Capítulo sete

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"Não sou seu brinquedinho, Felipe", foi o que li assim que levantei. Na noite anterior, mandei uma mensagem pra Victor dizendo que apesar de não estarmos mais juntos, ainda o queria por perto como amigo. Não acho que pelo fato de termos terminado, devemos nos odiar mas se Victor não quisesse, que ele seguisse a sua vida pois eu iria seguir a minha.

Estava de saco cheio da minha rotina, mas as férias logo chegariam. Pela manhã fui pra faculdade, mas pude voltar mais cedo pois não iria ter as duas últimas aulas. Não tinha nada pra fazer em casa, e o dia frio propiciava um dia debaixo das cobertas, assistindo algo no Netflix. Enquanto procurava algo no catálogo, ouço meu celular tocar e corro pra atender.

- Alô? - digo.

- Estava me perguntando se era muito cedo pra te ligar. - responde Arthur, do outro lado da linha.

- Eu estava justamente pensando em quando você ligaria.

- Por que você não me ligou primeiro, então?

- Você não me passou seu número, ué. - digo.

- Ah, é mesmo. Mas então, sua agenda está muito lotada pra almoçar comigo hoje?

- Hum, só se você pagar. - ironizo.

- Se eu estou te convidando, é óbvio que eu vou pagar né Felipe. - diz Arthur.

- Eu estou brincando, bobo. Vamos sim. 

- Ótimo, prefere um lugar em específico? - pergunta ele.

- Não, vou te deixar escolher.

- Ok, jajá eu passo aí, beijos.

- Tá bom, beijo. - me despeço.

O convite de Arthur veio em uma ótima hora. Fui me arrumar, pois logo ele chegaria. Não demorou muito e ele me mandou uma mensagem dizendo que já estava me esperando na porta do meu prédio. Peguei minha carteira, minhas chaves e desci. Arthur estava encostado em seu carro, vestindo uma calça casual e camisa, e como de costume, estava lindo. 

- Já sentiu saudades? - pergunto, me aproximando.

- Não quero te deixar convencido, mas se eu disser que não, vou mentir. Se importa se eu te beijar aqui no meio da rua? - diz Arthur.

- Nem um pouco. À propósito, também senti saudades. - digo, dando um beijo rápido em Arthur antes de entrar no carro. 

No caminho, fomos conversando coisas aleatórias e logo chegamos. Nunca havia ido àquele restaurante, mesmo sendo bem pertinho da minha casa.

- Já veio aqui antes? - pergunto à Arthur.

- Algumas vezes, adoro a comida daqui.

- Hum. Que milagre não te ver de terno ou de roupa social.

- Seu pai me deu folga hoje. 

- Ele sabe sobre a gente. 

- O QUÊ? - diz Arthur, pálido de susto.

- Para com isso besta, ele não se importa. - respondo, entre risos.

- Meu Deus, que vergonha Felipe, com que cara eu vou olhar pra ele agora?

- Com a de sempre, ué. Agora vamos pedir porque eu tô com fome. - digo.

Fizemos nossos pedidos, e toda hora caía na risada por causa de Arthur, até ele esquecer isso.

- Lembra a primeira vez que a gente se viu? - pergunta Arthur.

- Lembro, foi no dia que você foi me buscar porque o carro do Erick quebrou.

INCONSTANTE (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now