Capítulo um

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Meu despertador toca pela quarta vez, e enfim levanto para fazer minhas higienes matinais. O dia estava extremamente frio e me faz querer, mais que nunca, ficar o dia inteiro deitado, assistindo algo, mas como querer não é poder, termino de me arrumar e me dirijo a faculdade.

Me chamo Felipe, tenho 19 anos e curso Arquitetura. Há um ano e meio moro sozinho, pois meus pais acharam que facilitaria a minha vida mudar para mais perto da faculdade, o que me agradou muito. Amo ter meu espaço e minha liberdade. Meus pais sabem que sou gay, e lidaram muito bem com isso. Já estive em alguns relacionamentos mas nada que durou muito.

Chego na faculdade atrasado, mas consigo assistir a primeira aula pois o horário era de um professor muito simpático. Após horas sentado, enfim posso ir pra casa e dormir o quanto quiser.

 A semana correu monótona, porém rápida. Na sexta, recebo uma mensagem de Érick, meu amigo, me convidando para almoçar, aceitei. Marcamos de que iria busca-lo.

- Caralho Felipe, achei que você tinha sofrido um acidente no caminho, que demora. - Reclama Érick.

- Boa tarde pra você também, mal-humorado. - respondo, dando partida no carro.

Chegamos no restaurante, e fizemos nossos pedidos.

- Fê, você e o Victor não tem mais volta mesmo? Você sabe que ele ainda gosta de você - diz Érick.

- Não nasci pra me relacionar com pessoas como o Victor, Érick. Ele não entendia que eu não era uma propriedade dele, eu sou dono de mim mesmo. Ele era meu namorado e não meu pai. - respondo.

- Mas você sabe que ele tentou mudar - responde meu amigo.

- Não o suficiente. Na verdade, por quê tocou nesse assunto? Nós estamos separados há mais de 3 meses - indago.

- Ele me implorou pra que eu falasse com você. Você o bloqueou, não atende os telefonemas dele, ele tá meio desesperado. - diz Érick.

- Ele não me deixava em paz, e por favor, avise que eu não estou disposto a reatar com ele. Você já terminou? Podemos ir? - digo.

- Ok, não vou mais insistir. Vamos sim.

Pagamos a conta, e fomos visitar meu pais, que vivem dizendo que estou sumido.

Somos recebidos pela Andreia, que trabalha em casa desde que eu era criança.

- Menino! Por onde você andou? Há meses que eu não te vejo. - diz Andreia, me abraçando afetuosamente.

- Não exagera Andreia, também senti sua falta. Cadê as pessoas dessa casa? - pergunto.

- Sua mãe saiu, e seu pai não foi trabalhar hoje, está no quarto com o Dudu.

Subimos em direção ao quarto dos meus pais, e assim que abro a porta sou recebido pelos pequenos bracinhos do meu irmão, que agarram meu pescoço, me abraçando. Percebo que realmente, não frequentava minha casa há algum tempo, já que meu irmãozinho aparentava muito maior do que a última vez que o vi.

- Isso só pode ser uma miragem! Enfim criou vergonha e veio visitar seus velhos pais? - escuto meu pai dizer, vindo me abraçar e em seguida cumprimentar Érick que estava brincando com meu irmão.

- Meu Jah, como vocês são dramáticos. Fomos almoçar aqui por perto e decidimos dar uma passadinha por aqui. Cadê a mamãe? - pergunto.

- Sua mãe foi visitar sua avó, hoje mesmo ela reclamou que sente sua falta. - diz meu pai.

- Domingo, eu venho dormir aqui, pode ser?

- Claro, podemos sair pra jantar também. Aproveitamos, e convidamos seus tios, eles também estão com saudades. - sugere meu pai, apenas concordo com a cabeça.

INCONSTANTE (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now