Capítulo 11: Visão espiritual.

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Victor:

Era isso, meu primo mal acaba de receber seus poderes, e o maior presente é o que? Exatamente, ele fica cego, eu andei com ele segurando em meus ombros, tinha que ter o cuidado dobrado para que ele não caísse, Henry coitado, não dizia nada, apenas andava quieto, no fundo eu sabia como ele estava se sentindo, quando ele respirava pesadamente, sabia que estava triste ou com raiva.

Nós fomos andando, demoramos o dobro do tempo para sair daquela floresta, porém, finalmente saímos, coloquei o Henry sentado na arquibancada de frente a fogueira, mandei mensagens a todos, e chamei nossos avôs, em pouco tempo eles estavam conosco, trouxeram consigo uma fada, professora da escola, ela despejou um pó brilhante em cima dos olhos do meu primo, porém nada aconteceu, ela olhou triste para nossos avôs e disse:

- Esse encanto é muito forte, não consigo quebrar, talvez não seja algo ruim, apenas algo.

Henry respirando pesadamente respondeu:

- Pessoal, eu preciso passar por isso, foi o que Anúbis disse, então não se preocupem, eu irei passar, além do mais, tenho meu primo aqui para me ajudar.

Eu sorri, embora ele não pudesse ver, por fora sorria, por dentro um caos, queria solucionar o problema do meu primo o quanto antes, mas precisava ter calma, coisa que Henry não tinha.

Nós andávamos tranquilamente para o nosso dormitório, até que Henry disse:

- Vick espere, que luz é essa?

Eu parei de andar, procurando a tal luz que meu primo tinha visto, porém, não encontrei nada, olhando para ele perguntei:

- Onde?

Henry apenas respondeu:

- Em você.

Uma luz em mim? Eu me soltei do meu primo, e comecei a olhar meu corpo, buscando alguma coisa que brilhasse em mim, mas também não encontrei nada, olhei para meu primo e falei:

- Não tem nenhuma luz em mim Henry, você além de cego, tá ficando louco?

Henry então respondeu:

- Deve ser os meus poderes se manifestando, eu vejo uma luz de cor azul clara emanando de você.

Não sei se isso é um bom ou mal sinal, talvez o meu primo estivesse voltando a enxergar, por fim falei:

- Vamos dormir, quem sabe a sua cegueira esteja passando.

Ele apenas balançou a cabeça concordando, e seguimos rumo ao nosso dormitório, ajudei ele a se trocar, estava torcendo para que no outro dia ele já estivesse melhor.

***********

Bruno:

O dia amanheceu, acordei cedo, estava preocupado em saber o que houve com meus amigos na floresta detalhadamente, eu vi que Henry estava cego, tentei descobrir o que estava acontecendo, mas como todos estavam preocupados com a condição dele, resolvi aguardar até o outro dia, depois de ter me trocado, resolvi ir ao quarto dos primos e verificar como eles estavam, bati na porta e abrindo disse:

- Posso entrar?

Henry olhou para mim, seus olhos estavam sem o brilho normal da vida, porém algo que ele me disse, me assustou:

- Sua luz é vermelha, e ela aumenta cada vez mais Bruno.

Olhei de Henry para Victor que respondeu:

- Desde ontem ele cismou que eu tenho uma luz azul clara.

Não disse nada, apenas entrei, fiquei encarando o filho do tio Leandro, nessa altura, os pais dele já sabiam do ocorrido, Emilly era dedo duro, sempre contava as coisas de todos, mas ela é gente boa.

Tríade - A Relíquia dos ElementosWhere stories live. Discover now