vinte

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Ele coloca outra toalha seca sobre Seungkwan. Não havia entendido bem o episódio da piscina, sempre deu indícios de que gostaria que fossem até esse ponto. Vernon apenas não conseguia raciocinar direito, porém a cena estava muito clara e ao mesmo tempo tão confusa. Chegam até uma sala vazia, após caminharem bastante.

— Então, o quê queria falar? — ri, ainda meio tonto. — Que seja rápido, pois eu estou louco para te...

— Hansol, por favor. Não é piada.

Eles permanecem em silêncio. O loiro se inclina ao ver uma bebida próxima, mas Seungkwan dá um tapa em sua mão, o impedindo de pegar. Hansol vagueia seu olhar por todo o local, procurando algum ponto específico para que pudesse prender a sua atenção. Às vezes esquecia-se de que Seungkwan estava no cômodo.

— Estou ouvindo.

— Eu não quero... isso. Não sou esse tipo de garoto.

— Não é esse tipo de garoto? — Parece se fazer de desentendido.

— Não, e-eu não consigo. — Suspira. — Não quero fazer sexo, não agora.

Seungkwan falava com olhar baixo e tropeçando nas palavras. Estava sendo difícil ser tão direto, ele nunca foi bom nesse tipo de discurso. Ainda sentia-se como um pequeno garotinho sem vivência e que levaria uma bronca à qualquer momento. Ainda tinha medo.

— Bom — Hansol guardou todos os palavrões que continha em mente. Pensa no que dizer. — está tudo bem. Nem queria transar mesmo.

— Não faça piada.

Vernon sente o tom sério em sua voz, e se mantém sob controle. Nunca havia se deparado com uma questão daquele tipo, muito menos haveria de cogitá-la assim que se dá conta da quantidade de garrafas que bebeu até a última gota na festa. Estavam ali para aproveitar, não importa como, ele imaginava frequentemente; Seria a oportunidade perfeita para saciar todas as suas vontades. Por fim, questiona:

— Por quê, afinal?

O castanho encara seus olhos, mordendo o lábio enquanto pensa. Enquanto suas memórias não tão legais voltavam à mente. Não queria ter de se recordar daquelas partes delicadas de sua vida. Fora ridículo e vergonhoso, ainda que dolorido. Continua o afetando. Séria lícito abrir sua vida para um bêbado tal qual você havia se apaixonado num período recorde de tempo?

Faziam-se alguns anos. Muitos anos. Eu ainda era apenas um pré-adolescente, e oras, queria curtir. Haviam muitas coisas interessantes à se fazer, então, eu as buscava. Achei vídeos que faziam meus olhos brilharem, eu os adorava. As pessoas nele faziam coisas diferentes. Elas estavam nuas, e se esfregavam, se beijavam, gritavam e machucavam-se constantemente. No início eu achei bizarro, mas as coisas mudaram. Parecia que aquilo causava efeitos diferentes em mim; Agora não apenas os assistia, mas eu abaixava minhas calças e me divertia sozinho. Era legal.

Às vezes a madrugada se passava assim. Com o tempo, um pouco antes dela. E então à tarde também. Havia momentos eu que eu precisava deixar a aula, não poderia esperar mais nenhum minuto. Tinha que ver e relaxar, esquecer-me do que deveria lembrar e apenas concentrar tudo em minha mão favorita.

Mas se passaram os meses e minhas notas caíram. Eu não queria sair muito de casa, apenas ficava no meu quarto. Minha mãe descobriu, não me pergunte como. Eu apanhei feio, chorava de dor, por que aquilo não terminava. Ela queria me levar à algum psiquiatra, mas eu pensei melhor e preferi aceitar os convites antigos dela para ir à igreja, ao menos maquearia a minha imagem. Eu não gostei, logo de cara, porém com o tempo me acostumei. Me tornei fanático, detestava perder uma missa. Pelo tempo que se passava, eu ainda não havia me livrado totalmente dos desejos antigos. Na hora de dormir, me vinham as imagens e acompanhadas dela, meus barulhos e gritos estridentes. Nem preciso dizer o tamanho das outras surras que levei.

Acontece que as imagens simplesmente voltavam, todas elas. E todo o sentimento atrelado à aquele hábito promíscuo, embora eu dormisse não conseguia me livrar. Não consigo.

E volta mais uma, duas, cinquenta vezes ao dia. Ou será pela noite? Eu me sinto atordoado, como se algo me incomodasse e também aos outros. Espero que não.

Ao menos irei fingir que sou normal.

Seungkwan suspira, analisando bem a situação. Dá de ombros, virando o olhar ao lado.

— Não sei ao certo.


oi cats como estao se sentindo¿?


moans [verkwan]Where stories live. Discover now