Capítulo 15

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Aeroporto, Florença, IT

— O que você compraria para uma criança? — Perguntou Joseph parado de braços cruzados, com uma cara de emburrado, olhando para uma estante de bonecas de uma loja de conveniência.

— Para que você quer um presente de criança? — Perguntou com uma sobrancelha erguida. Joseph suspirou e olhou-a, quase implorando por ajuda. — Tudo bem, não precisa me contar. — Disse se aproximando dele e colocando uma mão em seu ombro. — Como ela é?

— Uma criança. — Disse óbvio, fazendo Demetria revirar os olhos.

— É menino, menina, idade, do que gosta, essas coisas! — Exclamou divertida.

— É uma menina. E eu não sei do que ela gosta. — Mentiu. Demetria não podia saber de Elizabeth e qualquer passo em falso ela saberia. Demetria era inteligente e não era dificil juntar as peças do puzzle.

— Assim complica. — Disse rindo. Joseph sorriu ao ver Demetria rindo e voltou a olhar a estante que lhe parecia ser cor de rosa de mais. — Sabe a idade dela?

— Tem seis anos. — Respondeu prontamente.

— Como ela é fisicamente?

— Assim. — Disse mostrando uma foto de Elizabeth no celular.

Na foto, Elizabeth brincava no baloiço do enorme jardim de Jason, na mansão que seria de Demetria muito em breve. Ela ria de olhos fechados devido a alguma piada de Jason e os cabelos esvoaçavam ao vento. Era a foto preferida de Joseph.

Observando a reação de Demetria, Joseph viu os olhos dela brilharem enquanto observava a foto. Ela não podia saber quem ela era, mas podia saber como ela era.

— É linda. — Sussurrou Demetria encantada. — Tenho a certeza que é uma autêntica princezinha. — Disse agora olhando-o nos olhos sem deixar de sorrir. Joseph sentiu-se aquecido por dentro e pensamentos loucos passaram por sua mente. Não impróprios, mas loucos.

— E é. — Concordou Joseph. — Pode me ajudar? — Demetria suspirou e assentiu.

— Não sabe mesmo do que ela gosta? — Insistiu tentando achar algo que a pudesse ajudar.

— Ela gosta de arte. — Disse Joseph por fim.

— Podia ter poupado nosso tempo. — Disse arrastando Joseph para fora da loja e para fora do aeroporto.

— Não podemos sair daqui Demetria! Nosso voo parte daqui a uma hora e meia. Sim, porque você quis viajar num voo comercial e agora temos uma hora marcada. — Resmungou acompanhando o passo dela. Demetria parou e olhou-o divertida.

— Será que você consegue normal por um minuto? — Perguntou.

— Acredite querida, jatos particulares são o meu normal. — Respondeu sorrindo.

— Pois então vai ter o meu normal desta vez. Lide com isso. — Disse apontando o dedo contra a testa dele, puxando-o novamente em seguida. — E vamos logo senão não apanhamos o homem lá.

— Que homem? — Perguntou assustado, fazendo-a parar no mesmo instante. Ela era louca?

— Depois você vê. — Disse arrastando-o de novo. — Agora cala a boca e vem comigo.

Joseph olhou-a indignado e depois gargalhou. Era Demetria Lovato e isso bastava. Ao ver que ela ainda segurava sua mão distraídamente, Joseph sorriu e acariciou a pele clara e macia. Amigos, era o que ele tinha proposto na noite do baile, e até aquele momento estava funcionando muito bem. Demetria não parecia sentir nada por ele além de amizade e foi por isso que ela concordou rapidamente em que ficassem daquele jeito, conhecendo-se aos poucos. Ele pelo contrário sentia que ficaria louco. O desejo que sentia por Demetria era forte e ele sabia que teria que aprender a lidar com isso. Joseph queria se envolver com ela, queria-a numa cama completamente nua sobre lençóis de cetim, queria sentir o corpo dela sob o seu e queria fazê-la dele até à exaustão. Desejava-a e queria tê-la nos braços, mas sabia que seria uma noite de sexo e nada mais. Não podia se envolver num relacionamento com ela e também não podia ser tão egoísta assim. Não com ela. Sabia que ia continuar a ajudá-la em tudo o que precisasse e sabia que ela agora confiava mais nele, assim como ele confiava mais nela.

Inocente DemetriaOnde histórias criam vida. Descubra agora