A Força do Amor - LIVRO 1 (Romance Gay)- CONCLUÍDO

Capítulo 33

Quando acordo estou no tapete, totalmente embrulhado. Olhar para meu quarto me lembra da violência que sofri na noite passada. Me levanto, meu corpo dói, mas principalmente minha bunda. Vou até a porta que está aberta. Ando lentamente pelo corredor e vou para o banheiro.

Não consigo me olhar no espelho. Ligo a ducha e deixo a água quente limpar meu corpo, limpar a sujeira, e o cheiro daquele que se fez de amigo....de quem minha mãe trouxe pra nossa casa.

Enquanto esfrego meu corpo desço a mão até lá embaixo. O sangue ainda escorre. Tento não me assustar e manter a calma.
Depois do banho volto para o quarto, visto uma roupa qualquer, e saio de casa sem fazer barulho. Dino ainda não acordou. Vou para o único lugar aonde estou seguro por hora: a escola.

- Judy o que foi? Te liguei tanto - fala a Alissa se aproximando, eu não falo nada - Ei cara você tá bem.

Balanço a cabeça e ela me olha desconfiada.

- Eai como foi com o Lucas?

Pensar em garotos me enjoa agora.

- Judy... - Ela coloca a mão em meu ombro e me esquivo - o que houve?

- Nada - sussurro, enquanto sinto perder o ar dos meus pulmões.

Não presto atenção nas aulas, minha cabeça só vai para a noite de ontem. Me sinto sujo, um lixo, um nada. O Lucas não veio hoje...ele se declarou pra mim...ele gosta de mim. Lembrar disso me ajuda um pouco.

Quando toca o sinal do fim da aula. A Alissa e a Elle me chamam.

- Ei quer ir lá em casa? - Pergunta a Elle - vamos fazer uma festa do pijama.

- Desculpa - murmuro - não estou no clima.

Elle e Alis me olham desconfiadas. Ando em direção a praça que fica a alguns metros da escola, alguém me segue. Começo a quase correr quando chego no túnel.

- Oi amor - fala o Ren me abrançando, me beijando e me empurrando contra a parede.

Começo a gritar desesperadamente.

- Me larga, me larga....me deixa.....aaaaahhhhh.

- Ei judy, você está tremendo...se acalma. Sou eu, seu namorado.

- Me solta - minha respiração está irregular.

- Se acalma, respira...vai lá, respira.

Empurro o Renny e saio correndo. Um carro quase me atropela na rua. Ouço ao longe ele gritar meu nome.

Paro de correr quando chego, nas docas. O sol já está descendo, vai já anoitecer e não vou voltar pra casa. Encontro um cantinho em meio a grandes guindastes. Sento, encosto minha cabeça no metal frio e abraço meu corpo. Começo a chorar de novo, até adormecer.