Capítulo 07.

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Enzo Callegari.

A manhã é chuvosa e eu claramente odeio dias assim, me sinto fraco e sem vontade de levantar da cama ou até mesmo de viver. Em dias assim só me vem na cabeça o acidente, aquele drástico acidente que até hoje causa efeitos em mim, por mais que eu não estivesse presente no momento, eu me sinto culpado de todas as formas possíveis.

Termino de me arrumar, pego minha maleta e sigo até o saguão, cumprimento meu motorista e entro na limousine que logo da partida.

Quando minha mãe vem para Seattle ela sempre leva Laura para sair com ela e se divertir um pouco, eu sinto falta na maior parte do tempo mas ela é apenas uma criança e é necessário que se distraia com outras pessoas ao invés de ficar trancada comigo na empresa assistindo um simples desenho.

Ao chegar cumprimento alguns dos funcionários e pego o elevador, depois de subir alguns andares, as portas se abriram e logo depois, Isabella entrou, extremamente encantadora, com seus cabelos ondulados caindo sobre o rosto, um vestido azul colado no corpo juntamente à um salto preto brilhante.

— Bom dia, senhor Callegari — Disse ela me tirando completamente do transe e desviando meu olhar — Preparado para festa hoje?

— Festa? — Perguntei assustado, tudo o que eu menos preciso, é disso, ainda mais hoje.

Ela pegou sua agenda observando a mesma atenciosamente.

— Sim... A inauguração da empresa de Oswald Fisher.

Eu havia esquecido completamente e não devia, pois esse homem é um dos meus maiores inimigos tanto na vida pessoal quando na profissional. Sempre serei o maior, mas ele quer e tenta passar à minha frente, o que acaba se tornando um enorme problema... Pra ele, claro.

— Não, eu não irei.

— Mas eu confirmei sua presença — Disse ela me olhando e eu respirei fundo tentando não fazer do dia daquela mulher um desastre assim como o meu — O senhor precisa comparecer em novos eventos, ser visto e todos verem como está...

— Então é melhor que não vejam. Não estou em boas condições para ir, sinto muito, quem sabe no próximo.

Isabella bufou e assentiu logo depois, permanecendo quieta, fez uma anotação e guardou a agenda em sua bolsa. Sem que eu percebesse meus olhos já estavam grudados nela.

— Por que me olha assim? — Perguntou e eu sorri balançando a cabeça.

— Porque chega a ser fofo ver você se empenhando para continuar nessa empresa — Ela revirou os olhos.

Sim, eu menti, seria hilário se ela soubesse que enquanto eu olhava pra ela pensava no quanto ela me chamava atenção mas ao mesmo tempo me lembrava Elena e isso me causava um certo incômodo.

Finalmente chegamos no vigésimo primeiro andar, sai do elevador indo para um lado e Isabella para outro. Balanço a cabeça de forma negativa e vou direto para minha sala, coloco minha maleta no mesmo lugar de sempre, pego uma garrafa de whisky e encho meu copo, acrescentando alguns gelos e bebendo o mesmo.

(...)

Escuto baterem na porta fazendo com que minha concentração se desviasse dos meus afazeres indo direto a Isabella que se aproximava.

— Acabei de receber uma ligação do doutor Feld e ele disse que a Laura tem uma consulta marcada com ele amanhã pois é importante.

Senti meu coração acelerar por alguns segundos e o medo percorrer meu coração. Sim, medo, medo da minha filha nunca mais voltar a andar e ser obrigada a passar a vida numa cadeira de rodas.

— Ele disse mais alguma coisa, Portman?

— Não — Ela respondeu me olhando e eu assenti.

— Então pode se retirar — Respondi friamente, o que fez ela dar mais alguns passos à frente.

— Quer conversar?

— Garanto que se eu precisar conversar ou desabafar com alguém, não vai ser com você.

Seus olhos brilharam e ao mesmo tempo marejaram, o que me fez pensar na resposta que havia dado à ela que não tem culpa alguma das coisas ruins que aconteceram em minha vida.

— Tudo bem. Tenha um bom dia, se precisar de mim é só chamar. — Disse ela se afastando e eu assenti.

— Portman! — A chamei quando faltava pouco para ela se retirar da sala.

— Sim? — Se virou me encarando.

— Qual o horário da inauguração hoje?

— Às oito — Murmurou sem muita animação.

— Tudo bem, esteja pronta oito e meia, passarei para de buscar — Respondi dando um gole no meu whisky e ela arregalou os olhos.

— Eu? Mas eu nem tenho roupa para isso... Digo, não estou preparada um evento desse tipo.

Ela estava extremamente surpresa e nervosa ao mesmo tempo, o que me fez sorrir entusiasmado.

— Não se preocupe com isso.

Ela assentiu mais uma vez deixando um sorriso sem jeito escapar, logo saiu da sala.

De certa forma eu estava muito ansioso pois seria essa a primeira vez que sairia desde a morte de minha esposa e ainda por cima levando outra mulher junto.

Sinto que está errado, muito errado, talvez seja melhor desistir. Mas e Isabella? Sem dúvidas se sentiria mal com a situação em que se envolveu. Embora, eu nem saiba o porquê de estar me preocupando com ela ou com o que irá sentir, mas tudo bem...

Agora já é tarde para desistir.

Olá meus amores, me perdoem pelo capítulo curto mas prometo que no próximo irei recompensar bastante!!!

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Olá meus amores, me perdoem pelo capítulo curto mas prometo que no próximo irei recompensar bastante!!!

Chegamos em 1k em menos de 5 dias e é impossível explicar o quão impactada eu estou, sério, não imaginava que fosse crescer tão rápido assim. Só tenho a agradecer por vocês estarem me acompanhando nesse meu primeiro romance, por sempre comentarem dando a opinião e por mostrarem o quanto estão gostando! É impossível explicar o quão eu estou feliz, obrigada de verdade! ❤️

Quando conheci Ella - Duologia CallegariOnde as histórias ganham vida. Descobre agora