapia, tenho que esquecer isso.

Esquecer eu não vou conseguir, mas tenho que parar de pensar frequentemente nisso. E hoje, também foi o dia em que eu tinha que viajar para o Rio de Janeiro com o Peter, eu tinha perdido a vontade de ir, mas eu não queria furar com o Peter, afinal, ele estava tão feliz que eu iria.

Ir ao funeral também não foi nada fácil, muita gente chorando, principalmente a mãe de Lorelai, Mirela e Lavínia. Estar lá mexeu muito comigo, fiquei muito triste, quando terminou, foi um alívio para mim.

...

Quando cheguei ao Rio de Janeiro, eu ainda estava quieta. Estávamos na casa dos avós do Peter, especificamente no quarto de hospedes que me colocaram, quando bateram na minha porta.

- Entra. – eu disse, sem perguntar quem era.

Para minha sorte, era o Peter e não outra pessoa. Ele entrou, e se sentou ao meu lado na cama. – Eu pensei que isso fosse passar e que era só o cansaço, pensei que quando chegasse aqui iria melhorar, mas até agora você não tem falado muito comigo, percebeu?

Inspirei fundo e o abracei. – Desculpa... – disse, chorando. Não sei por que chorei, quer dizer, eu até sei, mas eu não imaginava que fosse desabar na frente dele.

Ele me envolveu com seus braços e afagou minhas costas. – Não tem que me pedir desculpas meu anjo, você presenciou uma cena que nenhuma menina de 15 anos deveria presenciar, sei que é difícil, mas olha só onde estamos, é o Rio de Janeiro, tem que parar de ficar pensando no que aconteceu ontem, e se divertir aqui, curtir a cidade. – ele disse.

- Eu sei, vou tentar fazer isso. Eu estou feliz de estar aqui com você, eu te amo. – disse.

Ele sorriu e beijou a ponta do meu nariz. – Eu também amo você. – ele disse, e após, beijou minha boca.

Foi intenso e amoroso. Eu o amo tanto. Fomos interrompidos pelo Matheus, que estava batendo na porta e gritando pelo Peter.

Assim que saímos do quarto, Matheus falou o que queria. – Eu estou indo para a praia de Copacabana, vocês dois querem ir comigo? – perguntou ele.

- Está bem, tudo bem por você Thamara? – Peter me perguntou.

- Claro, eu vou entrar no quarto e colocar roupa de praia. – eu disse, dei um selinho no Peter, e voltei para o quarto que seria meu até Domingo.

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